Capítulo 02 Q.T.

2K 185 74
                                    

PO'V REGINA LESTRANGE

Só pude voltar para casa em meados de junho, duas semanas após comprovada a morte da senhora Blum, tudo virara um inferno na casa de Cat mas a comprovação daquilo pôs um fim na angústia, nas suposições e na busca incessante. Agora só restava a tristeza e a dor. E eles não precisavam mais de mim para ajunta-los os caquinhos, agora que restava apenas o contentamento e a única cura era o tempo. O elfo dos Black, agora com tempo livre ofereceu-se para cuidar dos mesmos, falando que a patroa tinha apreço por aquela família, quando perguntado sobre seu paradeiro lhe foi dito o mesmo que nos jornais, desaparecida. A culpa apertou-me de tal modo que me despedi de Cat dias depois e parti para casa, tinha passado o aniversário de dezessete anos na casa dela e tinha saudades dos meus pais.

Abracei minha mãe fortemente assim que está abriu a porta.

— Gina, filha. Que saudades. — disse ela ao me comprimir em seus braços. Era reconfortante sentir o perfume de amêndoas e flores silvestres, características de seu perfume favorito. Só meus pais me chamavam de Ginna, me aconcheguei mais um pouquinho nela. — TED! REGINA CHEGOU.

Passos se ouviram pela escada e pude ver papai por cima dos ombros da minha mãe. Me soltei dela e fui abraça-lo, ele abriu um sorriso enorme assim que me viu.

— Filha. — falou em meus cabelos antes de me afastar e me olhar afetuosamente.— Esta bem? Esta do mesmo tamanho que a vi da última vez.

Fingi indignação mais fracassei, logo rindo.

Minha mãe disse que o almoço estava quase pronto e me disse para ir deixar minhas coisas no quarto e me arrumar para comer, porque tinhamos visitas. Mudei logo de assunto, a tia desempregada e faladeira do papai era uma hospede constante por ali, e era tenebrosamente afetada, como uma matrona vitoriana. Com roupas preto e branco que a faziam parecer um TV velha.

Tomei um banho rápido, coloquei uma camisa grande solta e um shorts confortável, amarrando o cabelo em um rabo de cavalo médio, tinha cortado cinco dedos do cabelo recentemente. Verifiquei no espelho de parede que estava muito simpática, então cruzei a casa, vendo que meu quarto era no primeiro andar junto ao de hospedes, os outros dois quartos estavam no segundo andar junto ao escritório.

Ouvi do pé da escada vozes animadas na cozinha, o cômodo após a sala de visitas e um pequeno corredor se encontrava com a porta levemente aberta. Apressei os passos animada ao reconhecer as vozes de meu pai, minha mãe, Tonks e Tomás, nosso vizinho trouxa e meu melhor amigo. Fiquei muito feliz  em ter chegado durante um visita de Tonks, pois eram cada vez mais raras, e fazia bastante tempo que não conversava com Tomás, vendo que eu estudava em um internato e ele não era dado a escrever cartas, fato que me fazia ficar grata ao esforço quando uma carta sua chegava, porque eramos amigos desde pequenos, vendo que quando eramos crianças estudamos na mesma escola primária trouxa e eu o adorava como a um irmão.

Abri a porta com um solavanco e um sorriso no rosto, que foi substituído por confusão, quando me dei conta que haviam mais de quatro pessoas na sala. A quinta era uma mulher aparentemente bem jovem e se sentava de costas para mim na cadeira, os cabelos eram longos e ultrapassavam o quadril, descendo em uma cascata plana e negra como o carvão, reluzente e cheio. Como em um comercial de cabelo. Os ombros desnudos mostravam um palidez albina. Era pra ela que olhavam um segundo antes que entrassem na cozinha.

A avaliação durou apenas um instante antes que a mulher virasse o  rosto em minha direção, o cabelo lhe caindo por um dos olhos de um cor indecisa, que devia se encontrar entre o azul e o verde acinzentado. Prendi a respiração e arregalei os olhos.

  ℬ𝓁ℴℴ𝒹 ℬ𝓁𝒶𝒸𝓀 Onde histórias criam vida. Descubra agora