Capitulo 3 - A cama não parece confortável, mas o chão sim.

8 2 3
                                    

- Hawks, não leve o trabalho para casa. É uma ordem! Me obedeça desta vez.

- Tudo bem Peter.

Já é quase madrugada, Hawks se levanta, veste sua jaqueta, caminha até seu carro e dirige até seu apartamento.

O apartamento de Andrew é o típico apartamento de solteiro, quase sem nada, uma cama de casal que não é arrumada pela manhã, os lençóis que são trocados quando se dá vontade. A geladeira tem água e alguns empanados no congelador.

É hora da janta, pelo menos para o cansado detetive, já que são 00:30h.

Um banho e cama.

Quem dera fosse fácil assim. A aparência de Hawks é acabada. Barba por fazer, olhos fundos. Pálido.

Começa a vir a tona flashs em sua cabeça daquele último caso. Uma menina de 12 anos, parecida com sua filha. Violentada, espancada e torturada. Uma caminhada até a cozinha, ofegante. Whisky. São 02:00 da madrugada.

Um gole ali, outro aqui e as lembranças não param. Dezenas de pensamentos. A cabeça dói. O quarto se torna pequeno para aqueles pensamentos. Gemidos daquela menina. Sua filha o chamando de papai.

Sua arma está na própria boca.

Sanidade. Em meio a lágrimas.

Choro. Hawks está vulnerável. Na cama apenas ele, uma garrafa de whisky e sua arma.

A cama não parece confortável, mas o chão sim.

São 03:15.

O despertador toca ás 06:15. De volta ao trabalho.

- Meu Deus! Quem te bateu a noite?

- Bom dia Peter.

- O que vai fazer hoje?

- Vou na faculdade falar com alguns professores. E vou pegar mais algumas informações sobre a namorada do garoto. Parece que a menina é órfã.

- Certo. Volta antes do almoço?

Hawks respira fundo e se levanta. Está preparado para sair.

- É claro.

Peter diz antes de Andrew sair.

- Ei, sei que aquele caso da menina te deixou mal. Pegue leve. Esse trabalho nos mata por dentro. Eu sei como é. Se precisar, estou aqui amigo.

Ele apenas ouve e dá o seu corriqueiro agradecimento.

- Obrigado.

Hawks dirige até a faculdade e fala com a secretária do diretor. Ele o recebe.

- Em que posso ajudar detetive?

- Bom, 3 dos seus alunos estão desaparecidos.

- Jesus! Quem são?

- Esses aqui. - Ele mostra a foto dos jovens em sua pasta. -

- Sim, conheço eles.

- O que pode me dizer sobre eles?

- Vamos ver. Conheço apenas como alunos, nunca arrumaram problemas. Apenas estudantes comuns.

- Conhece alguém que pode me dizer algo mais sobre eles?

- Sim, me acompanhe por favor.

O diretor leva Hawks até uma sala. Um solitário professor corrige algumas provas. O diretor entra sozinho e fala com o professor. Ele apenas vê alguns gestos e o diretor aponta para ele.

- Ele vai receber o senhor detetive.

- Obrigado.

Agora ele fala com o professor.

A BuscaOnde histórias criam vida. Descubra agora