• Chapter 7 •

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Eu penso em ter uma família as vezes.

Sinto que é algo que devo fazer, e quero fazer.

Ter filhos... Um garoto idiota e uma garotinha tosca que eu iria adorar ter correndo pela casa.

É mentira, eu odeio quando alguém fica correndo pela casa.

Mas... Eu não sei, meus pais dizem que eu e meu irmão fomos as maiores bençãos que eles já receberam na vida.

Aí você pensa "nossa, então eles receberam poucas", e eu concordo.

Meus pais são os melhores pais que uma criança poderia ter, eles são amáveis, irritantes, compreensivos e o melhor, facilmente manipuláveis. O combo perfeito.

Acho que eu não seria um bom pai.

Eu gostaria de ser, mas, não creio que conseguiria ser. Querer e fazer são duas coisas bem diferentes.

E ser pai com psicopatia, também deve ser.

Ser pai já é difícil para pessoas "normais", imagine para pessoas como eu? É um desastre combinado com mais desastre.

As vezes eu tento ignorar isso e penso que conseguiria dar um jeito.

Quer dizer, acho que de certa forma, já sou um pai, pelo menos por 10/15 minutos do meu dia, que é quando fico com o trouxa.

Mas ele é uma criança muito diferente das outras, e se eu resolver ter um filho não terei de ficar com ele por apenas dez ou quinze minutos, e sim até ele ter uma vida formada, o que deve ser por volta dos 20 anos, quando eu vou poder despachá-lo de casa, isso se o palerma do meu filho não for um vagabundo que nem o pai.

Quando o trouxa tinha apenas 2 anos de idade e era irritantemente irritante e gordo, (o que para minha mãe era uma gracinha) estávamos em Nova York porque meu pai tinha uns negócios para tratar lá, e minha mãe, eu, e o pequeno trouxa fomos andar de metrô.

Pois bem, minha mãe segurava trouxa em seu colo, e eu estava logo ao lado, analisando aquelas pessoas. A mulher à minha direita também segurava um bebê no colo, ele parecia ser um pouco mais velho que o trouxa, talvez uns 4 anos, eu não sei. Mas sei que quando o trouxa começou a chorar, aparentemente por NENHUMA razão, esta criança enviada por satanás e seus demônios começou a berrar tão alto que meus ouvidos pareciam querer sangrar. Eu estava irritado. Se alguém não tirasse aquela criança do meu lado em menos de 5 segundos eu iria explodir e lançá-la em direção a janela.

Minha mãe tentava acalmar o trouxa, e conseguiu, mas a criança feia e com cara de joelho ao meu lado continuava berrando mais alto do que a Céline Dion em seus solos. Não que eu escute Céline Dion, eu não escuto, não mesmo.

Continuando, finalmente descemos do metrô antes que eu pudesse cometer um crime, e à noite enquanto tentava dormir eu podia jurar que ainda escutava os gritos daquela criança quando fechava os olhos. Era aterrorizante.

Situações como essa me fazem pensar se eu realmente conseguiria ser pai. Quer dizer, eu sei que pessoas "normais" também se irritam as vezes com choros e gritos de bebês, mas, eu dúvido muito que seja ao ponto de querer esganar a criança, realmente, no sentido literal.

E pais tem que aguentar isso, choro, gritos, histeria, birras. Teria que aguentar um ser humano estranhamente pequeno e preguiçoso que não pode sequer andar sozinho, que faz birra quando não consegue o que quer, que não faz nada mais interessante do que peidar e defecar, que precisa que o alimentem e de ajuda para vestir, e que não fala com ninguém, e chora a cada cinco segundos. Ou seja, basicamente, eu teria que me aguentar!

Sweet but psycho || destiel Onde histórias criam vida. Descubra agora