Tae Hyung

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Annyoeng hanseyo! Espero que todo mundo esteja bem e peço desculpas pela demora, mas juro que valeu a pena esperar. Esse é o maior capítulo escrito até agora e tem muita coisa acontecendo, mas não vou dar spoilers. Só torcer pra que vocês gostem! Não esqueçam da estrelinha e dos comentários.

Sete dias haviam transcorrido desde a morte de Min Kyong-ajumma e os ritos fúnebres cessaram. A sacerdotisa Daemo retornara para sua morada no monte Hwajang e os vizinhos da família Park retomavam suas rotinas. Se dependesse apenas de sua própria vontade Tae Hyung teria permanecido na fazenda, ajudando Ji Min e Yoon Gi, sobretudo o segundo, que ainda parecia não ter processado completamente a morte de sua mãe e, às vezes, era pego estranhamente catatônico, mas sua avó esperava que voltasse à venda da família Kim no condado de Kaepung. Assim seus dias transcorreram entre a pequena mercearia na vila Haesol, a casa de seus pais e a fazenda dos Park. E ainda que se culpasse pela ausência ficava feliz em poder ajudar seus amigos com a venda da produção excedente que os dois irmãos retiravam dos campos de arroz e da caça de Ji Min nos bosques que circundavam aquela região.

Certo dia estava parado no balcão, aproveitando um calmo e frio dia de neve em pé, quando poderia muito bem estar sentado à lareira com Yoon Gi quando soube de uma notícia incrível. Seus dedos da mão esquerda tamborilavam sobre a superfície de madeira que o separava da clientela em busca de ervas, peles, mantimentos e toda a sorte de produtos que se pudesse esperar quando um freguês entrou a passos pesados, fugindo da nevasca que caia e tornava o dia de trabalho de Tae Hyung tão monótono. – Vocês servem bemju¹, garoto? – Perguntou o sujeito, enquanto tirava os flocos de neve do casaco, certamente procurando algo suficientemente forte para aquecê-lo naquela tarde gelada.

Sem responde-lo de uma vez Tae Hyung subiu uma pequena escada para alcançar uma das garrafas daquele licor de arroz destilado com uma serpente presa em seu interior. – O mais velho. – Ouviu o sujeito pedir, apontando para uma garrafa mais ao lado, coberta por uma fina camada de poeira. De volta ao chão tratou logo de limpar a botija e servir o freguês. Como estavam sozinhos e imaginou que assim ficariam por um tempo permitiu-se experimentar uma dose daquela safra talvez mais velha do que si.

– Está um pouco frio para sair só para beber, não? – Indagou quando o cliente terminou a primeira dose e pediu uma segunda com um aceno do copo.

– Eu não sou daqui. – Ouviu-o dizer e já imaginava aquilo. Conhecia bastante bem os moradores daquela vila e certamente se lembraria, mesmo que vagamente, caso o indivíduo fosse de Haesol. – Meu nome é Há Joon e estou só de passagem com o namsadang e vim até aqui porque ouvi boatos de que os dançarinos dessa aldeia são os melhores da região e eu preciso de três ótimos dançarinos e acrobatas para entreter a comitiva do príncipe Jung Kook.

– Ah, então o príncipe está chegando mesmo? – Perguntou entusiasmado. Não se falava de outra coisa nos últimos dias e as próprias apresentações do namsadang haviam sido canceladas, enquanto a trupe se preparava para entreter o jovem herdeiro e sua comitiva à mando do governador de Kaesong. E agora mais aquilo! Era como se seu monótono e desinteressante dia de inverno tivesse virado e cabeça para baixo. Precisou ele próprio servir-se de outra dose daquela bebida para tentar se acalmar, mas como se o veneno da cobra penetrasse fundo em sua alma, só conseguia ficar ainda mais agitado. – Eu sou um dos dançarinos daqui! Vou me apresentar para o príncipe??? Ji Min-ssi precisa ir junto! Ele dança muito melhor que eu. Você disse que precisa de três dançarinos?

– Isso. – O sujeito dizia, parecendo um tanto mais aliviado do que quando entrara, quer fosse pelo calor da bebida e o abrigo da venda, quer por ter encontrado um dos dançarinos de Haesol tão rapidamente. – Infelizmente três dos nossos rapazes se envolveram em uma briga em Kaesong e foram presos até a partida do príncipe, porque o marquês de Kaesong quer manter a ordem e harmonia social enquanto a comitiva real estiver na cidade. Você vai poder me ajudar então? Fomos contratados para três noites de espetáculos e as equipes de pungmul nori, deotboegi² e beona nori³ estão desfalcadas por causa dessa ordem do marquês.

O Tigre e o Hibisco [JIKOOK]Onde histórias criam vida. Descubra agora