O BEIJA-FLORZINHO VIVE.

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                      VI - Capítulo

Ao chegar a gruta, todos ficaram surpresos ao ver que estava vazia. A mãe adotiva, nervosa, começou a andar de lado para o outro procurando uma explicação. A todo instante lembrava das palavras a princesa.

Perto dali, um beija-flores chama a atenção de todos pedindo que olhem em direção a uma árvore que existe perto da gruta.
Para surpresa de todos o beija-florzinho está pousado em um dos galhos da árvore olhando a todos sorridente. Assustados, alguns tentam fugir, mas, são impedidos pelos amigos do beija-florzinho.

Passado a surpresa,  o beija-florzinho dirigi-se a eles e explica o porquê de  ainda estava vivo; revela que foi possível essse feito graças aos truques das artes dos nobres a mãe tinha ensinado a ele, foi assim que fingira-se de morto para enganar os azuis.

Todos estavam impressionados. Seus amigos sabiam que tinha chegado a hora do beija-florzinho deixar o convívio dos amarelos para cumprir sua missão. Era chegado  o momento de revelar o segredo que mudaria para sempre a história dos beija-flores.

O beija-florzinho pede aos amigos que façam uma demonstração do poder que ira liberta-los da rédea dos azuis.

Os amigos agitam as asas e flutuam no ar,  dando um show de acrobacias aéreas ao redor da gruta. Os que não conheciam o dom voar ficam boquiabertos; maravilhados com o que  veem.

Encerrada a demonstração, o beija-florzinho revela a todos que não conheciam o dom de voar que,  todos os beija-flores tinham esse poder, independentes das cores das penas.
E os Azuis, que eram menoria no reino, dominavam o dom e mantinham isso em segredo dificultando o acesso aéreo do beija-flores amarelos aos jardins secretos do reino. Desta forma, os amarelos eram escraviza-los pelo estômago com o rei mantendo a guarda as fontes de alimentos e as ferramentas para acessá-las em suas mãos.

Antes de partir o beija-florzinho pediu aos amigos que, repassassem os conhecimentos e ensinassem o segredo de voar a todos os amarelos. A partir desse dia teve início os exercícios visando um voar coletivo. Para que plano funcionasse, todos amarelos pararam de cortar ou, amarrar as penas das asas, como exigem as lei criadas pelo rei e seus conselheiros. Era a obediência a essas leis que dificultava que os amarelos descobrissem o dom de voar, e com ele, mudar a realidade em que viviam.

O beija-florzinho deu instruções detalhadas de como deveriam ser feitos os exercícios sem levantar suspeitas, e, prometeu que quando todos tivessem prontos, ele voltaria para conduzi-los a nova morada; ao novo reino.

Depois desse dia o clima entre os amarelos ficou mais agradavel tinha uma alegria no ar. Sigilosamente os amarelos iam se exercitando na floresta, dominando e aperfeiçoando a arte de voar.

Os azuis desconfiavam ao vê os amarelos alegres e cantado sorridentes. Sentiam que algo estava acontecendo, mas não imaginavam o que podia ser.

Os amarelos trabalhavam, e, nos intervalos, dançavam  e cantavam canções de exaltação a liberdade e a paz entre os beija-flores.

A repentina mudança de comportamento dos amarelos deixou apressivos os conselheiros do rei que passaram a  redobrar  a atenção, sem desconfiar do que acontecia às escondidas na floresta.

Para se previnirem, primeiro  proibiram os amarelos de cantarem canções que exaltavam a união e a liberdade entre os beija-flores.

Comessaram a perseguir e prender os que desobedeciam as ordens, mais tarde, estederam essas prisões os que propagassem ou exaltassem os ensinamentos e as histórias contadas pelo beija-florzinho. Os que ousassem ignorar as novas leis, eram presos e severamente punidos.

O ano passou e chegou o período da grande festa do reino. Como de costume, as ruas ficaram lotadas de beija-flores azuis e amarelos. As caravanas de artistas amarelos chegavam e se apresentavam por todos os lugares.

Os três primeiros dias de festas foram explosões de alegria nunca vista em toda história do reino.
O rei, como de costume, se divertia no camarote real observando os brincantes. Os conselheiros olhavam desconfiados a movimentação dos amarelos. Alguma coisas não fazia sentido. Pois, diferente dos anos anteriores, a festa estava tranquila, sem o registro de uma cena de conflito.

Chegou o dia de encerramento dos festejos. Os amarelos foram para a praça central realizar a festa de confraternização final de mais um período de festas e brincadeiras no reino.

O Sol brilhava majestoso. Os amarelos cantavam, sorriam, brincavam, cutucavam e puxavam as penas dos azuis que, não conseguiam entender o por que do comportamento irreverente dos amarelos. Nunca os tinham vistos tão agitados e felizes.

A LENDA DO REINO DOS BEIJA-FLORES.Onde histórias criam vida. Descubra agora