Divórcio

Término

POV Ana

-'Dá um beijo na sua mãe. -Chiara diz e Júlia vem em minha direção se despedir, me abaixo até ficar em sua altura e ela se joga em meus braços.

-Eu.. -Aponto para mim e Júlia aponta pra si mesma. -Te... -Aponto para ela e ela para mim. -Amo... -Desenhamos um coração no ar e, por fim, um soquinho. Era nosso "cumprimento" de sempre. Eu e ela fizemos esse toque já tinha algum tempo, ela adorava e eu também. -Final de semana tô indo lá te buscar, certo?

-Certo! -Ela concorda com a cabeça, dou um beijo em sua bochecha gordinha e ela volta para o carro correndo. Levanto novamente e olho para Chiara, estava quieta e apenas me observava.

-Então... -Tento elaborar algum assunto.

-Non precisa. -Chiara me corta e eu a agradeço mentalmente por isso.

-Você ainda está brava comigo? -Pergunto.

-O que você acha? -Ela arqueia as sobrancelhas e põe a mão na cintura, e que cintura...

-Mas a culpa não foi minha, até hoje você não me disse o que aconteceu lá.

-E nem vou. -Ela diz e sai em direção ao carro, quando ela passa por mim a seguro pelo braço.

-Sai che lo scoprirò, vero? (você sabe que vou descobrir, certo?) digo acentuando o  italiano, tentando imitá-la.

Ela ri e em seguida chega mais perto colando sua boca em minha orelha, suspiro fundo quando sinto seu hálito quente tão perto.

-Non importa per me, ah, e so che il tuo italiano non sarà mai come il mio.(não importa para mim, ah, e eu sei que o seu italiano nunca será como o meu). -Ela diz baixinho e sorri de canto, em seguida solta seu braço e entra no carro. Eu sequer tenho tempo para elaborar uma  de minhas respostas engraçadinhas. A italiana estava ficando com o ego cada vez mais parecido com o meu, e eu sinceramente gostava disso, era perigoso.

-É, Ana Carolina... -Viro para trás ao ouvir uma voz tão conhecida, e ver que minha mãe observava tudo. -Vai ter que rebolar para ter a italiana de volta. -Não consigo segurar a risada, minha mãe era realmente uma figura.

-Você tem razão mãe. -Vou até ela e estendo a mão para ajudá-la a ir até o carro. -Mas pra eu conseguir a Chiara eu tenho que resolver algumas pendências antes. -Digo, pensando em Letícia. Não seria nada fácil terminar e explicar a ela o rumo que as coisas tomaram. Mas eu também não poderia mais viver as escondidas com Chiara, ela merecia mais. Chiara era boa demais para ser o "pivô" de uma separação ou uma simples "amante", meu coração doía só em pensar as pessoas julgando-a como tal.

-Não esqueça do que eu lhe ensinei Ana, seja gentil e trate ela como gostaria de ser tratada, filha. -Minha mãe dá dois tapinhas fracos no topo de minha cabeça.

-Pode deixar mamma. -Uso o italiano que ela tanto gostava, ela apenas ri e nega com a cabeça.

[...]

Assim que chegamos, eu mandei uma mensagem para Letícia para que viesse até minha casa, ela disse que chegaria em torno de 20 à 30 minutos, então resolvi tomar um banho enquanto isso. Assim que terminei de me vestir e fui até a cozinha, dei de cara com Letícia.

-Ai, jesus! -Digo, colocando a mão no peito.

-Jesus não, Letícia! -Ela diz e se aproxima. assim que noto que seu comprimento seria com um beijo, eu a paro.

-Espera, a gente precisa conversar antes. -Digo e ela não parece se importar, vai beijando meu rosto e meu pescoço, puxando algumas mechas de meus cabelos.