Linhagem de Sangue [Hiato]

Capítulo quatro - O Passado Sempre Volta.

Sem muitas opções Isabella sabia que deveria revelar seu passado aos Cullen, ela tinha medo de qualquer que fosse suas reações, mas ela tinha consciência que teria que sair de Forks, não poderia ficar ali por muito mais tempo. Tomando a decisão mais certa, mas ao mesmo tempo não menos dolorosa ela se sentou na sala, agora já limpa, e pode perceber quase imediatamente os milhões de pensamentos que rondavam a mente dos membros dessa família. A primeira pessoa a falar foi Emmett.

— Ei Bells, quantos anos você tem? – Foi uma pergunta muito inesperada para a vampira que simplesmente sorriu antes de responder-lhe, por ser delicado levou um tapa de Rosalie.

— Bom, eu fui amaldiçoada com 19 anos, em 550. Emmett, eu nasci dia 01 de Março de 531. – Bella fala de uma vez, vendo a expressão de todos na sala mudar para nada além de espanto, nada além do esperado pela mesma.

— Espera. – Rosalie começou, enquanto Edward e Carlisle permaneciam quietos – Quer dizer que você tem mais de um milênio de vida?

— 1479, para ser mais exata. – O som das arfadas era como um grito de alerta.

— Mas não existem registros de vampiros nessa época da história, o conceito nem tinha sido inventado. – Jasper fala demonstrando pela primeira vez algum sentimento próprio na frente de Isabella.

— Não, eles não existiam. – Ela fala simplesmente, se levantando e indo para a janela com um único pensamento covarde passando-lhe pela mente, "sempre é mais fácil quando você não os vê". – Na verdade, não existiam vampiros da minha raça, ou sequer parecidos, até os Mikaelson serem transformados.

— Quanto tempo depois de você? - Rosalie quem pergunta dessa vez, Isabella podia ver pelo reflexo da janela seu passo excitante em sua direção.

— Não sei ao certo, mas provavelmente mais de 500 anos depois. – A naturalidade com a quão Isabella falava era extremamente assustadora, ninguém na sala conseguia entender como ela poderia estar tão calma, e como se lesse os pensamentos ela responde com puro sarcasmo e ironia. – Eu tenho mais de mil e quatrocentos anos, a calma se tornou minha aliada. Para vocês saberem eu não vou contar todos esses séculos em detalhes.

— Eu... – Edward pela primeira vez se pronunciou, chamando a atenção de todos. – Só tenho uma pergunta. Por que estava com tanto ódio daquele vampiro, que por acaso é totalmente diferente de você?

Sem saber se deveria ou até se queria contar a verdade, Isabella simplesmente se calou e concentrou seu olhar na, agora negra, mancha de sangue no gramado. Aquela simples imagem a transportou para uma lembrança, uma perda muito mais dolorosa do que ela poderia imaginar.

1734 – Suécia

— Mama, mama. – A voz eletrizante de seu garotinho lhe trazia alegria, uma voz inocente que não viu nada, corria pelas madeiras da casa como formigas atrás de doce, seus pezinhos batiam na madeira fazendo-a ranger confortavelmente aos ouvidos da vampira.

— Olá meu homenzinho, como foi seu dia? – Era sempre a mesma coisa, todos os dias mas nunca perdia a graça, seu filho, adotado ainda bebê. Sempre agarrado a suas saias, com os anos Isabella ou Isobel, como era conhecida na pequena cidade.

— Bem, mama. E o seu? – Perguntava o menino de 7 anos, que aos olhos da mãe parecia ter energias infinitas e pela mesma não precisaria crescer nunca.

— Tudo bem, amor. Agora eu espero que um certo homenzinho não tenha deixado de fazer seu dever. – Ela olhava atentamente ao menino que não perdeu o tom brincalhão e sorriu ainda mais, nessa hora ela sabia que seu filho tinha feito todas as suas obrigações.

— Vamos jantar, mama. - Pediu radiante diante da mulher.

* Horas mais tarde.

Já passava da meia noite e com seu filho e marido dormindo Isabella decidiu que deveria caçar, sua sede parecia não ter fim, e o que costumava ser uma rápida caçada com no máximo quatro grandes homens se tornou algo maior, dez homens quase totalmente drenados quase não lhe foi suficiente, decidindo que teria que esperar por mais um dia, Isabella voltou para casa, com o sentimento de fome instalado em seu estômago.