A Carona.

6.9K 794 1K
                                    

Quatro Dias Depois.
Sexta. Dez de Abril.

Suspirei exausta quando me joguei na cama. Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento, juntamente com a fraqueza que eu estava sentindo nos últimos dias. Confesso que não estava me alimentando direito, pois as duas últimas semanas foram corridas demais e acabei me descuidando com a alimentação. Fiquei alguns minutos encarando o teto do apartamento e criei coragem para me levantar do colchão, já que todo o meu corpo continuava mole. Tia Amália havia me enviado uma mensagem dizendo que iria almoçar perto do escritório de advocacia que ela trabalhava, de fato haviam muitos papéis para serem arquivados e afins.

Caminhei até a pequena cozinha e peguei dois comprimidos para dor, bebendo os dois de uma vez só com um pouco de água. Como estava cansada e com dor de cabeça, decidi deitar por algumas horas para que aquela dor insuportável acabasse. Retornei ao quarto e deitei sobre o colchão levemente gélido, cobrindo-me com o edredom. Minha visão começou a ficar escura e, de repente, eu apaguei. Acordei várias horas depois, sem saber onde exatamente eu estava. Sentei-me e respirei fundo, ainda sonolenta. Tomei um banho frio para despertar o corpo e então percebi que já estava quase na hora de me arrumar para o trabalho. Como era sexta-feira eu entrava mais cedo e voltava mais tarde.

— Liv? — Ouvi a voz de minha tia Amália, do outro lado da porta.

— Já vou, tia. — Prendi o cabelo em um coque e abri a porta, permitindo que ela entrasse no cômodo.

— Você está bem? — Me encarou preocupada, ao passo em que analisava o meu rosto.

— Estou sim. — Afirmei, assentindo com a cabeça.

— Tem certeza? Estou te achando bastante amarela esses dias. — Comentou.

— Eu estou bem, tia. — Sorri fraco. Não queria deixá-la preocupada e poderia ser somente um mal-estar. — Quando a senhora chegou? — Perguntei, puxando assunto.

— Faz uma hora mais ou menos. — Respirou fundo, passando as mãos no rosto. — Estou exausta hoje.

— Eu dormi à tarde toda. — Bocejei e nós fomos para a cozinha.

— Você não almoçou? — Indagou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Não. — Neguei. — Não estava com fome quando cheguei, então tomei dois analgésicos e fui deitar. — Puxei a cadeira, sentando em seguida.

— Estava com dor de cabeça, Liv? — Questionou, séria.

— Sim. — Acenei com a cabeça e bocejei outra vez. — Vou fazer algo para comer. A senhora quer?

— Não, obrigada. — Sorriu e desfez o rabo de cabelo, liberando os fios lisos. — Vou tomar banho agora e descansar.

— Tudo bem. — Me levantei e a vi sair da cozinha, deixando-me sozinha.

Abri a geladeira e peguei os últimos dois pedaços de presunto, deixando sobre a pia. Peguei também um pão e fiz um sanduíche simples, comendo-o rapidamente. Como ainda faltavam alguns minutos para eu ir para o bar, peguei o meu celular e me acomodei em um dos sofás da sala. Haviam algumas mensagens do Dae e da Lizz no grupo que compartilhávamos, os três. Eles estavam dizendo que iriam no Tequila Bar mais tarde para me ver e também para beberem alguma coisa. Fiquei navegando no Instagram e notei que havia recebido um seguidor novo. Franzi o cenho e meus olhos arregalaram-se de imediato quando li o nome do usuário. Eu não o via desde segunda-feira.

“jeongguk começou a seguir você”.

— Algo errado, Liv? — Tia Amália indagou curiosa, se aproximando do sofá.

𝐖𝐈𝐒𝐇𝐄𝐒, 𝘗𝘢𝘳𝘬 𝘑𝘪𝘮𝘪𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora