"Londres, Janeiro de 2018Alguém, por favor, me belisca? Eu só posso estar sonhando... Não me belisca nada, eu não quero acordar. MEU DEUS! É tão difícil de acreditar que algo tão incrível tenha acontecido depois de tantos dias turbulentos no Brasil, e a minha entrada no meio do ano letivo num colégio em outro país...
Por mais que eu tenha adorado a Sabi e os Hidalgo, não tem comparação! São os Beauchamp! Acho que deixei minha mãe surda ontem no telefone, coitadinha. Eu tô tão feliz, mas ainda não sei dizer bem se é por tudo o que tem acontecido, ou pelo simples fato de que se trata da família do Josh, tipo, o meu Josh. Abençoada seja a mãe dele por não perceber que o filho dela já tem uma fama considerável, e não é aconselhável participar do programa de intercâmbio do governo!
Hoje conheci meu novo quarto... É lindo, assim como o resto da casa. O melhor? É em frente ao do Josh, que por sinal tem a porta azul! Azul! Dá pra acreditar? Queria tanto que a Sophie estivesse aqui pra ver isso... Ela provavelmente ficaria com vontade de me bater, afinal, eu ganhei a aposta!"-Logo nas primeiras páginas, você mencionou uma aposta – Josh falou mais baixo, vendo a garota sentar no parapeito da janela e esconder o rosto entre as mãos, prestes a chorar. – Que aposta era essa?
-Sophie e eu sempre disputamos a tal porta vermelha – a voz de Any saía abafada, por ainda estar tampando o rosto. – E ela falava que a porta do seu quarto era verde, a minha cor favorita, afinal, nós éramos "almas gêmeas". E eu sempre fui contra essa teoria, brincando que a Lei de Murphy me persegue e por isso a sua porta seria de qualquer cor, menos verde.
-Você já olhou fotos antigas da minha família, certo? – Josh sentou na beira da cama e pegou as folhas, e viu Any assentir minimamente com a cabeça, enquanto lutava contra as lágrimas. – Já viu alguma da casa antes da reforma? – a garota negou. – Era pequena, então quando minha mãe engravidou da Jo, meu pai resolveu reformar, já que de maneira alguma minha mãe aceitaria se mudar daqui. Se você olhar fotos antes da reforma, você vai ver que a porta do meu quarto... era verde.
-Quê? – Any levantou a cabeça rapidamente, duvidando de seus próprios ouvidos.
-Meu pai mudou a cor, ele escolheu azul e só por isso, por ele, que eu não voltei para o verde – ele sorriu de lado, sem ânimo. – Acho que a Sophie estava certa, nós somos almas gêmeas.
-Nós... Não somos, não podemos ser – a primeira lágrima escorreu pela bochecha da menina.
-Como não, Gabrielly? Eu sei que você se sentiu da mesma forma que eu – ele colocou algumas folhas de papel sobre a cama, achando a que se referia. – Nosso primeiro beijo.
"Londres, Maio de 2018
É, acho que além das minhas pernas estarem tremendo, minhas mãos também foram afetadas. Eu deveria ter imaginado... Só com um simples abraço, eu já me derretia (como ele faz questão de lembrar)... Um selinho, eu quase derrubei o prato de comida na escada... E agora? Estou sentada no ônibus de turnê da apresentação de dança (tentando não pirar com esse fato) e usando o laptop do Lamar (ainda não me acostumei com isso, ser uma deles) e tentando escrever sobre o momento mais surreal da minha vida. Eu beijei o Josh. Eu, Any Gabrielly, beijei Josh Beauchamp. Ou melhor, ele me beijou! Eu chorei na frente dele, e ao invés de rir da minha cara, ele me abraçou e disse coisas fofas... E eu fiquei meio desnorteada por tê-lo tão perto, com o cheiro dele, e como sempre eu fiquei completamente mole.
Eu queria entender como eu consigo brigar tanto com ele sem agarrá-lo? Como eu consegui durante tanto tempo chegar tão perto para gritar ou bater nele, e não beijá-lo?
Meu Deus, já tem quase uma hora desde o beijo e eu ainda sinto uns calafrios... É muita doideira fechar os olhos e conseguir sentir as mãos dele na minha cintura? E no rosto? Tô ficando doida, porque eu sinto!
Oh Deus, Beauchamp seu idiota mais lindo da face da Terra, por que você resolveu mexer justo comigo? Com a minha cabeça, que já não era muito normal? E meu coração...? Que anda tão machucado desde a ida da Sophie pro céu (né amiga? Tá arrasando nas estrelas, colocando mais cor nessas nuvens). Parece que a cada olhar que ele direciona a mim nesse ônibus, um corte deixado pela Sophie se fecha, cura. Se continuar assim, em breve terei meu coração saudável de volta, com um novo morador."
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A Garota da Porta Vermelha - Beauany
Fanfic⚠️essa fanfic não é autoral, é apenas uma adaptação. Todos os créditos estão reservados à Bruna Dugrey.⚠️ •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• Sinopse: Qual a possibilidade de parar justo na casa dos Beauchamp em...