A REVOADA FINAL.

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VIII - Capítulo

O rei ordena ao comandante que os detenham a qualquer custo. A princesa intervem aconselhando que não tentem nada, informando a eles que os amarelos estão em maior número e que agora todos conhecem muito bem o grande segredo dos azuis.

Os nobres ficam atônitos com a informação, não acreditam que todos amarelos presentes saibam voar.

Os músicos voltam a empunhar os instrumentos. O jovem rei dos artistas amarelos e a princesa iniciam uma canção de exaltação aos sonhos dos que amam e a beleza dos que são livres para amar.

O beija-florzinho dar meia volta no ar e junto com os pais, pede a todos que os sigam.

E seguindo o ritmo da música, os amarelos batem e aceleram os movimentos das asas até alcançarem a velocidade para alçar voo, e como tinham ensaiado, fazem uma revoada coletiva.

Os movimentos das asas dos amarelos produzem uma tempestade que joga longe a coroa do rei e os enfeites dos camarotes real; mesas e carruagens saem voando pelas ruas, virando de pernas para o ar.

Uma boa parte dos azuis que admiram a princesa, atendendo ao seu convite, juntam-se eles.

Lá no alto, azuis e amarelos misturam-se formando o desenho de uma linda flor de cor esverdeada que soa como um convite aos  que ainda estão indecisos observando a revoada.

E, para decepção dos nobres, outra centenas de beija-flores azuis alçam voo e vão juntar-se a eles.

Em pouco tempo no centro da aldeia é um imenso vazio, resto de fantasias e pedaços de camarotes espalhados por todos os lados.

Os membros da familia real permanecem no que restou do camarote, acompanhando pelos amigos fiéis da coroa, ele olha confusos para o céu, tentando entender o que aconteceu. Tudo foi tão rápido que parecia um sonho.

Desorientado e sem saber o que fazer, o rei desce do camarote quebrado e pede que tragam a carruagem para conduzi-lo ao castelo.

Passado alguns minutos a carruagem não aparece. O rei esbraveja pedindo que agilizem a condução.
E nem sinal da carruagem.
Só então percebe que os beija-flores que serviam de escravos e conduziam as carruagens, tinham partido com o beija-florzinho verde. Resta a eles que, não sabem manejar carruagens, lamentarem o acontecido e voltarem a pé para o castelo.

Daquele dia em diante, sem ter os amarelos como escravos, os azuis passaram as lavar suas roupas; preparar suas comidas, arrumar suas casas etc. Resumindo, o reinado dos azuis chegou ao fim.

Distante dali, no meio floresta, acontece uma grande e harmoniosa festa de confraternização com a participação de azuis e amarelos. O beija-florzinho verde é aclamado por todos, o novo rei dos beija-flores, em seu primeiro ato, o beija-florzinho pedi aos beija-flores que voem pelas florestas e colham sementes de arbustos que florescessem e semeem em todos os lugares férteis que encontrarem na face da Terra.

Decreta que, daquele dia em diante, não existiam mais classes de beija-flores superiores e inferiores. Todos seriam tratado como iguais e respeitados como nobres; como reis e rainhas. E assim foi feito.

No novo reino os jardins funcionam como um grande calendário de flores.
Todos os meses do ano, fontes de néctar naturais jorram por todos os lugares da cidade. A qualquer hora do dia ou da noite, todos podem bebericar néctar a vontade.

Ao chegar a primeira primavera no novo reino, eles organizam uma festa especial. E, sob a orientação do beija-florzinho, aconteceu a coroação coletiva dos beija-flores azuis e amarelos.

A partir desse dia, todos  são oficialmente, reis e rainhas; têm autoridades de nobres. E por aclamação, coroam o beija-florzinho, o rei dos reis dos beija-flores.

A paz volta a reinar entre eles. Azuis e amarelos agora podem namorar e casar sem problemas. E o resultando dessa liberdade, é o surgimento de uma geração de beija-flores coloridos vivendo em harmonia, e, através dessa união, simbolicamente trazem de volta o grande beija-flor branco, que passa a viver por eles, com eles e para eles, por todo o sempre.

E para que nunca mais os beija-flores sejam dividos pelas cores de suas penas e o dom de voar não seja esquecido, o pequeno rei dos reis dos beija-flores decreta que, a partir daquele dia, todos os beija-flores para se locomover são obrigados a usar as asas.

Aos poucos, os beija-flores foram se adaptando a um novo modo de viver e se movimentar usando as asas.

E até hoje esse costume é rigorosamente seguido. Você nunca vai verá  por ai um beija-flor andando. Pois a partir desse dia, para se locomoverem, eles voam!

E a sábia força dos ensinamentos contidos da lenda do reino dos beija-flores, ultrapassou as fronteiras do novo reino e alcançou outras espécies, outras civilizações e chegou a humanidade.

E os humanos, encantados com a sabedoria do pequeno rei dos reis dos beija-flores, adotaram as asas como um símbolo universal de liberdade. E é assim até hoje.

Por isso, toda vez que você vê uma flor brotando no meio do verde ou um beija-florzinho voando, lembre-se desta lenda contada pelo rei de Maracá na lendária aldeia dos contadores de histórias da floresta, e seja parte dessa aldeia levando a mensagem do novo reino  dos beija-flores a todos os cantos do mundo.

Ao encerra a narrativa, o Rei de Maracá deixar a seguinte mensagem aos novos contadores de histórias da lendária aldeia dos contadores de histórias da floresta:

Se imagine sendo um beija-flor, e toda pessoa a qual você se aproximar, imagina que ela é uma flor e você só vai buscar nela, o que ela tem de melhor em seu interior; o mais doce; o néctar da sua alma.

E toda pessoa que se aproximar de você, imagine que seja um beija-flor e você, é uma flor, ele só veio buscar o que você tem de melhor; o mais doce; o néctar da tua alma.

Quando todos estiverem agindo assim, veremos beija-flores e as flores humanas tomando conta da Terra.

É o reino que não é desse mundo, mas que pode se estabelecer entre nós; por nós dentro da realidade que vivenciamos.

E assim, a Terra desabrochará como uma colossal flor dentro desse imensurável jardim cósmico, atraindo o grande beija-flor divino das esferas mais distantes, para, bebericar o néctar da paz e do amor da humanidade e levar o hálito perfumado para iluminar e pacificar outros mundos; outras frequências; outras dimensões..

Obs. Se você imaginar que as pessoas são beija-flores, você estará agindo como criança, e, portanto, ao ver as pessoas caminhando, elas não estarão andando, porque beija-flores não andam, beija-flores, voam!
Portando, as pessoas estarão voando. Eis a visão dos anjos; do céu na Terra.

Como diz o espírito da filosofia da paz no mundo através do amor ao próximo:

"Pra ver o reino do céu na Terra, tem que se assemelhar a uma criança".

"Nas sementes de hoje estão as flores que atraem os beija-flores de amanhã" - Rei de Maracá

Fazendo uma relação da lenda com a história da humanidade, uma boa reflexão que ela desperta é, imaginar que os beija-flores são seres humanos e as flores, são frutos.

E, sem nenhuma intenção proselitista, cito aqui o que está escrito no livro de apocalipse e que nos dar uma boa ideia do que vem a ser a grande árvore da vida, citada por João no versículo 22:02:

"No meio da praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que dá doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. "

Um abraço cósmico nativo, do Rei de Maracá.

Ama! Amar é tudo.
Brilha pra sempre sua luz!

A LENDA DO REINO DOS BEIJA-FLORES.Onde histórias criam vida. Descubra agora