O Ciúme.

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Dois Dias Depois.
Quinta. Dezesseis de Abril.

Diferente de terça-feira, a quinta amanheceu com grandes nuvens no céu e o tempo estava limpo, porém continuava frio. Levantei mais cedo do que o costume e tomei um banho quente, extremamente relaxante. Estranhamente, me senti animada. Ao retornar para o quarto, caminhei até a cama e coloquei o conjunto de lingerie vermelho, o qual eu comprei no começo do ano e nunca havia usado antes. Peguei o creme corporal de frutas vermelhas e esparramei por todo o meu corpo, hidratando minha pele cuidadosamente. Me vesti com a calça jeans colada e uma blusa vermelha de mangas, esta que era quentinha e bem bonita. Calcei uma sapatilha preta e me olhei no espelho.

Desfiz o coque em meu cabelo, deixando os fios soltos, caindo por minhas costas. Eu havia lavado-o no dia anterior, por isso as madeixas estavam tão soltas e brilhantes. Olhei para o lado e vi, sobre a penteadeira, o estojo contendo pó compacto e a base da minha coloração. Não tardei a me maquiar, enquanto cantarolava uma música da Ariana baixinho. Era algo leve, mas mesmo assim chamava à atenção e me deixava com o rosto mais apresentável. Passei bastante rímel e por último borrifei uma boa quantidade de perfume em meu pescoço e pulsos, sentindo a deliciosa fragrância espalhar-se pelo cômodo. Por último, passei um batom rosa e encarei o meu reflexo no espelho novamente.

Eu estava bonita e me sentindo bem.

— Acordou mais cedo, Liv? — Tia Amália surgiu na porta do meu quarto, me olhando de forma curiosa.

— Sim. — Sorri, a fitando.

— Por que essa arrumação toda? — Deu risada, desconfiada.

— Por nada. — Sorri fraco. — Só acordei inspirada. — Confessei.

— Não é hoje que você vai se encontrar com o Sr. Park? — Indagou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Sim. — Desviei o olhar do seu.

Ontem não tinha visto o pai do meu melhor amigo, pois iríamos trabalhar na segunda, na terça e na quinta-feira. Depois da sua mensagem, salvei o seu número e respondi um “obrigada”. Eu estava começando a sentir bem mais que uma atração pelo loiro, chegando a ser um sentimento. Uma paixão, daquelas impossíveis. Não havia outra saída, de fato ele mexia comigo e com o meu corpo de uma forma avassaladora, como se eu não tivesse um outro caminho a seguir. Uma pergunta surgiu em minha mente: toda àquela arrumação era porque iríamos nos ver? Ri com aquele pensamento e peguei minhas coisas, saindo do quarto. Tia Amália já preparava o café da cozinha.

— Eu estou pensando em sair esse final de semana com um amigo, Liv. — Ela comentou, ao passo em que organizava as quitandas na mesa.

— Um amigo? — Soltei um risinho.

— Ele é só um amigo. — Me fitou por cima do ombro.

— Sei. — Ri outra vez. — A Lizz me chamou para uma festa no sábado, em uma república.

— E você vai? — Sorriu.

— Vou sim. — Sorri de volta. — Preciso me divertir um pouco.

— Isso mesmo. — Me encorajou. — Ela e o Daesung se gostam, não?

— Sim. — Rimos. — Eles só não admitem e ao invés disso, ficam brigando como cão e gato. — Gargalhei, lembrando das brigas de “casal”.

𝐖𝐈𝐒𝐇𝐄𝐒, 𝘗𝘢𝘳𝘬 𝘑𝘪𝘮𝘪𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora