O Carinho.

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Dia Seguinte.
Sábado. Vinte e Cinco de Abril.

Eu olhava para o céu nublado daquela tarde de sábado, enquanto a pipoca estourava na panela. Tinha separado dois filmes para ver, já que pela manhã havia feito faxina na casa e algumas atividades da faculdade. O novo prédio que a professora Katriny disponibilizou para mim era de uma mulher chamada Patrícia Marshall, nós conversamos ontem à tarde e fizemos um cronograma dos dias em que eu poderia avaliar o seu prédio. Patrícia era uma mulher muito fina, de classe e bem bonita. Ela parecia legal e estava disposta a me ajudar com o projeto. Fiquei extremamente animada para trabalhar com a Sra. Marshall. Me afastei da janela e desliguei o fogão, despejando a pipoca em uma lavadeira redonda. 

Coloquei um pouco de sal e peguei a jarra de suco, servindo a bebida em um copo grande. Após tudo pronto, fui para a sala e dei play no primeiro filme, me acomodando no estofado. Minha tia Amália iria trabalhar naquele sábado e mais cedo, pela manhã, Marcelo me ligou e disse que iríamos trabalhar e até me senti contente com a notícia de que o Tequila Bar abriria as portas outra vez. Felizmente sua mãe estava bem e agora ele precisava de dinheiro para pagar os vários remédios que ela precisava tomar. Estava tão entretida com o filme que me assustei quando ouvi duas batidas na porta. Me levantei e a abri, revelando o meu ex-namorado. Matheus abriu um sorriso assim que me viu.

— Oi, Liv. — Ditou sorridente, expondo os dentes brancos.

— Oi, Math. — Sorri de volta. 

— Posso entrar? — Questionou, enfiando as mãos no bolso de seu moletom.

— Sim. — Dei espaço e o mais alto adentrou o apartamento. — Eu estava vendo um filme. 

— Posso me juntar a você? — Mordeu o cantinho da boca.

— Claro. — Ri baixo e fechei a porta. Caminhamos para o sofá, onde nos sentamos. — Está tudo bem? — Arrisquei, o encarando.

— Mais ou menos, Liv. — Suspirou. 

— Quer falar sobre isso? — Perguntei, abaixando o som da televisão.

— É melhor eu não te incomodar com os meus problemas, Olívia. — Passou a língua entre os lábios. 

— Pode dizer, Matheus. — Sorri e fiquei de lado para vê-lo melhor.

— Meu padrasto estava bêbado e brigou com a minha mãe. Eu cheguei no momento em que ele iria bater nela. — Engoliu em seco. — Eu o impedi antes, mas mesmo assim... — Apertou as mãos. 

— Sua mãe o denunciou? — Indaguei.

— Sim. Ela está com a minha tia Violet agora. — Suspirou, abaixando a cabeça.

— Math, você chegou antes e a sua mãe está bem! — O confortei, me aproximando. — Olha pra mim... — Pedi.

— Liv, ele nunca demonstrou ser tão agressivo assim. — Respirou fundo. 

— Às vezes pensamos que conhecemos alguém, mas na realidade não a conhecemos de verdade. — Comentei.

— Meu padrasto está foragido, só que a polícia está atrás dele. — Falou baixinho.

— Vai ficar tudo bem. — Sorri e entrelacei nossas mãos, acariciando seus dedos de forma calma.

— Obrigado. — Agradeceu e aproximou as nossas faces, as deixando a poucos centímetros de distância. 

Matheus encarou minha boca e antes que eu pudesse raciocinar, ele me beijou. No entanto, foi apenas um selinho. Ficamos em silêncio depois do acontecido, então aumentei o volume da televisão e continuamos vendo o filme. Meu ex-namorado ainda tinha sentimentos por mim e eu não poderia o corresponder, mesmo que o meu subconsciente quisesse. Eu não queria machucá-lo e nem podia pensar em Park Jimin. Contudo, não seria justa com ele e nem comigo mesma, era recente demais os momentos que passei ao lado do pai do meu melhor amigo. Decidi esquecer o pequeno beijo entre nós e passei a prestar atenção somente no filme que estava passando. Antes que o filme acabasse, Math foi embora e eu fiquei ali assistindo.

𝐖𝐈𝐒𝐇𝐄𝐒, 𝘗𝘢𝘳𝘬 𝘑𝘪𝘮𝘪𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora