A LENDA DO REINO DOS BEIJA-FLORES.

A REVELAÇÃO DO SEGREDO DOS AZUIS.

II CAPITULO

A princesa nunca tinha sentido-se tão feliz. Achava divertido burlar a vigilância do castelo e ir ao encontro do seu jovem namorado.

Mas, um belo dia, tudo mudou quando descobriu que estava esperando um ovinho.
Surpresa e assustada, entrou em pânico, pois sabia que seria difícil manter o seu segredo por muito tempo, estando ela naquela situação.

Começa ai o seu drama. Sabe que, se revelar ao jovem que estava grávida, teria que explicar a ele o porquê do seu temor e o motivo para isso, o que implicaria em revelar a sua verdadeira identidade, o que, fatalmente selaria o fim ao relacionamento.

E mesmo levando em conta que o jovem amarelo aceitasse a condição de ser ela uma nobre e estar grávida, teriam que compartilhar os receios e as duvidas que pairava sobre a maioria do beija-flores, pois ninguém sabia como é um filhote de uma beija-flor azul com um amarelo.

Os dias passaram. A princesa sem saber o que fazer, resolveu apelar para a amiga que a tinha apresentado ao jovem.

Sem saber de nada, o jovem amarelo promoveu o encontro entre elas. O encontro aconteceu no meio da floresta, longe dos olhares do jovem amarelo.

Foi um encontro feliz. Elas conversaram suficiente para a princesa sentir que podia confiar nela e abriu o coração e revelando o drama que estava vivendo.

Ao ouvir a história, a beija-florzinha amarela desesperou-se. Sabia que, se os nobres azuis descobrissem ou soubessem da sua cumplicidade no romance da princesa, o rei puniria, não só ela, mas a todos seus familiares, os enviados para o lado mais escuro da floresta. Um lugar de onde jamais alguém conseguiu voltar.

A princesa chorou, pediu por tudo de mais sagrado que a amiga a compreendesse a situação e ajudasse. Foram tantas as súplicas e apelos que findou por convencer a amiga a ajudá-la.

Porem, no momento em que a amiga prontificou-se em ajudá-la, aconteceu algo que mudaria para sempre a história dos beija-flores.

A princesa ficou tão feliz, mais tão feliz que, começou a sorrir, dançar e movimentar as asas com tanta rapidez que levantou voo e rodopiou no ar.

Ao ver a princesa flutuando, a jovem amarela paralisou, revirou os olhos e caiu desmaiada.
A princesa desceu rapidamente para verificar o que tinha acontecido.
Pegou a amiga pelas asas e começou a balançar freneticamente na tentativa de reanima-la. Mas tudo em vão, a amiga continuava imóvel no chão.

Vendo suas esperanças desaparecendo, a princesa gritou, pedindo socorro. Mas estava muito distante para ser ouvida. Depois de muito esforço e sofrimento, a princesa finalmente conseguiu fazer a amiga abrir os olhos. E chorando abraçada a ela, quis saber o motivo do desmaio. Para sua surpresa, a amiga, ainda com a expressão de assustada no rosto, a empurrou para longe, pedindo que se afaste.

Surpresa, a princesa afasta-se tentando entender o motivo de tanta hostilidade.
E, analisando com calma a situação, percebeu o tamanho da bobagem que fizera.

No momento de felicidade, esqueceu que os beija-flores amarelos não sabiam o que era voar, isso foi um choque para a jovem e só complicava a situação. Pois, sem querer, revelou a ela um dos mais bem guardados segredos dos azuis. E esse ato era imperdoável entre os nobres da côrte. Se eles descobrissem o acontecido, as duas seriam condenadas à morte nos calabouços do castelo.

Depois de muitas horas de conversa e paciência, a princesa conseguiu acalmar a amiga e faze-la entender a delicada situação em que as duas acabaram se envolvendo.

Sem ter outra opção, a princesa revelou toda verdade por trás do que sua amiga acabará de presenciar. Mas, deixando claro que, se isso fosse revelado a mais alguém ou chegasse aos ouvidos do rei, as consequências seriam terríveis.

Restou a elas fazerem um pacto de silêncio e manter no mais absoluto sigilo o acontecido. E, para que tudo corresse bem e a princesa seguisse tranquila disfarçando a gravidez, a beija-florzinha amarela fingiria-se de grávida, e assim, quando o beija-florzinho viesse ao mundo, seria fácil todos acreditarem que o beija-florzinho era filho da beija-florzinha amarela, evitando todos os problemas que poderiam ocorrer se soubessem que era filho da princesa dos Azuis com rei dos artistas Amarelos.

Para o plano dar certo, a jovem beija-florzinha amarela teria que casar-se o mais breve possível com o namorado e no primeiro mês de casada fingir-se de grávida.
Decidiram pôr o plano em prática o mais breve possível, sem que namorado  desconfiasse de nada, para não correm o risco do segredo ser revelado.

Mas, para que o plano desse certo um pequeno detalhe precisava ser resolvido. O jovem namorado da beija-florzinha amarela, há tempos não demostrava está disposto contrairmatrimônio tão cedo.

Mas para resolver isso, a princesa elobarou um segundo plano infalível e, optou por não contar a amiga.

Ao se despedirem a princesa foi direto casa do amigo pintor e pediu a ele que produzisse uma tinta especial de seiva florescente e pintasse suas penas, argumentando que era para fazer uma surpresa a sua nova amiga.

Chegando a noite, a princesa com as penas pintadas em cores florescente, usou o dom de voar e foi até o ninho do namorado da amiga. Esperou o momento certo e entrou voando pela sala.

Ao ver a beija-flor iluminada entrar pela porta da sala, o jovem assustou-se e caiu de joelhos pedindo por tudo que a beija-flor iluminada poupasse sua vida.

A princesa o acalmou e apresentando-se como enviada do grande beija-flor branco que tinha vindo para avisa-lo que sua namorada tinha sido fertilizada pelo espírito do grande beija-flor e que, em breve, daria a luz ao beija-florzinho enviado pelo grande beija-flor para libertar os amarelos da escravidão e o jovem tinha sido o escolhido para ajudá-la nessa missão. E para isso, teriam que casar-se o mais breve possível com sua namorada.
Dizendo isso, a princesa bateu asas e partiu.

Espantado e quase sem acreditar no que tinha visto, o jovem não teve duvida, em poucos dias, ele e a namorada estavam morando sob o teto no mesmo ninho.