Psicopatas. O que você sabe sobre eles? A maioria das pessoas acha que pode classificar o que seria um: alguém sem sentimentos e que provavelmente torturou animais por diversão quando ainda era criança. Esta é a visão popular.Quando falamos de psicopatologia ou distúrbios de personalidade, os mortais comuns tendem a pensar em perigo. Isso acontece porque a cultura popular, especialmente nos filmes, construiu uma associação muito perigosa entre doença mental e comportamento antissocial. Falsa como uma moeda de euro de madeira. "A verdade é que, de perto, todos somos loucos", garante Marcelo Mendes, psicólogo clínico, diretor da UNIPSI e professor universitário. "O que chamamos de loucura não é nada mais que a experiência subjetiva de um ser humano, por isso, uns mais, outros menos, todos nós passamos por isso alguma vez. Além disso, cada sociedade a define de uma maneira. Um esquizofrênico seria chefe de tribo no Brasil porque ele ouve vozes de espíritos e se conecta com o futuro, mas ele é um doente em nosso sistema capitalista, porque não é produtivo".
E, embora o imaginário coletivo sempre se volte para a delinquência e a maldade quando se fala em psicopatia, esse transtorno da personalidade é algo mais complexo do que tal associação pode sugerir.Nem todos os delinquentes são psicopatas, nem todos os psicopatas são Hannibal Lecter, o vilão canibal de O Silêncio dos Inocentes. "Os psicopatas são pessoas com problemas de relação interpessoal e de gestão das emoções. Aparentemente são frios, embora não seja verdade que não tenham emoções - as têm, e muito intensas. O que não têm são remorsos, que é o que gera uma tendência à delinquência, mas não em todos os casos, claro", afirma o médico Jesús Pujol, diretor de pesquisas da Unidade de Ressonância Magnética do serviço de Radiologia do Hospital del Mar, em Barcelona. Ele liderou uma revisão científica de outros estudos publicados e constatou que o cérebro dos psicopatas é diferente. A pesquisa indica que o estresse emocional na infância precipita a maturação excessiva de algumas regiões cerebrais como um sistema de proteção contra o sofrimento, mas termina dificultando também a gestão das emoções.
Bem, você já sabe que psicopatas são insensíveis quando o assunto é o sentimento alheio e não demonstram empatia, ou seja: não são capazes de se colocar no lugar do outro. Isso acontece porque o cérebro de um psicopata tem conexões fracas quando o assunto envolve emoção, e ele não consegue sentir emoções de forma profunda. Okay, isto já está na sua compreensão.
Mas, você sabia que, a psicopatia é um espectro e, de alguma forma, estamos todos dentro dele? Você já demonstrou falta de culpa ou remorso? Não sentiu empatia por alguém ou seduziu alguém para conseguir o que queria? Então você exibiu um traço psicopático.
Não ter medo de certas situações ou assumir grandes riscos também se encaixam no espectro. Isso não significa que você seja um, mas nada impede que você apresente traços do comportamento de um psicopata ao longo da vida.
Isso é legal, transmite certa igualdade entre nós sabe? Isso mostra que, por mais boazinha que aquela "menininha inocente" da sua sala pareça ser, ou por mais quieto e inteligente que aquele "garoto nerd" pareça ser, ou até mesmo os garotos e garotas do grupo católico da minha escola, por mais que pareçam "santos", veja só! Todos temos um pouco (ou muita) loucura. Todos podemos exibir traços psicopáticos ao longo da vida. Isso nos torna mais... Iguais.
A verdade é, todos temos luz e trevas dentro de nós. O que nos define é o lado com o qual escolhemos agir.
E sim, eu citei Harry Potter.
Continuando.
A complexidade da psicopatia transcende os estereótipos. De fato, um estudo publicado em 2013 na revista Journal of Forensic Science já alertava que a imagem de Lecter como protótipo do psicopata nem sequer era muito realista. O personagem foi descrito como "um psicopata de elite, que exibe níveis exagerados de inteligência, modos sofisticados e ardilosos, às vezes até níveis sobre-humanos e supermidiáticos". Mais compatível com a realidade era, segundo o estudo, Anton Chigurh, o personagem interpretado por Javier Bardem em Onde os Fracos Não Têm Vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet but psycho || destiel
FanfictionAs pessoas tem ideias erradas sobre os psicopatas. Pensam que todos somos assassinos perturbados. Mas, na verdade, só vamos atrás daquilo que nos dá prazer. Pode ser dinheiro, status, poder... E em alguns deles, sim, torturar e matar. É, o que eu po...