10- A exposição.

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" Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor."

Wolfgang Amadeus Mozart.

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— Esse cara não tem noção nenhuma! Um verdadeiro insuportável, olha para os outros com aquele ar de superioridade e ainda com aquele olhar zombeteiro... Argh! Que raiva daquele olhar! E aquele sorriso presunçoso! — exclamei, com toda a frustração transparecendo na voz. Samantha franziu as sobrancelhas, claramente desconfiada.

— O que foi? — perguntou ela, olhando de forma curiosa.

— Já é a quinta vez que você menciona o Lucien hoje... Não estou acreditando. — Samantha comentou, sua expressão mostrando uma mistura de surpresa e diversão. Eu a encarei, já entendendo o que ela queria insinuar.

— Você tá louca, Samantha? O Lucien é um ogro! Um... um tarado, um maníaco! — falei, ainda irritada pela loucura que ela acabara de sugerir.

— Ah, pelo amor de Deus! Como alguém não se interessaria por um deus grego daqueles? — Sam suspirou dramaticamente, como se não fosse possível não se apaixonar por um "homem desses".

— Só se for o Hades. — resmunguei, revirando os olhos, mais exasperada do que nunca.

— Priscila, aquele homem é uma delícia, você já viu o corpo dele? Aquela barba por fazer? O sorriso sedutor? Se eu sentasse naquele homem nem guindaste me tirava. — ela falou me arrancando uma gargalhada.

— Se acha ele tudo isso, pega ele e leve pra você, simples!

— Priscila, aquele homem é um sonho, você já reparou no corpo dele? Aquela barba por fazer? E aquele sorriso? Se eu tivesse a chance, nem um guindaste me tirava de cima dele! — Samantha exclamou, me fazendo soltar uma gargalhada.

— Se ele é tudo isso, então pega ele e leva pra você, simples! — respondi, ainda rindo.

— Ah, claro! Como se o Lucien fosse olhar pra mim. Ele só tem olhos pra minha irmãzinha. Ele é bonito, inteligente, gentil e podre de rico. Pode ter qualquer mulher que quiser e continua ali, fazendo o papel de cachorrinho da Amélia. — Ela disse, com desdém claro na voz.

— O único elogio que você acertou é que ele é realmente podre de rico. O resto, bem... tudo coisa da sua cabeça. Até agora, ele tem se mostrado um garotinho mimado, interessado apenas em pegar a esposa do irmão. — falei com um tom de descaso.

— Onde tem ódio, tem amor, sabia? Não dou um mês pra você estar caindo de amores por ele. — Samantha brincou, me lançando um olhar debochado.

— Eu mudo meu nome se isso acontecer. — revirei os olhos, já cansada do assunto. — Vamos falar de algo mais interessante.

— Não é nada muito interessante, mas... eu acabei transando com o Cameron. — ela disse, com as bochechas coradas.

— O Cameron, aquele seu ex-namorado que te traiu? — perguntei, surpresa.

— Sim, mas não me lembre disso, ok? Eu só estava carente, e o sexo com ele é bom. Foi só isso. — Samantha disse, com um olhar distante, como se estivesse tentando afastar o peso do passado.

— Entendi... — respondi, mas não pude deixar de perceber que ela ainda parecia ter algo mais ali. — Mas, pelo jeito, ainda tem sentimentos por ele, não é?

— Infelizmente, não mandamos no coração. Mas, pra mim, traição é imperdoável. Na minha concepção, quem ama, não trai. — disse, com um olhar sério.

— Então você está dizendo que a Amélia não ama o Nicholas? — perguntei, lembrando-me de tudo o que Samantha me contou.

— Não o suficiente. — ela respondeu, com um suspiro, antes de mudar de assunto. — Mas vamos esquecer isso. Estamos aqui para escolher uma roupa que combine com você, e é isso que vamos fazer. — Samantha disse, enquanto começava a mexer em seu antigo closet.

REALIDADE PARALELAOnde histórias criam vida. Descubra agora