Capítulo 9 - Grunidos.

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 Um almoço entre amigos, algo que a tempos não acontecia.

- Conferiu os registros para mim? -  Pergunta Andrew.

- Sim, vários desaparecidos nos últimos 15 anos. Todos iriam a uma viagem para a Europa e sumiram do mapa. Todos os casos sem solução e arquivados. - Responde Peter.

- Por que?

- Existe muita política para resolver casos assim em outros países e se você não tiver os contatos certos é quase i possível. Com o tempo os pais desistem e se torna algo parecido com crianças desaparecidas por aqui.

- Droga.

- Pois é. Mas dessa vez eu consegui que um agente rompesse essa barreira. Você vai embarcar na segunda.

- Obrigado. 

- Tire o resto do dia de folga, arrume tudo o que precisa e se despeça de quem precisar.

- Tudo bem.

Família Grimson

Hawks começa sua caminhada para se despedir de algumas pessoas, a primeira parada é nas casa da família Grimson. Ele toca a campainha e quem atende é Stanley, o pai de Phillip. Ele está com uma camisa pólo, surrada e tem um pano de prato no ombro, sujo com algo que parece sopa.

- Detetive Hawks, tudo bem?

- Bom dia Stanley, minha visita é rápida não vou entrar.

- Claro, do que precisa?

- Vim apenas avisar que as investigações apontam para a Romênia, consegui alguns contatos que me permitiram ir para lá continuar as investigações.

- Isso é uma boa notícia.

- Pode chamar a Eleonor para eu avisar?

- Senhor Hawks, desde que o senhor esteve aqui minhas esposa entrou numa fase difícil. Foi afastada do trabalho, não se alimenta direito, emagreceu muito, dorme com ajuda de remédios e sempre que olho para ela está chorando.

- Sinto muito.

- Detetive, vivo ou morto, traga nosso filho para casa. 

Isso emociona o detetive. Então uma voz fraca vem de dentro da casa.

- Stanley, quem é? - É Eleonor chamando seu marido.

- Preciso cuidar da minha esposa detetive.

- É claro.

A porta se fecha e Andrew caminha devagar em direção ao seu carro, porém olhando pela janela com a visão do que acontece na sala daquela casa. Stanley alimenta Eleonor com uma sopa. Aquela não é a Eleonor que ele conheceu a algumas semanas atrás. Ela chora.

Sandra.

A campainha toca.

- Andrew?

- Oi Sandra.

- Aconteceu alguma coisa?

- Na verdade sim, vou ter que fazer uma viajem a trabalho. Para outro país e preciso que entregue este bilhete para a Laura.

Ele entrega o bilhete.

- É claro.

- E Sandra, eu pensei no que você me disse  todos esses anos e também recentemente. Este será meu último caso, depois disso acabou.

- Andrew você não tem que fazer isso pelas outras pessoas e sim por você.

- É por mim que estou fazendo.

Uma trégua parece estar acontecendo no momento, o antigo casal hoje em situação diferente se abraça. Agora são amigos.

Sara 

- Esse restaurante é uma maravilha não é mesmo?

Andrew está em silêncio.

- Olá, tem alguém aí? - Pergunta Sara.

- Sim, bem aqui.

- Você está longe, volta para mim.

- Eu preciso dizer algo.

- Então diga.

-  Vou ter que fazer uma viagem para fora do país, coisa do trabalho. Eu não quero apressar as coisas mas gostaria de dar um passo... com a gente.

Sara esboça um leve sorriso, porém diz.

- Não agora.

- Como assim?

- Eu não quero um namorado morto. Volte e daremos um passo.

- Você ainda vai estar me esperando?

- Sim, eu vou.

Peter

É manhã e Andrew acorda para fazer café para Sara, eles passaram a noite juntos. É um momento feliz na vida de Hawks, mas é hora de ir.

- Quando chegar em Bucareste alguém da embaixada vai te buscar com aquelas plaquinhas com seu nome escrito. Um relatório já foi passado via e-mail e eles já estão cientes do que está acontecendo.

- Obrigado Peter.

- Ei, tem certeza da demissão?

- Sim, eu preciso disso.

- Eu concordo com você, não vejo a hora da minha aposentadoria.

- Eu nunca disse isso mas, você é meu melhor amigo Peter.

- Eu não sou seu melhor amigo, sou o único.

Risos.

- Obrigado por tudo Peter,

- Não precisa me agradecer. Agora cai fora do meu carro e encontra aqueles garotos.

                                                                       ***

- Irmãos, estamos aqui reunidos nesta noite para celebrar a nossa oferta ao Deus Alak, Deus das provisões. Hoje sacrificaremos nossa ovelha escolhida para este momento. Seu sangue cairá neste altar e estaremos abençoados por sete anos. Nossas colheitas serão fartas, o gado será forte, ão teremos miséria. Tragam a ovelha.

A porta do celeiro se abre.

Barulho de correntes.

Passos em direção.

Arrastado pela grama fria e molhada.

Mãos amarradas, saca de pano preto na cabeça, mordaça.

Arrastado até o altar.

Retirado o saco.

É Fabrice.

Assustado.

De joelhos.

- Obrigado Cosmim.

- De nada meu líder.

- Irmãos, contemplem a benção do nosso Deus sobre nós.

Grunidos.

Segurou-lhe a cabeça.

Cortou-lhe a garganta.

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⏰ Última atualização: May 09, 2020 ⏰

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