Capítulo 2 - Desaparecidos

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- Pai?

Hawks vai abrindo os olhos lentamente, até que se dá conta que dormiu ao lado da filha, na casa de sua ex.

Sua filha Laura, também acha estranho. Mas uma menina de 9 anos adora ter seu pai por perto.

Eles levantam para o café e Hawks aparece na cozinha um tanto sem graça pela situação. Laura segura a mão do pai e diz:

- Olha mãe, quem fez uma surpresa para mim.

- É mesmo filha! Foi uma surpresa para todo mundo.

- Ele pode ficar para o almoço?

Um silêncio dramático na cozinha.

- Melhor não filha. Papai tem muito a fazer hoje. - Diz Hawks.

- Mas ele pode tomar um café com a gente - Diz o compreensível Willian.

- Obrigado Willian.

Existe uma trégua agora.

Após o café é hora de ir, seja lá pra onde for.

Hawks começa o diálogo com Sandra.

- Olha, eu queria pedir desculpas por dormir aqui, eu peguei no sono sem perceber.

- Tudo bem. Olha Andrew, esse trabalho foi o maior motivo da nossa separação e você sabe disso. Isso está fazendo mal a você. Seja lá o que houve dessa vez, apenas, pare.

Andrew olha para Sandra, em silêncio, sem graça. Quase concordando com ela.

- Bom dia Sandra.

É hora de ir, seja lá para onde for.

- FILHO DA MÃE! - Um grito de uma voz rouca. - Eu disse que não queria ver sua cara feia aqui hoje.

- Peter, eu não tenho nada para fazer em casa. Quer que eu volte a beber? O que tem pra mim?

- Bom, vem no meu escritório.

Os dois caminham até a sala de Peter.

- Pensei em te dar algo light dessa vez. 4 Jovens desaparecidos de uma universidade. Todos da mesma sala, mesmo curso, inclusive um casal de namorados. A mãe de um deles disse que falou com o filho pelo celular e que ele iria fazer uma viagem de 15 dias. Desde então, não se falaram mais.

- Ela disse para onde o filho iria?

- Um tour pela Europa.

- Ótimo! Cidadão americanos desaparecidos na Europa. Quantas embaixadas temos lá?

- A mãe acha que o filho sequer saiu do país, mas enfim. Investigue até onde der e se for caso, vamos passar os documentos para a embaixada e eles decidem o que fazer.

- Tudo bem, mas antes deixa eu tomar meu café em paz.

Enquanto toma seu copo de café, Hawks analisa o depoimento daquela mãe. É hora de começar.

-Alô?

- Senhora Grimson, aqui é o detetive Hawks, tem um minuto?

- Sim, pode falar.

- Eu queria fazer umas perguntas sobre o desaparecimento do seu filho, então, eu gostaria de ir até a casa da senhora. Tudo bem?

- Claro, eu saio do trabalho ás 17h.

- Estarei aí ás 18h.

- Tudo bem.

- Até lá.

A hora do encontro chega. É começo de noite e Hawks toca a campainha.

- Boa noite, senhor Hawks, entre. Aceita água ou café?

- Não, obrigado. Pretendo ser breve.

- Esse é meu marido Stanley.

- Boa noite senhor Hawks - Diz Stanley.

Após um breve momento de formalidades, o ponto alto da visita começa.

- Senhora Grimson, estamos no começo de uma investigação e peço que a senhora tenha paciência. Farei o possível para encontrar seu filho Phillip.

-Tudo bem - Diz a mãe emocionada.

- Aqui diz que seu filho iria fazer uma viajem mas ele não disse para onde iria especificamente.

- Isso mesmo.

- Ele disse o motivo.

- Ele e os amigos estavam no fim do curso e tinham que fazer uma tese para concluir a faculdade. Mas eles não tinham inspiração aqui. Ele disse que iria para Europa para se inspirar para a tese.

- Certo. Qual o curso que ele fazia?

- Antropologia.

- Certo. Aqui diz que ele tinha uma namorada, o que sabe sobre ela.

- Rachel. Eu só sei que ela é órfã.

- Ela fazia antropologia também?

- Não, ela não fazia faculdade.

- A senhora sabe o nome dos outros três amigos do seu filho?

- Acho que era, Nicholas, Fred e aquele.... hmmmm - Ela vira para seu marido. - Aquele menino com sotaque engraçado, Erik.

- Sotaque engraçado, como assim?

- Ele não era Americano.

- E a senhora sabe de onde ele era?

- Não.

- Senhor Stanley, o que o senhor sabe dos amigos do seu filho, namorada, algo que ele tenha dito nos últimos dias.

- Eu e meu filho não estávamos nos falando ultimamente. - Diz o Pai com uma voz triste.

- Eu sinto muito. Bom, o que temos ainda é muito pouco. Terei que ir na faculdade fazer algumas perguntas por lá. Por isso, peço paciência de vocês.

- Tudo bem - Concordam os dois.

Ao sair, Stanley conversa com Hawks a sós.

- Detetive, meu filho é um bom rapaz. Eu não falava com ele desde que começou a usar drogas. Mas não acho que tenha se metido com traficantes.

o Pai reforça: - Acho que algo muito ruim tenha acontecido com ele, não tenho esperança de encontrá-lo vivo. Algo aconteceu nessa viagem. Por favor, descubra.

Pensativo, Hawks responde: - Obrigado senhor Grimson.

Hawks entra no carro e dirige até a delegacia. Em sua mesa ele pega seu velho gravador e começa a registrar alguns fatos.

" Caso do garoto da faculdade que está desaparecido. Ele tinha uma namorada, pouco se sabe dela. Ele fazia antropologia, bom, possivelmente uso de drogas era recorrente. Nada contra, mas essas ciências humanas levam a isso. Seus amigos estão desaparecidos também, então preciso checar os registros deles também. Um dos amigos, Erik, não era Americano. preciso descobrir de onde ele era. Possivelmente Europeu, afinal quem iria a Europa assim do nada."


Uma batida na porta. É Peter.

- Hawks, não vai acreditar. Os policiais registraram mais 3 ocorrências de desaparecimento. Jovens de uma faculdade que iriam viajar para Europa e sumiram. E uma tia procura sua sobrinha...

- Deixa eu adivinhar, uma menina chamada Rachel.

- Na mosca!

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