Capítulo 10 - a dire la verità

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Oi gente linda, como vocês estão? Tão usando máscara e passando álcool gel? Espero que sim, adorando ver os comentários de vocês, leio cada um deles e me sinto feliz com cada um deles. Espero que gostem desse capítulo e prestem atenção em alguns detalhes. Boa leitura, desculpe os erros!

As mãos de Lauren suavam segurarando a mão de Madison, sua namorada havia marcado um jantar entre seus pais para enfim apresentá-los oficialmente. Lauren já havia conhecido os pais de outras namoradas, mas o nervosismo era sempre o mesmo.

Madison empenhava-se em tentar confortar Lauren, porém era uma grande frustração. A mais nova não parava de balbuciar o quanto seus pais não iriam gostar dela e que italianos eram exigentes demais. Sua namorada acabava rindo das paranoias da Jauregui.

“Vamos entrar, Lauren, meus pais não são ruins.”, disse Madison sorrindo.

“Eu só preciso de um...”, mal havia conseguido abrir a boca para terminar a frase, pois a porta foi aberta. “... minuto.”, sussurrou ao olhar os pais de Madison.

A mulher era a cópia da sua namorada, os grandes olhos azuis e os cabelos loiros longo, a boca em formato de coração, a diferença eram as marcas do tempo, como as rugas e as expressões marcadas. Seu pai também era loiro, seus olhos eram de um verde intenso, os lábios finos e o rosto bochechudo trazendo conforto para Lauren. Não pareciam ser pessoas ruins.

“Você deve ser a famosa Lauren.”, a mulher disse e apontou para Lauren.

“Ela é ainda mais bonita pessoalmente, Madison.”, e sorriu.

“Obrigada.”, disse Lauren.

“Vem, vamos entrar. Os vizinhos já estão olhando para cá.”, o senhor mais velho expôs.

Lauren sabia que os pais da sua namorada eram médicos e provavelmente tinham uma boa propriedade, entretanto não imaginou que era daquele tamanho.

A sala tinha piso de madeira, e as paredes eram pintadas de marrom claro, com alguns detalhes em branco. Em uma das paredes havia um pedaço de azulejo que imitavam pedras e nele continha uma lareira, acima dela uma prateleira pequena, onde ficava um espelho e um pequeno vaso de planta.

No centro da sala, haviam dois sofás brancos cheios de almofadas, um ficava de frente a lareira e o outro virado de costas para porta. Um tapete branco completava o visual da sala, deixando-a mais aconchegante. Duas poltronas cinza estavam posicionadas perto dos sofá e com uma divisão entre elas, uma mesinha com um lindo abajur encima.

“Sua sala é muito bonita.”, sussurrou Lauren para Madison.

“Depois te mostro o restante da casa, tudo bem?”, informou Madison.

“Tá bom.”, disse Lauren e beijou a bochecha da mais velha.

A sala de jantar de Madison era entre a sala de estar e a cozinha. A mesa era quadrada e de vidro, haviam oito cadeira todas com estofado bege e um grande lustre redondo encima da mesa.

Lauren sentou-se ao lado de Madison e os pais da mesma sentaram-se lado a lado.

“Apesar de achar necessário, porque claramente Madison já nos apresentou, quero fazer isso. Eu sou Octavia Marcon.”, disse a mãe de Madison, o sotaque italiano já não era tão nítido como antes. Os anos nos Estados Unidos haviam tirado boa parte dele. “E esse é meu marido, Atillio Marcon.”

“É um prazer conhecer vocês. Fico muito feliz de estar aqui.”, assumiu Lauren e pegou o guardanapo, colocando-o em seu colo.

“Nós compartilhamos do mesmo sentimento.”, falou Atillio.

Lauren percebeu que entre os dois, Octavia era muito mais receptiva do que seu marido, esse, no entanto, era mais reservado com suas emoções e falas.

O jantar havia sido servido e como bons italianos que eram, o prato principal era uma deliciosa lasanha, Lauren venceu a vergonha e acabou repetindo junto com todos.

“Madison falou que você tem descendência cubana, estou certo?”, perguntou Atillio e bebericou seu vinho.

“Meus pais são cubanos, vieram tentar a vida aqui.”, disse Lauren e encarou Madison. “Foi a melhor coisa que eles podiam ter feito.”

“Eu amo Cuba, estive lá quando terminei minha faculdade. Acabei ficando alguns meses, sempre falam que os melhores médicos vem de lá e com certeza estavam certos.”, disse Octavia e com um olhar distante, prosseguiu. “Acompanhei um dos partos mais emocionantes por lá. Nunca me esquecerei.”

“Só estive em Cuba algumas vezes, mas está nos meus planos retornar para lá.”, disse Lauren.

“Visite Cojimar, foi lá que trabalhei por um tempo.”, falou Octavia.

“Podemos organizar alguma viagem todos juntos, gostaríamos de te conhecer muito mais, Lauren.”, disse Atílio e sorriu.

“Com certeza iremos.”, disse Lauren sorrindo.

Lauren estava nervosa por razão da visita de Camila, sabia que precisava conversar com a latina, mas não havia se abrindo com ninguém ao não ser Taylor, não tinha certeza como ela reagiria, ela podia virar as costas e ir embora.

“Pare de pensar essas coisas, Camila é uma garota legal, não vai fazer isso.”, Lauren sussurrou para si mesma.

Ela dirigiu-se até a cozinha e pegou duas taças e um dos seus vinhos na sua adega particular. Levou-o até a sala e colocou-o sobre a mesinha de centro.
Depois de alguns minutos mexendo no celular, a campainha tocou, Lauren largou seu celular no sofá e andou depressa até a porta.

“Você veio mesmo.”, disse Lauren ao fitar a latina.

Camila trajava uma calça jeans de cintura alta e um cropped com estampa da princesa Leopoldina, seus cabelos estavam soltos ao não ser por dois coques pequenos na laterais do seu cabelo. Seus olhos castanhos estavam demarcados por um delineado. Camila estava sempre tão bonita, era difícil para Lauren olhar para ela e não se sentir encantada.

“Claro que sim, podemos entrar?”, perguntou Camila, envergonhada.

“Sim, entre!”, Lauren deu espaço para a latina entrar e fechou a porta. “Pode se sentar.”

Camila sorriu sem graça e caminhou até o sofá, seu olhar se prendeu no porta retrato de Lauren com uma mulher loira, havia diversas fotos dela com essa mesma mulher. Lauren namorava?

Antes de sentar-se, Lauren serviu-se com o vinho e perguntou se Camila queria, a mais nova aceitou e Lauren encheu as duas taças.

“Sua casa é bastante bonita, muito ampla.”, disse Camila olhando ao redor.

“Obrigada, foi minha noiva que escolheu.”, falou Lauren e Camila arregalou os olhos.

“Vo-cê é noiva?”, a voz de Camila vacilou, e para tentar disfarçar, ela pigarreou. “Então você é noiva, parabéns. Eu acho melhor ir embora, talvez ela não goste de me ver aqui.”, Camila levantou-se e colocou a taça na mesinha de centro.

Tudo fazia sentido para si, era por isso que Lauren não queria entrar em seu carro, tinha medo da sua noiva descobrir e acabar o relacionamento, contudo, porque mentirá quando disse que seus pais iriam visita-la? Só bastava falar a verdade, Camila não iria mais incomodar.

“Espere, você entendeu errado.”, disse Lauren e segurou a mão da latina. “Eu preciso conversar, por favor.”

Camila encarou a jovem mulher e engoliu a seco, os olhos dela pedia socorro e carregavam tanta dor. Convencendo a si mesma que a melhor escolha era ficar, ela voltou a sentar-se e segurou as mãos de Lauren. Eram amigas, não tinha nada de mais nisso.

“Desculpe, pode começar. Estou a todos ouvidos para você.”, disse Camila.

“Eu conheci Madison quando estava prestes a fazer 18 anos, começamos a virar amigas e com um tempo, ela percebeu que o sentimento que sentia não era de amizade, mas de amor. No início eu comecei a ficar com ela sem gostar, estava chateada com algumas coisas e achei que me envolver com ela podia ser melhor pra mim. E realmente foi, eu aprendi a amar ela, aprendi a ver ela como minha namorada, foi questão de poucos dias para começar a sentir um turbilhão de sentimentos.”, disse Lauren e um sorriso surgiu em seus lábios.

“Continue. Parece uma linda história.”, disse Camila e beijou as mãos de Lauren.

“E é, enfim, quando completamos 4 anos de namoro eu pedi ela em casamento, e tomamos a decisão que Madison iria engravidar, era seu sonho. Tentamos algumas vezes, mas nunca tinha dado certo, até que ela resolveu fazer sem me contar e o milagre havia acontecido: Ela ficou grávida, foi uma enorme festa, ninguém acreditava.”, os olhos de Lauren marejaram e ela suspirou. “Foi os nove meses mais complicados da minha vida, eu amava minha noiva, amava minha filha, mas isso requer muito de você. Entende? Estava exausta, tive que largar tudo pra ficar ao lado dela.”

“Eu imagino que tenha sido difícil essa fase, quando mama ficou grávida da minha irmã, meu pai se dedicava 100% a ela.”, disse Camila e Lauren assentiu.

“Em algumas semanas atrás, minha noiva entrou em trabalho de parto, era de madrugada, eu acabei entrando em choque, foi bastante engraçado.”, Lauren soltou uma risadinha e mirou em um dos diversos portas retrato que estava ali. Na foto, Lauren estava sentada na colo da mais velha e as duas riam. “Eu entrei no carro e...”, a voz de Lauren se tornou falha e as lágrimas começaram a descer.

“Ei, estou aqui, está tudo bem.”, disse Camila, e aproximou-se mais de Lauren.

“Tudo ficou confuso, foi questão de segundos. Um caminhão vinha na minha direção e acertou em cheio meu carro. Madison não resistiu, ela morreu, a minha filha morreu e é tudo culpa minha.”, o choro de Lauren ficou mais intenso, suas mãos suavam, ela sentia que sua voz havia se perdido no meio da sua escuridão. “Eu matei a minha mulher e a minha filha. Eu vou carregar essa culpa pro resto da minha vida.”

Camila puxou Lauren para seus braços e abraçou-a fortemente. “Não foi sua culpa, as coisas acontecem por algum motivo. Nada é por acaso, cariño.”

“A culpa foi minha Camila, se eu tivesse parado no sinal vermelho, se eu não tivesse voado nos meus pensamentos.”, disse Lauren, erguendo a cabeça para olhar a latina. “É por isso que não quis entrar no carro e desculpe se eu menti, eu estava envergonhada. É difícil falar sobre isso.”

“Nunca mais repita que a culpa é sua, entendeu? Nunca mais... As coisas acontecem como tem que ser. Desculpe se te pressionei para entrar no carro, eu não sabia.”, disse Camila e iniciou uma carícia nos cabelos castanhos de Lauren. “Eu vou te ajudar no que for preciso.”

“Você é muito boa Camila, obrigada por estar aqui. Isso é muito importante para mim.”, disse Lauren, o choro de Lauren já estava mais fraco que anteriormente.

“Estarei aqui, não se preocupe. E não  se culpe mais, eu vou te ajudar a passar por essa situação. Pode contar comigo.”, disse Camila.

“Nem bebemos o vinho.”, disse Lauren, encarando o vinho e as taças cheias.

“Vamos deixar para outra ocasião. Agora deite aqui, você precisa descansar. Eu não vou embora.”, disse Camila e Lauren assentiu.

“Esteja aqui quando eu acordar.”, disse Lauren, bocejando.

“Eu prometo que estarei. E teremos um jantar digno de rainhas.”, disse Camila.

“Com certeza teremos.”, disse Lauren e deitou-se no colo da Camila. Com os olhos fechados, ela tateou o braço de Camila e quando achou suas mãos, segurou-as fortemente. “Muito obrigada por estar aqui Camila.”

“Eu estarei até você me mandar embora.”, prometeu Camila.

A latina colocou os cabelos de Lauren atrás da orelha e moveu os lábios até a testa da mais velha, deixando um leve selinho no local, em resposta a isso, Lauren deu um fraco aperto nas mãos da mais nova.

Camila sabia que a situação de Lauren era difícil e provavelmente não conseguiria passar por essa situação sozinha, mas estaria ali para ajudar ela a se reerguer, nem que isso custasse anos. Ela queria conhecer o lado mais bonito de Lauren. E algo dentro de si, alertava-a que a conhecia muito antes do encontro na livraria, era uma sensação tão familiar. Precisava entender o porquê, mas deixaria para outro dia, hoje se dedicaria a Lauren.

Continua...

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