Capítulo 34

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— Tae. Oi, amor.

— Você está atrasado. — Hoseok não conseguiu se livrar da sensação de culpa ao receber a ligação de seu namorado preocupado com sua demora. Tae era tão especial, porque estava se sentindo tão conflituoso em relação ao que sentia pelo rapaz e pelo o outro que morava em sua casa? — Aconteceu alguma coisa?

— Não. Eu apenas tenho um outro compromisso agora pela manhã. Estou indo ver Jin.

— Ah. Manda um abraço por mim. Diz que estou com saudades da comida dele. Enfim, até mais tarde. Beijos.

Parecia loucura, mas Taehyung não dissera outra vez que o amava e o dançarino não sabia se deveria ter aquele sentimento de alívio em seu peito ao não ouvir aquela frase outra vez sendo proferida pelo moreno. Talvez Seokjin estivesse meio certo em relação ao que ele sentia por seu namorado. Será?

O ruivo desligou o telefone e encarou o prédio de Seokjin, após guardar o aparelho no bolso. Seus batimentos cardíacos estavam acelerados e ele tinha muito medo do que encontraria assim que entrasse no apartamento do melhor amigo. Esse sentimento era tão errado, tão estupidamente errado. Sentia-se enjoado, como se alguma coisa começasse a apertar seu estômago. Quis correr para longe dali, mas não completou o ato.

Como se soubesse o que se passava dentro da cabeça dele, Yoongi colocou sua mão no ombro direito do ruivo e apertou suavemente. Um pequeno lembrete de que o outro não estava ali sozinho. Se aproveitando de um pouco da coragem que o colega de casa havia lhe passado, Hoseok caminhou para dentro do prédio. A recepcionista já o conhecia, portanto não foi difícil entrar no elevador sem ser anunciado e em poucos minutos ele já estava diante da porta do cozinheiro, tocando a campainha.

Jin lutou conta a pequena dor que sentia nas costelas ao se levantar da mesa. Uma lembrança da noite anterior em que sem querer, ele acreditava, Ken o havia empurrado para livrá-lo de um homem que estava sendo invasivo. O namorado tinha razão, vendedores não deviam ser tão atenciosos com clientes. O loiro não se forçou a perguntar quem era antes de abrir a porta. Provavelmente o namorado havia esquecido a chave. Ele não recebia visitantes há muito tempo e seja quem fosse, a recepcionista teria interfonado.

— Hope... — sussurrou ao encarar a figura do melhor amigo diante da sua porta.

Um misto de confusão, alegria e surpresa fazia morada em seu coração ao encarar os olhos de Hoseok. Há quanto tempo não se viam? Há quanto tempo ele estava com aquele sentimento de saudade morando dentro de si? Não fez menção de se afastar quanto os braços do outro se envolveram em torno de seu corpo, apertando-o enquanto o abraçava. Há quanto tempo ele não recebia um abraço daqueles? Jaehwan o abraçava, não é? Não era capaz de se lembrar, mas devia acontecer. Eles se amavam.

— O que faz aqui? — verbalizou outra vez. Foi quando seus olhos encontraram a figura de Yoongi parada um pouco atrás de Hoseok. Sentiu-se envergonhado demais para olhá-lo nos olhos, então não o fez.

— Eu vim salvar você; é óbvio! — O ruivo proferiu sem pensar, apertando ainda mais o corpo alto e magro de Seokjin em seus braços. Queria mantê-lo ali para sempre. Seu precioso melhor amigo. Como as coisas haviam chegado a aquele ponto? Jin estava tão magro, tão abatido. Seus olhos não brilhavam como de costume. — Podemos conversar um pouco? Por favor. — insistiu a notar que o cozinheiro estava se preparando para negá-lo.

O outro apenas abanou a cabeça e assim que o ruivo o soltou do abraço, deu passagem para que os dois entrassem em seu apartamento.

Os três logo se acomodaram na sala de estar. O olhar aflito que Hoseok tinha em seu rosto estava deixando o cozinheiro levemente incomodado. Foi quando ele se recordou que as marcas em seu pescoço ainda poderiam ser vistas, mesmo que sutilmente, elas estavam aparecendo em sua pele.

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