Por impulso

876 53 121
                                    

No meio da noite, mesmo coberta por muitos lençóis, Hermione sentiu frio a ponto de tremer-se toda na cama

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

No meio da noite, mesmo coberta por muitos lençóis, Hermione sentiu frio a ponto de tremer-se toda na cama. As noites na Enfermaria certamente sempre seriam frias e ela teria que se acostumar logo, se quisesse ter uma noite de sono tranquila. Já era muito tarde e Severo estava dando uma última volta no salão, terminando de fazer sua ronda entre os leitos para certificar-se de que estavam todos bem e dormindo. De repente, sentiu um calafrio e decidiu que precisava de um casaco mais grosso.

Quando entrou nos aposentos reservados, fracamente iluminado, seguiu direto para o seu armário de roupas, passando pela cama onde Hermione dormia sem nem mesmo desviar a atenção. Mas então ouviu o estalo dos ferros da cama quando ela se movimentou sobre a mesma, em um sono inquieto, agitado. Aquilo lhe chamou a atenção e por um instante esqueceu o que tinha ido fazer ali no quarto.

Aproximou-se, sorrateiro, de onde ela repousava, estreitando os olhos para conseguir enxergar com mais clareza no escuro. Percebendo que era seguro, chegou mais perto e pode notar as pequenas linhas que estavam se formando na expressão da jovem, demonstrando que o seu sono de longe parecia calmo.

Deitada, os ouvidos dela captavam os sons de passos se aproximando e, logo em seguida, sentiu o colchão ao seu lado afundando com o peso de alguém. Aquele que agora ocupava o lugar ao seu lado na cama, tocou-lhe, e era um toque sutil, que mais acariciava do que tocava. Severo estava consciente da proximidade, e seria difícil explicar a ela o que estava fazendo ali se fosse pego no ato.

Ele correu os dedos pelo entorno do ferimento que brilhava no pulso da jovem, testando a sensibilidade naquele local, apoiando-o sobre a sua própria perna enquanto lançava um encanto para ajudar na cicatrização. Finalizou com um curativo de ataduras que, depois de pronto, ele achou que podia ter feito melhor. Quando se deu por satisfeito com o serviço, notou dois olhos castanhos muito sonolentos acompanhando seus movimentos.

- O que está fazendo, professor?

Ele empalideceu, pensando em como explicar, mas nada lhe ocorreu à mente.

- Nada. – respondeu, afastando o braço dela que estivera apoiado em seu colo - Volte a dormir.

Hermione sentiu seu braço deslizando e, por instinto, agarrou nas mangas das vestes do homem para evitar uma queda. O movimento o fez se sentir momentaneamente estranho naquela posição em que se encontrava. Mas logo os dedos foram perdendo força e afrouxando o aperto em seu braço.

- Parou de doer. – ela disse, em um resto de voz – O que você fez para parar?

Severo continuou observando-a, internamente satisfeito por ter amenizado a dor que ela estivera sentindo.

- Fiz o que tinha que ser feito. Agora pode voltar a dormir. – ele respondeu.

Ele viu quando ela piscou algumas vezes, muito lentamente, até que fechou os olhos de vez e não voltou a abri-los mais. Havia dormido, novamente. Então levantou devagar e se afastou sem fazer qualquer ruído, deixando de lado seu interesse na capa que havia ido buscar.

A epidemiaOnde histórias criam vida. Descubra agora