A LENDA DO REINO DOS BEIJA-FLORES.

O NASCIMENTO DO OVINHO

III - Capítulo

Chegou o dia da princesa dar luz.
Como combinado, ela e a amiga se encontraram no meio da floresta.

A beija-florzinha amarela estava ansiosa para ver o ovinho vir ao mundo, existiam muitas histórias estranhas envolvendo casos parecidos no reino,  ali estava uma boa oportunidade de tirar suas dúvidas.

A princesinha revelou ter perdido noites de sono preocupada com o aspecto que poderia ter o futuro filhote; teve pesadelos horríveis envolvendo o nascimento dele.

As duas conversaram bastante e as duvidas não se dissiparam. Confusa com a situação, decidiram que, quando o ovinho viesse ao mundo, o melhor seria quebra-lo para evitar surpresas desagradáveis.

As horas passaram. Finalmente ovinho veio ao mundo. Elas ficaram maravilhadas com a beleza da coloração do pequeno ovinho. Nunca em suas vidas tinham visto algo tão belo.

O ovinho brilhava como esmeralda ao sol, a floresta ao redor parecia festejar seu nascimento.

A beija-florzinha amarela, muito triste, afastou-se a procurar de algo resistente para quebra-lo. A princesinha afastou-se para não ver a cena.

Com um pedaço de madeira, a beija-florzinha amarela aproximou-se para desferir o golpe fatal no ovinho. Mas, seu instinto feminino materno falou mais alto e ela não conseguiu desferir o golpe.
Chamou então a princesa para ajudá-la.  Por uns instantes as duas ficarapm imóveis olhando para o ovinho sem dizer uma palavra e, sem saber o que fazer.

Depois de algum tempo observando e admirando o brilho radiante do ovinho, concluiram não ter coragem de destruir uma coisinha tão pequena, frágil e indefesa pois não parecia justo sacrificar uma vidinha que não tinha a menor chance de defesa.
Abracadas as duas choraram.

Depois de conversarem bastante, optaram por não sacrificar o ovinho e correr o risco de chocá-lo sem se preocupar com o seu futuro.

A partir desse dia, a beija-florzinha amarela assumiu a responsabilidade de esquentar o ovinho diariamente e a princesa, firmou o compromisso de visitá-la durante esse período e, ajudá-la até o dia do beija-florzinho vir ao mundo.

Porém, no porão do castelo o velho bruxo alquimista fazia os trabalhos , quando de repente um clarão iluminou o ambiente e ele teve a visão em via surgi no céu uma enorme flor de cor estranha que se movimentava deixando um rastro iluminado na imensidão azul. A misteriosa flor era conduzida por um beija-florzinho de cor estranha que anunciava o fim do reinado do azuis.

Em meio a essa movimentação uma voz poderosa bradou entre as quatro paredes informando ao bruxo que o ovinho que trazia o novo rei dos beija-flores já estava sendo chocado em algum lugar no reino.

Surpreso e assustado, o bruxo correu para informar ao rei. O rei logo quis saber onde estava o ovinho. O bruxo não tinha essa resposta e pediu ao rei que agisse rapido, pois corria um sério risco de perder o trono.

O rei convocou uma reunião com os conselheiros e o comandante do exército e ordenou ele reunisse a tropa e vasculhasse todos os ninhos do reino e recolhesse todos ovinhos que encontrasse pela frente, não importava se fosse de uma beija-flor azul ou amarela. Todos ovinhos teriam que ser recolhidos e levados para lado escuro da floresta.

Ao saber das ordens dadas por seu pai a princesa foi correndo ao encontro do comandante e pediu a ele que não deixasse seus comandados entrarem em uma determinada área da floresta, tida como sagrado para família real.

O comandante não ousou questionar a ordem, pois sabia que pagavam caro os que ousavam questionar um pedido de um membro da família real.

Em toda a existência do reino nunca
tinham sido vistas cenas tão tristes e cruéis. Em poucos dias todos os ovinhos do reino foram recolhidos, em meio à confusão, muitos se quebraram.

Uma tristeza imensa abateu-se sobre o reino. Por todos os lugares, papais e mamães beija-flores choravam por seus ovinhos. E graças à obediência do comandante, o belo ovinho cor de esmeralda continuou intacto e sendo esquentado pela beija-florzinha amarela no meio da floresta.