SÉCULOS - jikook. (FINALIZADA)

34. Ailee Hozuki

Assim que Jimin começou a subir as escadas que levariam até a sala de Min-Ki, sabia que estava ferrado.

O cheiro de conflito, disputa de poder e fúria poderia ser sentido há vários metros de distância, e provavelmente todos os empregados ômegas haviam sido instruídos para que se mantivessem distantes daquela área do castelo até que as coisas se amenizassem.

O aroma de um alpha lúpus, impondo sua presença, sempre seria um desafio para Jimin. Sua natureza implicava para que também se impusesse sobre a situação, disputando pelo poder do território. Entretanto, se quisesse permanecer hospedado em Leoch, controlar sua presença era um dos mínimos requisitos necessários.

Dessa forma, subiu as escadas com a respiração acelerada e procurando dedicar sua atenção somente ao machucado saturado na lateral de seu corpo. Ainda doía, embora Jungkook houvesse feito um belo trabalho. E pensar em Jungkook também funcionava como uma maneira de manter a cabeça no lugar.

Quando chegou ao final das escadas, acompanhado por Mark, que também parecia estar tendo dificuldades em lidar com aquele aroma conflituoso (mesmo sendo um beta), Jimin pôde escutar vozes raivosas vindo de dentro da sala.

Mark abriu a porta com as mãos um pouco trêmulas, permitindo que entrassem.

Kwan estava lá dentro. Em pé, no meio da sala, com o rosto avermelhado pela ira e parecendo abismado demais para que conseguisse formular alguma frase plausível para a situação. Vestia-se com o kilt dos Namikaze e usava um casaco preto sobre a camisa de linho.

Junto dele, Min-Ki também estava de pé, mesmo que com as pernas atrofiadas pela doença que carregava. Seu longo cabelo negro estava preso em um rabo e seus olhos amarelados brilhavam sob a luz vinda da janela aberta, próxima da grande gaiola cheia de cobras.

A presença de Min-Ki encobria o cômodo. E Kwan também deveria estar se esforçando muito para que mantivesse a mente sã, evitando um novo conflito entre irmãos.

- Você voltará para sua própria casa amanhã de manhã. - disse Min-Ki; a voz densa e carregada. Olhava para Kwan como se já não o conhecesse mais. - Irá visitar o túmulo de sua esposa e permanecerá em sua propriedade até eu mandar que volte para Leoch. Não o quero mais aqui.

Kwan comprimiu os lábios e seus olhos se tornaram escuros.

- Está me exilando. - falou. Não era uma pergunta. Houve uma pausa, deixando a sala silenciosa, e Kwan pareceu estar digerindo aquela informação. - Por quanto tempo?

Um sorriso cruel tomou conta dos lábios de Min-Ki.

- Até você voltar a ter bom senso. - disse, calmo. - É claro, se você ainda for capaz disso.

Embora, pelo seu tom de voz, Min-Ki aparentasse se encontrar completamente sob controle, a maneira como sua mandíbula estava contraída e seu aroma, impregnado na sala, demonstrava o contrário.

Jimin permaneceu afastado, próximo da parede perto da porta. Mark ficou ao seu lado, ambos com os corações acelerados e sem saber ao certo como interpretar aquela discussão.

- Está me pedindo para fazer o que não posso. - Kwan falou, e a tensão no ar poderia ser cortada por uma navalha.

- Não estou pedindo para você fazer nada, seu idiota. Eu estou mandando.

Novamente, mais uma pausa veio. E Kwan tinha o rosto completamente avermelhado quando continuou:

- Eu não vou rejeitar Ailee Hozuki.

Aquilo foi o suficiente para que Min-Ki desistisse de manter a calma.

- Nem o marido dela a rejeitou, e veja o que ela fez com ele! - exclamou.