Capitulo 3

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SABINA's POV

Acordo com o barulho mais alto que já escutei na minha vida. Eram por volta das 6 da manhã. Enrolei na cama por um tempo pensando que se fosse assim todo santo dia, eu não iria aguentar ficar aqui por 3 meses. Daqui a pouco eu desperto do meu sono assustada, olho em volta e não havia mais ninguém na cabana, pego meu celular e são 06:30. Levanto correndo e vou procurar uma roupa pra vestir. Por que as meninas não me acordaram? Elas simplesmente me deixaram para trás. Pior ainda, como eu não acordei com o barulho que elas devem ter feito? E aqui achando que eu já tinha feito amizades.
Não demoro muito para me arrumar, chego no refeitório e não tem mais nenhuma fruta com uma boa aparência, aparentemente eu teria que chegar cedo se quisesse comer bem. Encontro onde as meninas estavam e sento com elas.

- A bela adormecida apareceu! Relaxa que você não foi a única do acampamento que não acordou. - olho para Joalin e dou um sorriso forçado e logo depois levo minhas mãos à cabeça.

- Não vai comer nada? Fiquei sabendo que a gente vai fazer uma trilha agora.

- Eu ia pegar uma maçã, mas todas as que sobraram estão ruim.

- Toma, você pode ficar com a minha. Eu não iria comer de qualquer jeito. - Uma menina que estava sentada na mesa com a gente me da sua fruta. Uma loirinha com os olhos lindos.

- Obrigada! - falo dando uma mordida na maçã. - você escolheu muito bem.

- Aha acho que é um dom - a garota fala rindo - Qual seu nome?

- Sabina, sou da cabana 25. Junto com essas três.

- Prazer! O meu é Sofya, e eu tenho o azar de ser irmã dessa daí. - a garota aponta para sina, que devolve com um olhar de raiva.

Mais um tempo passa e somos todos levados para o centro do acampamento, onde eles anunciam que acordamos cedo assim pois tínhamos um passeio para fazer. O passei consistia em uma trilha de 40 minutos e por fim nós andaríamos de canoa do rio.
A caminhada estava bem tranquila, porém se continuássemos naquela velocidade, nós só chegaríamos em 2021. Sina e a outra garota morena cujo eu ainda não sei o nome estavam bem lá na frente. Eu e Joalin éramos sempre as últimas, e ela sempre tentava acompanhar meu passo. A maioria das garotas pareciam já ter amizades formadas, e provavelmente já estiveram aqui em anos anteriores.
40 minutos de silêncio depois, finalmente chegamos no lago que era nosso destino final. O instrutor pede para nos separarmos em dupla e assim irmos para fila das canoas. Cada 4 duplas tinham 10 minutos para usar a canoa e voltar.

- Quer ir comigo? - pergunto me referindo a Joalin.

- Não é como se eu tivesse escolha mesmo. - ela fala mal olhando para minha cara e indo para fila.

Fico me perguntando em que mundo eu achei que essa garota seria legal comigo. Por que ela é tão grossa mas tão legal quando ela quer?
Depois de 30 minutos, a nossa vez chega. Joalin fica na parte da frente eu na de trás. Ela começa a remar um pouco rápido demais.

- Joalin, eu acho que a gente está ultrapassando o limite de velocidade - vejo quando avisto uma pedra se aproximando da gente.

- Eu não sei como parar! A corrente parece que puxa o remo por si só. - ela fala tentando tomar controle dos remos

- Solta o remo então!

- MAS AI A GENTE NÃO VOLTA!

- MELHOR DO QUE A GENTE BATER NA PEDRA E AFUNDAR!

- AFUNDAR... - Joalin não consegue terminar a frase pois o impacto da canoa com a pedra nos fez cair na água.

Vejo que os monitores não parecem estar prestando atenção na gente, procuro Joalin em volta e não a encontro. Depois de um tempo vejo que ela parecia estar tendo dificuldade para nadar. Nado rapidamente até ela e a agarro pela cintura, tirando seu rosto da água. Joalin não parava de tossir, acho que ela não é uma das melhores nadadoras desse acampamento. A canoa está presa a pedra então vou nadando até a superfície. Algumas pessoas reparam na nossa situação e não falam nada, muito menos os monitores. Chegando na areia novamente, aviso a um dos monitores que a nossa canoa havia batido em uma pedra e ficou presa lá, o que acreditem, causou muita raiva na próxima pessoa da fila. Um dos moços nos pede para sentar em um banco que tem na redondeza e esperar todas as pessoas irem, porém vejo que Joalin ainda estava tossindo demais, e faltavam muitas pessoas para ir ainda.

- Vamos! - falo puxando ela por sua mão.

- Para onde? Eles nos mandaram esperar aqui.

-  Diz a menina que me enfiou no meio da floresta. Vamos para cabana, você está completamente molhada e aqui nesse lugar o sol não bate. Tem 60% de chance de você ficar resfriada. - saio andando enquanto puxo ela comigo.

- Você falou igualzinho a minha mãe agora. - solto a mão dela e ele surpreendentemente não foge.

Continuamos a caminhada com tranquilidade, a trilha era praticamente subidas e descidas em uma linha reta, e as vezes algumas curvas, então não era difícil achar o caminho de volta.

————— Quebra de tempo ————

Joalin já havia saído do banho e eu ouvia as outras garotas chegando nas cabanas. Joalin sai do banheiro já vestida, senta na cama e fica encarando o chão.

- Obrigada por me ajudar lá no lago. Se não fosse por você, eu teria afundado rapidamente. - a garota olha para mim e da um pequeno sorriso.

As outras meninas chegam na cabana e as duas vão direto para o banho. Cada cabana tinha um banheiro com 4 cabines. 2 eram chuveiros e 2 eram vasos sanitários, o que facilitava muito do que acampamentos que fazem um vestiário para todas as meninas. Eu particularmente gosto de ter minha privacidade.
Ficamos enrolando no quarto até a hora do almoço. Sina e a morena não paravam de tagarelar, Joalin estava focada lendo um livro e eu estava focada em tirar uma soneca.
O refeitório estava totalmente separado em panelinhas, cada mesa tinha no mínimo 3 panelinhas cada, e ninguém está sozinho nunca.
Depois do almoço fomos liberados a voltar a nossa cabana por um tempo. A única coisa que me lembro é que chego e apago na minha cama no mesmo segundo.

————— quebra de tempo ————

A nossa tarde foi bem relaxante, alguns ficaram na cabana, outros foram jogar futebol, outros vôlei, alguns foram para piscina, e assim foi indo.
Eu estava precisando enviar uma mensagem para minha irmã porém o sinal realmente não pegava. Depois de pensar bastante e ver que joalin estava muito concentrada em seu livro, resolvo achar meu caminho sozinha para a casa na árvore. Levanto da cama e pego um casaco pois estava levemente frio do lado de fora, no caminho para a trilha, eu passo na lojinha do acampamento e compro um salgadinho para comer.
Fico procurando algum lugar que não tenha árvores demais para passar e finalmente acho, penso duas vezes e então me enfio no meio da mata. Lembro que Joalin ficou andando para frente por uns 10 minutos, então eu repito seus passos.
Chego na trilha e então continuo andando, até que ouço um barulho de galhos quebrando um pouco atrás de mim, viro lentamente e solto um grito ao ver uma pessoa totalmente encapuzada.

- AAAAAAAAAAH - saio correndo e a pessoa sai correndo atrás de mim.

Eu nunca corri tão rápido e com tanto medo, e em um piscar de olhos, eu me encontro no chão. A figura encapuzada chega perto de mim e minha única reação é chorar e implorar pela minha vida.

- Ei, relaxa... tá tudo bem. - a figura agacha ao meu lado. Sua voz era tão doce quanto açúcar.

- Jo-Joalin? - falo com a minha voz trêmula

- Sim né, besta. Aqui é um complexo extremamente seguro, eu espero... - ela me ajuda a levantar. - quando te vi saindo sozinha do quarto, resolvi ir atrás de você para ter certeza que não ia se perder ou ser morta por algum animal - nós rimos.

- Você me deu um baita susto - soco de leve o ombro dela.

- Eu percebi, você só sabia implorar por sua vida. Eu acho que vou seguir essa carreira.

Nós voltamos a andar calmamente, aquela noite ia ser uma noite boa.

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Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de votar e comentar para me motivar a continuar escrevendo!
Bjs de luz!

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