Capítulo 3 🥀

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Estava vestida com um vestido preto rodado um pouco acima do joelho com um casaco preto que ia até o tamanho de meu vestido com uma meia-calça preta, um cachecol preto e uma boina preta. A mãe de Bree exigiu que todos se vestisem de preto. Lembro como se fosse ontem que Bree disse que queria que no seu enterro todos fossem com roupas coloridas. Mas acho que ela pensava que sua morte iria ser sentada em sua poltrona e bem velhinha segurando a mão de seu marido, e não uma morte trágica desse jeito.

Entramos no carro e novamente sinto um olhar sobre mim, não me importo.

Deve ser coisa de minha cabeça.

Chegamos ao enterro, todos estavam de preto, estava com cores frias como o tempo.

Não pensaria em ver novamente Charlee tão cedo, a minha vontade agora era de esgana-lo. Só de olhar para ele já me dava nojo. Como ele podia ter a cara de pau de fazer tudo aquilo com Bree e ainda vir em seu enterro como se nada tivesse acontecido?

Vejo Charlee sentado em uma das cadeiras com um grupo de pessoas e Maggie estava junto a ele.

Estava soltando o ar pela boca e vendo aquele ar soltasse branco como a neve. Estava muito frio, todos com os corpos encolhidos em seus casacos para amenizar o frio.

- Anne! - olho para trás e vejo a Sra. Morgan vindo ao meu encontro, com um sorriso meigo.

- Olá Sra. Morgan, como está - tento ser mais suave o possível.

- Bem, achei que não viria - arregalei meus olhos com tal comentário mas depois solto um sorriso.

Vejo minha tia vindo ao nosso encontro e com bolinhos de chuva que eram a especialidade da Sra. Morgan. Ela me dá um dos bolinho, e eu mordi uma parte fechando meus olhos e saboreando aquele delicioso bolinho. Um sorriso se fez em meus lábios ao lembrar de Bree.

O meu sorriso se desfaz quando vejo Charlee Smith Adams, o garoto que fez Bree sofrer vindo ao meu encontro.

- Olá Anne Louise, como está? - ele fala com aquele mesmo sorriso sínico que tem desde que nasceu.

- Bem, na medida do possível - tento ser o mais suave o possível.

- Vejo que Bree não tinha você como melhor amiga dela, já que não compartilhava os seus segredos com você. - ele me olha com um sorriso de lado.

- Como pode dizer isso, está querendo fazer uma discussão bem no dia do enterro de minha amiga? Deixe ela ter um pouco de paz! - falo com a voz um pouco alterada. Não aguentava ver aquele sorriso sínico de sempre, mesmo tendo feito mal a Bree ainda tem aquele sorriso.

Olho para ele uma última vez e vou embora, com os pensamentos embaralhados em minha cabeça.

Não! Bree era minha melhor amiga e sei que era recíproco. Não vou deixar Charlee botar pensamento ruins em minha cabeça.

Me recomponho e volto a atenção em Maggie que estava junta a Charlee, aqueles dois juntos não era bom sinal.

*FLASHBACK*

Bree estava no refeitório comigo lanchando um de seus lanches preferidos, bolinhos de chuva. Vimos Charlee e Maggie juntos e estavam tramando alguma.

- Veja, Charlee e Maggie estão juntos, isso não é bom! - falo dando uma mordida profunda em meu hambúrguer.

- Deixe eles, são amigos não devem estar tramando nada. - ela da um sorriso amigável para mim, me fazendo calar.

Por que Bree sempre protege os dois?, como se eles escondeçem algo dela e ela tinha que pagar sempre os protegendo.

️ •

Minha tia ainda estava abocanhando os bolinhos, Maggie e Charlee juntos e a família Morgan Jones recebendo consolação do seus parentes e amigos. E eu estava entediada, se Bree estivesse aqui, ela iria me tirar do tédio.

Uma pessoa que não esperava ver foi o detetive Carl. Ele estava ali a trabalho com certeza. Era tão incomodante pois nem no enterro ele dava sossego.

Estava me encolhendo ao máximo para que ele não me visse, mas foi em vão. Ele me viu acenou e veio ao meu encontro.

- Srta. Brooks, como está indo? - falava observando cada canto daquele lugar.

- Não sei, acho que bem, estou no enterro da minha melhor amiga que foi morta e ninguém sabe o por que, intrigante o senhor não acha? - falo um tom irônico.

Ele me olhou, pegou um dos bolinhos e se foi. Passei as mãos em meus cabelos castanhos claros ondulado jogando para trás, e tentando não fugir daquele lugar.

No momento em que estava passeando por ali para não ficar mais entediada ainda encontro uma flor bela, ela tinha pétalas roxas, o que era a cor favorita de Bree. Um sorriso surgiu em meus lábios, assim que lembro dela, arranco a flor gentilmente para que não a machuque

Acho que vou levá-la para Bree

Se tenho uma certeza é que Bree pelo mesmo vai ficar longe de pessoas ruins, de Charlee Smith Adams e Maggie.

The truth behind the smileOnde histórias criam vida. Descubra agora