Capítulo 8

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Vamos combinar uma coisa? Vou postar toda terça e quinta, e se vocês votarem e comentarem em todos os capítulos posto no sábado também. Pode ser? 


Passado

Bianca

Cheguei ao meu quarto com o coração despedaçado, essa é a palavra correta. Eu já deveria estar preparada para a rejeição, até pensei que estivesse, entretanto, a verdade é outra. Eu não estava.

Desde que decidi que esqueceria o Guilherme assumi uma postura mais séria. Entrei de cara nos estudos conseguindo ser a primeira da turma, mesmo sendo a mais nova. Fazia quase um ano que não nos víamos. Quando o encontrei hoje queria correr e me jogar em seus braços, mas me contive.

Agora a pouco o que me fez perder a razão foi a forma que ele estava olhando-me. Não era mais como um amigo, ou irmão como sempre fez. Não tinha apenas carinho, afeição, proteção. Eu vi desejo, admiração além dos sentimentos ternos de sempre. Fiquei furiosa por ele estar aqui fazendo esse sentimento dentro de mim o qual eu queria sufocar, tomar vida novamente e crescer ainda mais.

Não é justo.

Entro debaixo do chuveiro e tomo banho lembrando-me o desastre que foi o meu encontro essa noite. Alexander teve que chamar a minha atenção diversas vezes para o que estava falando, e quando ele quis beijar-me, eu disse que não. Acabamos discutindo e terminamos o namoro que havíamos acabado de começar. Nem precisei contar para ele que o Guilherme estava aqui, ele percebeu quem era o culpado da minha distração. Alexandre como sempre foi compreensivo, apesar de não entender o motivo de eu amar tanto uma pessoa que não me corresponde. Como se tivéssemos escolhas com as coisas do coração. Resolvemos que seriamos penas amigos, uma vez que eu não conseguia esquecer o grande amor da minha vida.

Alex é um bom rapaz, engenheiro de uma das empresas do meu pai. Apesar de ser muito novo ainda, é centrado e muito divertido. Meu pai aprova o nosso namoro, uma vez que está debaixo dos olhos dele, e claro, Alex jamais faria algo para magoar, ou desrespeitaria a filha do patrão.

Saio do banheiro depois de secar os cabelos com o secador. Visto uma camisola e deito-me na cama. Depois de rolar de um lado para o outro, levanto-me, visto o robe e vou até o quarto onde o Guilherme está. Coloco a mão na maçaneta e abro a porta vagarosamente. O quarto está na completa escuridão e meus olhos demoram a se acostumar. Vejo-o deitado na cama de barriga para cima. Sua cabeça pousa nos braços que estão sobre o travesseiro. Fico indecisa se me aproximo ou se devo sair do quarto. Nem sei o que me deu para vir aqui desse jeito. Só queria ficar olhando-o dormir.

— Vai ficar a noite toda aí parada feito uma assombração? — Sua voz rouca me faz saltar de susto. Levo a mão ao peito num gesto instintivo.

— Pensei que estivesse dormindo.

— E veio velar o meu sono? — Ironiza.

— Eu queria me desculpar pela forma que agi. Eu não sei o que me deu.

— Pensou que eu estivesse dormindo e queria se desculpar como? Você não deveria estar aqui, Bianca. Não depois de me beijar daquela forma. — Sua voz tem um tom de ameaça que ao invés de assustar-me me excita.

— Até parece que isso faz alguma diferença para você. — Aproximo-me da cama e me encosto na parede. — Sou eu, Gui, lembra?

— Você não sabe o que está falando. É melhor ir dormir, Bia.

— Eu sei, já estou indo. Boa noite, Gui. — Vou para sair, mas volto. — Por que você me beijou daquela forma?

— Foi você quem me beijou, Bianca.

Minha doce obsessão - AmostraOnde histórias criam vida. Descubra agora