O local estava em uma escuridão total, quase como se qualquer luminosidade fosse sugada pelas paredes. Tão gelado que Draco era capaz de sentir sua respiração sair da boca como se fosse uma névoa. Sentia o coração acelerado e o corpo inteiro tremendo. De frio ou de medo? Não sabia. Vestia uma calça e uma blusa simples, nada que o protegesse do frio, ou do que a escuridão escondia. Seus pés descalços o arrastavam sem direção pelo chão de pedra, tateando pela parede a sua direita - a que parecia mais próxima - e seguindo pelo local. Sua mão então, finalmente, encontrou o que parecia ser uma maçaneta. Sorriu vitorioso, mas não durou muito ao notar que estava trancada. E só então percebeu que estava sem varinha. Frustrado, continuou seu indefinido percurso.
"Isso não leva a lugar nenhum!" - pensava irritado.
Depois de um breve intervalo de tempo, percebeu que o aparentemente infinito corredor realizava uma curva. Tateando pelo outro lado, notou que se tratava de uma bifurcação. Decidido, seguiu o caminho oposto ao que estava indo, pensando que aquele não levaria a lugar algum. E nesse tempo, encontrou ainda mais caminhos divididos.
"A droga de um labirinto, não posso acreditar..." - Reclamava em pensamento, confuso e completamente perdido. - "Meus pés já estão doloridos."
E isso se repetiu várias e várias vezes. E cada vez que pegava o caminho contrário, achava portas trancadas.
- QUE INFERNO, COMO SAIO DAQUI?- gritou para o vazio.
Um barulho repentino soou pelo lugar. Draco sentiu o chão abaixo de si tremer levemente. Algo estava vindo, e rápido. Uma onda de adrenalina percorreu o corpo do sonserino, e mesmo cego, ele correu. Algo dentro de si alertava, ou melhor, gritava perigo.
Sentia que estava sendo perseguido e isso fazia um pavor irracional subir pela sua garganta. Dobrou a direita, depois a esquerda, depois a direita de novo... Nervoso demais para se permitir parar. Os pulmões ardiam como o inferno, implorando por ar.
O som de seus passos ecoavam pelo lugar, tanto quanto o do que seja lá que estivesse atrás de si. Contudo, o silêncio que predominava começava a se corromper, e seguindo o exemplo daqueles que o perturbavam, deu lugar a barulhos confusos.
Passos por todos os lados, gritos, fogo crepitando, choro, um som de animal ferido, ruídos assustadores e perturbadores, muitos que ele nem ao menos sabia o que era... Por um momento, Draco acreditou que as paredes estavam tendo esmaga-lo.
"Draco, siga em frente, ache a saída"
Uma voz em sua mente sussurrava.
O jovem Malfoy tentou não diminuir o passo, mesmo seus músculos reclamando do cansaço. Voltou a fazer as curvas desesperadamente, direita, esquerda, esquerda, direita...
Subitamente, chocou-se contra uma parede e o impacto foi suficiente para derruba-lo. Levou a mão ao nariz, praguejando, enquanto limpava o sangue na blusa. Tateou a parede, inconformado com o fato de ter entrado em um beco sem saída, a noção de estar encurralado criando uma sensação ruim no estômago. No entanto, para a sua sorte, achou uma maçaneta e a forçou. Dessa vez a resistência foi pouca e Draco conseguiu abri-la, entrando rapidamente e a fechando logo depois.
Respirando fundo, virou-se devagar para o lugar o qual se encontrava e viu que era uma enorme e elegante sala, fracamente iluminada. Mesmo com a pouca luz, os olhos ainda tiveram que se acostumar. Olhou em volta atentamente e sua visão focou em uma figura alta, bem vestida e sentada em uma bela cadeira, localizada na extremidade da mesa. Assustou-se, como não reparou no homem antes? Aproximando-se lentamente, foi finalmente o identificando.
Lucius Malfoy encarava o filho normalmente.
- Impossível, você está morto... - Draco se sentiu patético depois de sua voz ter soado tão quebrada.
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Dragão de Má Fé • 𝙙𝙧𝙖𝙧𝙧𝙮
ספרות חובבים✞︎ 𝕯𝖗𝖆𝖌𝖆̃𝖔 𝕯𝖊 𝕸𝖆́ 𝕱𝖊́ ✞ "Todos fazem sacrifícios". No cenário do Pós-Guerra, tudo o que mais desejavam era poder terminar os estudos em paz. Mas para o garoto de ouro da grifinória, até o mais singelo momento de tranquilidade poderia ter...