<< Capítulo 26 >>

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Senhor Gomes na imagem (Diretor Eduardo Gomes)

Hoje o dia começou diferente do habitual. Pra variar acordei disposta, uma coisa raríssima tipo cometa Halley.

Minha mãe achou que eu estava com febre e meu pai limpou os óculos quando me viu descer as escadas.

É esse o nível de incredulidade de quem me conhece e sabe como sou.

Entro na estação de metrô e vejo Cloé vindo do outro lado supresa.

- Você chegou no horário ou ainda estou dormindo?? - Pergunta.

- Bom dia amiga como você está? Bem obrigada e você? Já chega assim é? - Abraço ela e ela me olha com um olhar debochado de indignação.

- Eu pensei que você ia chegar chorando as pitangas pelo "acidente" que a Ludmila causou na sua blusa ontem - Ela diz acidente fazendo aspas com os dedos.

Entramos no metrô lotado de Nova York, e por mais que eu ame essa cidade tenho que comentar: O lugar lotado e confuso! Só tinha um acento livre e eu deixei pra Cloé ficando em pé ao seu lado.

- Nem me fala, aquela blusa é minha queridinha que raiva daquela garota!

- Tem certeza que não quer se sentar? Eu fico em pé de boa - Cloé comenta me olhando.

- Não pode ficar. Por que você nunca aceitou as caronas do Tio? Aí não ficaríamos espremidas entre braços suados  - Tapo o nariz brincando fazendo Cloé sorrir.

- Você sabe Becca, meus pais vivem no telefone falando com clientes e resolvendo assuntos judiciais, odeio ir no carro e ele falando no telefone ou em uma conferência de última hora - Revira os olhos arrumando o cabelo no reflexo do celular - Além disso fizemos um trato lembra? Eu tenho permissão para andar de metrô contigo, mas você sabe que eu posso pagar as passagens sua chata.

- Nada disso, posso pagar 4 passagens de metrô diariamente. Você já faz muito por mim. As mensalidades da Presidente Kennedy é além do meu orçamento, os tios foram uns amores quando se ofereceram para pagar.

O metrô para e saímos, a escola fica apenas 2 quadras de distância.

- Eles te adoram não sei como você conseguiu isso! - Comecei a rir do seu comentário - É sério! Nem meus primos de sangue conseguiram tal ato, sem contar que quando pintei o cabelo Dona Marlene surtou lembra?

Chegamos finalmente na escola. É impressionante como podemos aproveitar mais o tempo quando não estamos correndo desesperadas pelo atraso. Meu atraso diga-se de passagem.

- Lembramos do que?? - Diana chegou aos pulos com um skate debaixo do braço - Bom dia olha que gracinha - Apontou radiante para o skate branco com estrelas, raios e caveirinhas.

- Que lindo não sabia que gostava de skates - Disse.

- Pois é nem eu! Christian me deu ontem quando chegamos em casa, sem motivo aparente. Nunca tinha andado de verdade, só via os meninos do meu antigo bairro andar.

Ela colocou o skate no chão e subiu nele com cuidado para não perder o equilíbrio. Conseguiu ficar por um tempo relativamente bom é comemorou, perdendo o equilíbrio e saindo dele.

- Do que estavam falando? - Perguntou repentinamente.

- Ah verdade, dos pais da Cloé. Mais especificamente da Tia Marlene mãe dela. Lembro da cara de horror quando ela apareceu com o cabelo colorido - Falei rindo, ela chegou a se engasgar com o café na época.

- É pintado? Jurei que era natural - Diana pega uma mecha do cabelo verde e azul de Cloé e analisa fazendo Cloé gargalhar.

- Meu cabelo consegue ser mais falso que o seu, se não estivesse desbotando iriam achar mesmo que você é ruiva - Cloé brinca mas Diana pareceu ofendida.

Sentiu minha falta @ ?Onde histórias criam vida. Descubra agora