Capítulo 22

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A viatura parou do lado de fora da velha loja. Há algum tempo não iam naquele estabelecimento pedir informações, mas o último caso que eles pegaram — o do restaurante invadido — estava parado. Namjoon não queria que aquele crime fosse para a sessão dos "não resolvidos".

— Vou esperar no carro.

— Por que Amber? E a minha retaguarda?

— Tu mesmo um exagerado, hein? Até parece que o chinês, que por sinal tem um precipício por você, iria te atacar.

— Quem pode culpá-lo, não é? — Namjoon provocou enquanto sua parceira fingia provocar vômito.

Kim riu mais uma vez e se dirigiu para a loja. O sino, como sempre, alertou sua presença.

— Policial Kim. — A voz do loiro ficou melosa e o homem de farda o viu apoiar a cabeça nas mãos, como uma adolescente na janela. — Sentiu saudades, amor?

— Vim a trabalho.

— Como sempre... nunca aceita o meu amor bandido.

Namjoon se segurou para não gargalhar. Jackson adorava provocá-lo, ignorar era sempre a melhor saída.

— Preciso de algumas informações. Um grupo atacou um restaurante há algumas noites e eu estou investigando o caso. — O policial retirou o celular do bolso e mostrou o vídeo das câmeras de segurança. — Os estabelecimentos vizinhos não têm informação nenhuma e o caso acabou ficando sem pistas.

Namjoon sabia que alguns donos dos comércios locais tinham câmeras e que provavelmente gravaram mais do crime, porém, não conseguiu mandados para as filmagens e quando foram pedir as imagens, sem o documento do juiz, percebeu que mesmo aproveitando da comida do local, não queriam ajudar no caso, por causa da sexualidade de Jin. Chegou a ouvir de uma pessoa que talvez assim aquele "desvirtuado saísse da região". Não sabe dizer como, mas aquele indivíduo fora preso por desacato.

— Talvez eu saiba algo sobre esses dois homofóbicos. Mas o que eu ganho em troca? Um encontro? — Wang aproveitou a proximidade para esfregar o braço do mais alto. Sabia que o policial nunca abriria uma brecha para ele, mas era tão bom continuar com os joguinhos. — Eu juro que minha língua pode cometer crimes.

— A única coisa que você vai utilizar essa língua é para me falar onde encontro esses marginais.

— Tudo bem. Você é tão sem graça. — Sua mão já estava em um aparelho de celular e este foi parar em seu ouvido. — Alô, sou eu. Onde posso encontrar aqueles dois pichadores? Hum... ah, sei... Brigadão cara. Depois marcamos de tomar umas.

— Descobriu?

— Sim, sim. Eles ficam na redondeza do cais. Tão sempre com a mochila cheias de tintas e adoram incitar ódio aos gays.

— Oh, muito obrigado.

— Oras, mas nem um beijinho?

O policial sorriu torto enquanto piscava para o loiro. Antes de sair da loja ainda escutou um audível suspiro, o que fez seu sorriso aumentar. Nunca que ele se envolveria com aquele homem, mas era engraçado continuar com o flerte. A primeira vez que esteve na loja, o quis matar, mas depois percebeu que com um pouco de carinho, o chinês abria a boca e ele conseguia toda a informação que queria.

— E aí? Ele sabia de algo?

— Sim. Eles circulam pelo ancoradouro. — informou, dando partida no carro.

O dia estava só melhorando; pegariam aqueles dois idiotas, seu caso seria fechado e talvez até conseguisse encontrar com o chef de cozinha.

— Não acredito que conversar com aquele trambiqueiro infla tanto o seu ego. Tira esse sorriso da cara.

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