— E o que você fará quando eu morrer? — Minhyuk questiona, sentado na banqueta em frente ao balcão, no mesmo instante que observa o outro limpar a superfície dele pela segunda vez.
— Irei chorar.
Ele suspirou como resposta, balançando a cabeça em sinal negativo.
— Hyunwoo você precisa de outro ombro para derramar suas lágrimas, não é errado ter amigos.
— Eu tenho você, isso me basta. — declarou após pegar o pano seco e retirar aos poucos a espuma de sabão.
— Não, não basta. Eu te conheço há cinco anos, tempo suficiente para notar sua dificuldade de socialização.
Hyunwoo suspira, dando-lhe às costas a fim de adentrar o pequeno quarto de limpeza. O movimento em sua padaria permanece ameno por causa do horário tardio, naquele dia ele conseguiu vender bem e se alegrou pelos clientes fixos terem gostado da sua receita nova de torta.
— Não me ignore, você sabe que estou certo. — Minhyuk desceu do banco e o seguiu sem hesitar. — Por que acha que sou seu único amigo?
— Destino?
— Você tem medo de puxar assunto com as pessoas, Hyunwoo. Quantas vezes eu te apresentei bons amigos e você não deu continuidade aos assuntos?
Após jogar o pano úmido dentro do balde ele enxugou as mãos antes de encarar o loiro ao seu lado.
— O que você quer dizer?
— Quando alguém te pergunta como você está é ideal que você retribua da mesma forma.
— E desde quando eu não faço isso, Min? Eu pergunto todos as noites como foi o seu dia.
— Exatamente! Você apenas faz isso comigo, mas nunca com os outros.
— Eu não sou íntimo deles, perguntas assim parecem invasivas demais.
— E como você acha que nos tornamos íntimos? Com exceção ao bom dia que recebi após cinco meses insistindo, você nunca puxou assunto comigo. Não existem muitas pessoas pacientes como eu e a maioria delas desistem de te conhecer por te considerarem um homem ignorante e frio.
— E eu sou?
Minhyuk ergueu a mão, empurrando de leve seu ombro esquerdo. Aquela é uma mania adquirida há pouco tempo, consequência dele ter maratonado uma série na qual o personagem principal age da mesma forma.
— Você é a pessoa mais calorosa que já conheci, sabe muito bem.
— Então por que deseja que eu mude? — decidiu provocá-lo, mesmo que seu drama nunca o atinja.
— Não desejo que mude, apenas quero que se enturme e faça novos amigos. Quando brigarmos você poderá pedir conselhos a eles ou até mesmo falar mal de mim pelas costas, eu não me importo.
— Vou pensar sobre isso. Agora preciso fechar a padaria e acredito que você esteja atrasado para o seu encontro.
O loiro sobressaiu no mesmo instante, enfiando a mão dentro do bolso a fim de pegar o celular e se certificar do horário.
— Como é possível? Eu entrei aqui há pouco tempo. — questionou indignado, guardando o aparelho.
— Na verdade, estamos conversando há uma hora.
Hyunwoo sorriu com a expressão confusa do outro, por mais que Minhyuk sinta raiva quando o chamam de fofo ele age de uma maneira tão pura que é impossível não admirar. Ambos caminharam entre as mesas, seguindo em direção à entrada da padaria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O céu sob o mar (Hyungnu)
RomanceParticipar de uma festa à fantasia contradiz suas preferências pessoais. No entanto, Hyunwoo aceita acompanhar o amigo ciente que ao decorrer das horas será deixado de lado. Cansado de assistir bêbados rindo sem motivo, ele decide ir embora a fim de...