<< Capítulo 39 >>

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- Suspensas?! Como assim suspensas?! - Minha mãe repetia no telefone conversando com o diretor - Minha Rebecca nunca se meteu em brigas, com certeza houve algum engano. Sim sim, eu compreendo só está fazendo seu trabalho. Certo, obrigada - Ela diz por fim desligando e se virando pra me encarar com aquele olhar.

- E-eu...

- Fica quieta que agora eu que vou falar e você vai me ouvir mocinha! - Eu fechei a boca no ato - Você acabou de ser suspensa por três dias Rebecca. Três dias. Para alguém que nunca foi sequer para a diretoria ou teve uma ocorrência, uma suspensão de três dias é muito não acha? O que você tem a me dizer sobre isso??

Ela me olhava desapontada e tudo o que eu queria era subir aquelas escadas correndo e ir para debaixo das cobertas. De onde eu não devia ter me levantado.

- Mãe não fui eu que comecei tudo isso, por favor acredita em mim - Disse com a voz baixa.

- Pelo o que eu entendi na chamada e pelo depoimento das outras meninas envolvidas, eu sou a mãe da louca que avançou na colega de classe por ciúmes de um menino - Ela diz e eu arregalo os olhos.

- O quê? Não! A Ludmilla me provocou e te rebaixou e eu não consegui ignorar mãe. As amigas delas são outras duas cobras que ficaram do lado dela e negaram minhas acusações. Eu juro mãe que eu não...Me desculpa.

Ela olhou para o alto piscando várias vezes e contraindo os lábios, ela só fazia isso quando segurava as lágrimas.

- Obrigada por tudo filha mas mesmo assim partir para a agressão não é e nunca vai ser a solução Becca. Toma um banho e vai para o seu quarto, quando seu pai chegar do serviço conversaremos qual será seu castigo - Escuto de cabeça baixa, subo as escadas e vou em direção do banheiro no andar de cima.

Me olho no espelho e vejo meu cabelo bagunçado pela briga, meu lábio inferior cortado e meus braços meio doloridos. Nunca pensei que estaria em uma situação semelhante a essa. Encarando uma Rebecca no espelho que não consigo reconhecer.

Encho a banheira com água quente, tiro a roupa e entro.

A água quente relaxa meus músculos e uma sensação boa invade meu corpo de imediato. Vou afundando lentamente na água até ficar somente meu rosto de fora.

- Não ia deixar uma amiga vir sozinha quando já está anoitecendo - Christian fala quando voltamos do Central Park.

- Oh, pensei que fossem um casal de namorados - O senhor diz parecendo desapontado - É que o jeito como o rapaz a encara é tão terno e caloroso, sinto muito por isso.

- Rebecca eu já sai do banho vestido sua besta, meu Deus devia ter filmado seu pânico - Christian gargalhava e eu finalmente abri os olhos constrangida.

- E por último mas a que vale mais pontos, quem é o melhor amigo do mundo? - Christian perguntou arqueando uma sobrancelha e um sorriso babaca convencido no canto da boca.

- Acorda dorminhoca - Christian se joga na cama ao meu lado fazendo ela balançar.

- Tá bom criança já entendi, vamos tirar uma foto com a Sue - Christian responde depois de eu ficar repetindo várias vezes.

- Ok Becky - Christian diz pela primeira vez meu novo apelido exclusivo.

- Ah é só isso? Por quê eu não estaria bem? - Christian me encara franzindo os lábios e as sobrancelhas antes de parecer entender algo - Ah você ficou pensando naquilo ontem? Poxa como eu posso te falar isso, não é algo fora do comum entende? As pessoas fazem isso todos os dias e não é por conta de uma tentativa falha que eu ia parar de viver. Mas pelo modo como você ficou pensando nisso acho que acabou entendendo errado, sinto muito. Agora se me der licença eu tenho mais coisas a fazer - Christian responde seco e os meninos riem.

Sentiu minha falta @ ?Onde histórias criam vida. Descubra agora