Meus Donos

Farei dar certo

 Ele desceu as escadas um pouco incerto do que esperar.  Viu Luhan sentado no largo sofá da sala central e suspirou. Sua vida estava uma bagunça e ele precisava arrumar com os lobos também. Era um fato.

— Você foi marcado pelos sanguessugas.

  A voz dele sou rouca, Min contornou a sala e parou em frente ao homem que sabia ser agressivo, mas que também o tratou com cordialidade na mansão em ruínas. Assentiu um pouco sem jeito diante daquele olhar que parecia perfurá-lo de forma estranha. Ele suspirou.

— Infelizmente é justo. Venha, sente-se ao meu lado companheiro.

  E Min obedeceu por que tinha prometido a si mesmo que ia aceitar aquela situação, aquele seu destino... Iria fazer bem dessa vez, ia ser um bom consorte para aqueles homens. Iria uni-los, como o seu eu antigo lhe pediu.

— Onde está o Baekhyun?

— Acertando algumas coisas sobre nossa estadia aqui. Deixe-me ver essas mordidas.

  E ele se curvou sobre Min tocando seu pescoço e ombros.

  Sabia que Kai meio que tinha perdido o controle, mas Lay cuidou de si e como ele prometeu, Min não sentia dor nem incomodo agora. Talvez o sangue fosse realmente algo curativo, além de afrodisíaco.

— Está tudo bem?

  Perguntou em dúvida, Luhan assentiu e depois o soltou embora estivesse a menos de dois palmos de si. Ele sorriu de canto.

— Vampiros e sua loucura pelo sangue de consortes.

  Min ficou sem jeito.

— Desculpa, eu não me lembro desses fatos...

— Eu sei, eu sei – E ele estendeu a mão colocando sua franja atrás da orelha com delicadeza — Você é nosso e devemos compartilhar certo? Estou me treinando nisso.

— Obrigado Luhan.

— Eu te quero bem companheiro, só isso.

  E Min recebeu um beijo suave antes de ser arrastado aos braços do maior onde foi de boa vontade, ele cheirava a floresta, era amadeirado e bom.

  Seria sempre assim? Saindo dos braços de um para ir para o outro? Seria mimado no final, concluiu um pouco divertido.

  Baek entrou no escritório de Kris e ele apontou a poltrona na frente da que ele estava aparentemente sentado, congelado e olhando para a janela como uma estátua.

  Vampiros ainda lhe davam certo nervoso, embora nunca admitiria, mas Kris, era o exemplo da sua raça. Frio, distante e cínico. Baek teria de aprender a conviver com ele e seus irmãos, não sabia se seria uma luta árdua, mas sabia que seria difícil.

— Estive pensando enquanto resolvia algumas coisas e cheguei à conclusão que, de uma forma pouco usual o destino nos quer realmente todos juntos. Que melhor maneira de atar duas famílias poderosas, influentes e perigosas juntas do que através de alianças de união? Três séculos atrás era justamente assim que acontecia quando um inimigo potencialmente perigoso se levantava entre nossas raças. Vocês lobos, sabem por que suas leis são tão rígidas, seus antepassados causaram muito problemas entres os humanos. E você e seu irmão são alfas, alfas puros. Definitivamente isso é uma obra arquitetada do destino. Min é minha prioridade e tudo que se refere a ele se refere a mim, eu o tenho vigiado, cuidado, mantido, desde que sua vida cruzou com a minha e de meus irmãos. Você pode saber o poder que contêm a sua marca, contudo não a ligação que aquela criança forjou com minha família. Ele teve um passado árduo que transformou seu futuro, sua mente nunca foi equilibrada e seu emocional dançava sobre uma corda bamba explosiva, tirar a suas próprias lembranças foi um ato de misericórdia antes que ele saltasse para o abismo. Esse homem que está aqui, nesta casa, não é o mesmo homem com que você e seu irmão acasalaram e eu sei que sabe disso... Só acho que devia saber também que o que ele fez foi no fim, por todos nós, para que fosse possível ficarmos juntos, tenho refletido sobre isso.