A escapada

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Indisposta, era assim que Hermione se sentia naquela manhã, ainda deitada em sua cama, sem nenhum pingo de coragem de se levantar e socializar com seus colegas de casa

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Indisposta, era assim que Hermione se sentia naquela manhã, ainda deitada em sua cama, sem nenhum pingo de coragem de se levantar e socializar com seus colegas de casa. As cortinas do dossel de sua cama estavam fechadas, impedindo-a de ver a movimentação no dormitório, e de ser vista também.

Acordou tarde naquele primeiro dia de isolamento social imposto pela direção da escola, pois queria esquecer o fiasco que havia sido a sua discussão com os professores, na tarde anterior. Estava bastante chateada pelo posicionamento autoritário do seu professor de Poções, e envergonhada, também. Quando desceu para o salão comunal, após tomar um banho, escovar os dentes e vestir uma roupa leve, encontrou o mesmo apinhado de alunos eufóricos com a perspectiva de não ter aula pelos próximos dias.

"Não é o máximo, Hermione? Sem deveres de casa por tempo indeterminado.", ouviu Rony dizer, entusiasmado.

Obviamente que para a aluna mais brilhante de Hogwarts aquilo não era nada animador. Sua mente nunca parava de adquirir conhecimento, certamente que iria encontrar uma forma de estudar por conta própria.

"A parte, ruim, no entanto, é que não vamos poder jogar Quadribol.", ouviu Harry dizer, chateado.

Com esses comentários, ela terminou o seu desjejum já quase na hora do almoço. Depois passou o resto da tarde sentada à lareira lendo um livro de literatura bruxa que estava viciada desde o início das aulas. Ao final do dia, chegou uma coruja da Direção onde naquele pergaminho se lia, em letras muito corridas, que a atualização do dia eram dezenove alunos com sintomas confirmados e, deles, cinco ainda eram considerados casos graves e recebiam cuidados intensivos na enfermaria da escola.

No dia seguinte, seus amigos continuavam entusiasmados com o segundo dia de isolamento, e ela conseguiu concluir o livro que estava lendo. Aproveitou, também, para iniciar suas pesquisas sobre a doença, mas ficou frustrada quando percebeu que os livros disponíveis na biblioteca particular da casa eram escassos. Ao final do dia, a coruja piou fora da janela e no pergaminho a contabilização de doentes sintomáticos já eram mais de vinte, com quase dez casos graves. A notícia assustou a todos, inclusive ela.

Os dias que se seguiram traçaram o mesmo padrão. Com isso, chegaram ao décimo dia de isolamento, alguns alunos um pouco entediados e uma atmosfera geral de ansiedade e insegurança, especialmente porque completava dois dias seguidos que não chegavam correspondências atualizando sobre os casos.

"E se estiverem todos mortos lá fora e formos os únicos sobrevivente do castelo?", disse um Ronald muito assustado, causando alarde nos colega da casa.

"Não diga bobagens, Rony.", Hermione o repreendeu com um soco no ombro.

"Mesmo assim, a gente deveria ir lá fora ver, só para ter certeza.", continuou.

A ideia era absurda, e só de pensar nela, assustava. Os ânimos dos alunos estavam cada vez mais agitados, Hermione temia que se revoltassem e acabassem quebrando o isolamento. Não queria nem pensar nessa hipótese, mas que era estranho a falta de notícias, sim, era muito estranho.

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