17. Um belo dia

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Jungkook se encontrava sobre um tronco de árvore caído, olhando para o horizonte.

Sua lombar doía pela noite de núpcias e por terem feito sexo logo ao acordar no sofá em frente à lareira. Mas agora, enquanto observava as montanhas ao longe, encobertas pelo verde da floresta, ele podia sentir a pequena tensão que se formara entre os dois.

Jimin não tinha dito nada desde que resolveram sair para caminhar. Jungkook o tinha flagrado vez ou outra estendendo a mão como se quisesse tocá-lo no braço, ou nas costas, e até mesmo segurar a sua mão enquanto caminhavam por entre as árvores e subiam a colina. E isso doía. Doía mesmo.

Agora, Jimin estava sentado no chão, encostado contra uma árvore a alguns passos de distância. Ele olhava para as próprias palmas enquanto parecia pensar sobre algo, as sobrancelhas loiras franzidas de uma maneira fofa.

Jungkook respirou fundo e fechou os olhos, não aguentando mais aquele silêncio sufocante. Estavam assim, nesse clima, desde que haviam saído do quarto para tomar café, não muito tempo atrás.

- Espero... - a voz de Jimin soou por entre as árvores, parecendo um pouco tímida. - Ah. Esqueça.

Jungkook se virou para olhá-lo, reparando que as bochechas do rapaz estavam coradas e ele tinha a cabeça abaixada.

- O que foi? - perguntou.

Jimin mexeu os ombros como se não fizesse diferença.

- Não foi nada.

- Fale. - disse. - Sinceridade, lembra-se?

Era injusto usar as palavras de Jimin contra ele mesmo, mas Jungkook não queria voltar ao silêncio.

Os dedos das mãos do Park se entrelaçaram e ele dobrou uma das pernas, fazendo o kilt verde dos Namikaze (tiveram de devolver o vermelho para a sua antiga dona) escorregar pela pele de suas coxas. Jungkook se lembrou de que os escoceses não usavam nada por debaixo do kilt e manteve o olhos fixos nos de Jimin, que havia acabado de erguer sua cabeça e o encarava de um jeito estranho.

- Eu ia dizer - Jimin falou. - que esperava que aquele que teve a honra de se deitar com você pela primeira vez tenha sido tão generoso com você quanto você foi comigo. - ele sorriu pequeno, parecendo constrangido. - Mas, pensando melhor, não soava muito bem. O que eu queria dizer... bem, tudo o que eu queria era dizer muito obrigado.

- Obrigado? - Jungkook repetiu. - Isso não teve nada a ver com generosidade, Jimin.

Ele o encarou com ironia.

- Sinceridade, hein? - provocou, mas logo seu sorriso crescia e crescia, ocupando todo o seu rosto e chegando aos seus olhos azuis.

- É verdade. - Jungkook tentou parecer sério mas, para seu horror, ele começou a sentir suas próprias bochechas ficando coradas de repente. - Em nenhuma das vezes foi por generosidade.

- Nem mesmo hoje de manhã, depois da nossa conversa? - Jimin não estava acreditando no que dizia. - Você sentiu dó de mim, Jungkook. Não precisa ter medo de admitir, está tudo bem.

- Eu disse que seria sincero com você.

Os lábios dele se abriram como se ele fosse falar algo, mas não falou. Ficou em silêncio e virou o rosto para o lado, assumindo uma feição concentrada.

Então, ele se levantou do chão e caminhou até o tronco de árvore caído, sentando-se ao lado de Jungkook.

- Posso? - perguntou, levantando uma das mãos.

Jungkook não sabia do que ele estava falando em fazer, mas não se importou em assentir minimamente, permitindo que ele o tocasse.

Jimin pegou a sua mão e se aproximou sobre o tronco. Ele se virou, passando uma das pernas para o outro lado da madeira, e logo puxou Jungkook para perto, colando seus corpos e o deixando entre as suas pernas.

SÉCULOS - jikook. (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora