Epílogo

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6 meses depois

"O pãozinho saiu da padaria ou continua no forno? Sinto sua falta."

Hyunwoo sorriu ao ler a mensagem, mas antes de conseguir responder o loiro em sua frente insinua uma tosse, chamando sua atenção. Ambos fecharam a padaria juntos, cerca de duas horas após o horário normal do expediente — consequências obtidas durante a semana inteira — por causa dos pedidos excessivos que o obrigou a trabalhar até tarde.

— Me desculpe, Min. Qual é o convite mesmo?

— Às vezes eu me pergunto como vocês não são diabéticos. — ele suspira ao se levantar da banqueta. — Jooheon fará outra festa à fantasia amanhã à noite.

— De novo? Eu não gosto de festas, a última que fomos foi um desastre.

— Você conheceu o amor da sua vida lá.

— E sou imensamente grato por isso, mas não quero ir. Nós iremos comemorar seis meses de namoro amanhã, quero aproveitar de outra forma.

— Bom. — Minhyuk altera sua expressão e exibe um sorriso medronho no rosto — Eu convenci seu namorado, então você vai.

— O quê? Hyungwon não cai mais nas suas chantagens. — suspira, ainda que não queira acreditar, sua intuição raramente falha quando o assunto se resume a Minhyuk.

— Ele me mostrou as duas fantasias, te aconselho a aceitar.

Apesar de gostar de sair com Hyungwon, permanecer sob trajes quentes em um local repleto por bêbados não é a melhor forma de aproveitar sua companhia. No fundo, apenas quer utilizar o tempo livre do final de semana e se enrolar no edredom pelo resto do dia, junto ao dono dos seus pensamentos mais intensos.

— Eu te odeio.

— Pense pelo lado positivo. — Minhyuk sorriu, o mesmo sorriso de alguém prestes a falar bobagens — Ela é linda, diferente da fantasia de Jooheon. Ele escolheu se tornar uma cenoura porque apelidou o namorado de coelho.

Imaginar a cena rendeu boas risadas, Honey nunca demonstrou ser uma pessoa melosa. No entanto, desde quando se envolveu com Hoseok, um antigo fã das festas do ruivo, seus conceitos mudaram de forma trágica.

A relação entre eles também evoluiu e apesar de se encontrarem com pouca frequência, ambos conversam bastante pela internet. Desde quando Hyungwon entrou em sua vida a semente da mudança começou a florescer em suas ações, o incentiva a querer ser alguém melhor. Não pelos outros, mas por si mesmo.

— Pensarei no assunto depois, preciso pegar o ônibus agora.

— Vai dormir lá?

— Sim, estamos há uma semana afastados por causa do trabalho.

Hyunwoo abre a bolsa pela última vez, se certificando de não ter esquecido algo. Além dos objetos padrões — chaves, dinheiro e celular — o interior do pano é preenchido por três pacotes das batatas preferidas de Hyungwon. Apesar de terem conversado sobre aquele vício, não há outro alimento capaz de deixá-lo tão feliz. E ver o sorriso estampado no rosto pequeno é um dos melhores prazeres na vida.

— Eu não compreendo a razão de vocês ainda não morarem juntos.

— Ele mudou de endereço em busca de sossêgo, não sou egoísta para pedir que retorne ao tumulto da cidade grande.

— Encontramos padarias em todos os lugares, você pode alugar uma no bairro dele.

— Não quero discutir sobre esse assunto agora, me desculpe.

O céu sob o mar (Hyungnu)Onde histórias criam vida. Descubra agora