Cap. 06 Confusão Infernal

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Anísia Splendore

Me substime como faísca e conhecerá o quanto sou fogo.

O sol desaparecia e dava lugar para as nuvens cinzentas, conseguíamos sentir o vento soprar em nossas orelhas e arrepiar a nuca. Eu e a Tali estávamos empenhadas na apresentação de video junto com a equipe da universidade, ela repassava o som e eu me certificava de que ninguém pisasse em nenhum fio pela grama.
Houve um pequeno movimento diferente entre os garotos, mas não tomamos conhecimento do que se tratava, até que um deles chamou Talisha para trás da tela de projeção. Conclui que era para resolver algum problema mecânico, me atentei.

Estava a colocar sinalizadores em cima dos cabos para que fosse visível a existência deles dentre a grama, quando escutei um estalo alto e agudo, parecido com o som de um tapa. Meu corpo ficou tenso e só consegui pensar... Talisha? Fui atrás dela me certificar de que estava tudo em ordem, entretanto, fui barrada antes de conseguir ver o que se passava atrás da tela de projeção. Foram dois homens altos e muito bem vestidos que oprimiram a minha passagem.

— O que esta acontecendo aqui? — Questionei após o atrito do meu corpo batendo entre os braços dos dois, estava me enervando. — Este local esta reservado pela Universidade Kentank para um memorial. O que, pela cara dos dois idiotas, não devem saber o que significa. Me deem licença. — Mais uma vez tentei passar no meio dos dois, mas sem sucesso.

Dava para escutar alguém chorando do lado de lá e então começou gradativamente uma voz feminina balbuciando até chegar aos berros. Os dois trogloditas em minha frente tampavam a visão e simplesmente me empurravam, mandando que eu fosse para o outro lado do parque. As pessoas começaram a se atentar ao que chamava atenção ali e os barulhos mistos de algo batendo em carne aumentavam, já era perceptível, o choro era da Talisha. Por quê?
Tudo dentro de mim começou a ficar esquisito, a adrenalina tomou o controle do meu corpo e a minha visão ficou embaraçada. Entrei em um colapso de raiva.

— CHAMEM A POLÍCIA! TEM ALGUEM APANHANDO AQUI! — Implorava por atenção quando fui posta de lado por outro homem gigante trajado de negro que por sua vez nocauteou um dos grandalhões que não me deixavam chegar até a Talisha. 


— Segurem ela aqui. — Ouvi a voz de Gasper enquanto era imobilizada pelo mesmo homem vestido de negro. Outros dois homens igualmente bem trajados arrastaram para fora do parque o grandalhão e o parceiro dele  que não me deixava avistar Talisha. 
Gasper sumiu atrás do projetor e após muito barulho e confusão da qual eu não conseguia ter visibilidade, avistei Talisha sendo carregada nos braços por um dos homens de negro de Gasper.

A imagem de Talisha com o rosto sangrando, em posição fetal... Foi um choque. A situação era pior do que eu imaginava e ainda não mensurava o motivo de alguém fazer tamanha crueldade.

Ergui meu olhar e avistei uma mulher ruiva já praticamente fora do gramado do parque e sutilmente adentrando uma van preta. A mesma ruiva que horas antes estava a praguejar e discutir com Gasper, nada fazia sentido.

— Precisamos conversar. Vamos levar a Talisha para um lugar mais calmo para cuidar dos ferimentos, eu posso explicar e resolver toda essa situação. — Outra vez ouço Gasper mantendo a calma na voz e ja se aproximando do seu segurança que carrega Talisha. 

— Precisamos conversar?  As pessoas na sua familia apanham e resolvem tudo com um chá por acaso? Da licença, seu babaca. — Enraivada empurro o outro segurança que me segura e corro em direção a van onde a mulher ruiva está. 

Tubarão Negro: A herdeira perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora