𝑶 𝑹𝒆𝒊𝒏𝒐 𝒅𝒂𝒔 𝑺𝒐𝒎𝒃𝒓𝒂𝒔 | [1]

Doze

- De novo. - Jace ordena.

- É sério? Eu já fiz seis sessões! - Bufo e ajeito os fios rebeldes do rabo de cavalo.

- Muito sério. - Ele segura o saco de pancadas e sorri.

Cinquenta socos alternados com direita e esquerda e de baixa e alta intensidade. Meus punhos pediam arrego.

- Você me odeia ou algo do tipo? - Resmungo entre a sessão de socos.

- Nem um pouco. - Ele sorri e cruza os braços. - Agora concentre-se.

Já faz uma semana que comecei a treinar com Jace e estudar com Nick, e tem sido uma loucura desde então. Jace sempre elogia meu desempenho nas lutas, principalmente quando descobrimos juntos a minha habilidade com facas e canivetes de combate.

Eu tenho que admitir que foi uma surpresa, assim que Jace me entregou as facas de arremesso, eu soube exatamente o que fazer. E as coisas só melhoraram quando aprendi a usar as facas com empunhadura e de caça.

Nick também sempre elogia meu desempenho no aprendizado, mas apesar dos nossos esforços, eu ainda não tinha conseguido conjurar meu poder de fogo na sua frente. Ainda.

- Ok, por hoje está bom. - Jace segurou o saco, dispersando meus pensamentos. - Antes de ir, tenho que te entregar uma coisa que chegou essa manhã.

Jace caminha até o grande armário de madeira antiga que fica na sala de treinamento. Ele abre as portas barulhentas e tira de lá uma maleta preta.

- É seu. - Ele apoia a maleta na pequena mesinha perto da porta. - Todo guerreiro precisa ter sua arma.

- Guerreira. - Ofego. Ainda me recuperando do nosso treinamento.

Dentro da maleta, um conjunto de facas de combate e uma espada samurai, todas as lâminas em vermelho vivo vibrante.

- Isso... elas... elas são incríveis Jace. - Digo em voz baixa, admirando o conjunto.

- Essa daqui. - Jace apanha uma faca de lâmina curvada. - É uma faca de Karambit.

Jace me surpreende por trás, sua mão está segurando a faca e ele a coloca minha mão por cima da sua.

- Assim. - Ele sussurra. Os lábios roçando meu pescoço. - É uma faca de defesa pessoal. Sua lâmina afiada é letal. Cada apunhalada é ainda mais profunda. - Agora ele movimenta nossas mãos, imitando golpes com a faca.

Suspiro fundo, o corpo mole por tamanha proximidade. Nos últimos dias Jace e eu tivemos muito contato físico por contra dos treinamentos, mas nenhum me lembrou a nossa inegável química como esse.

- Eu gostei dela. Pequena. - Respondi com o tom de voz desafiador.

- Perfeita pra você. - Ele respondeu, pousando a mão livre na minha cintura.