Capítulo 09 - Indesejados

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A luz sufocada de mais um dia nublado despertou Amália, que, resmungando, se levantou e, meio sonolenta, caminhou até a janela. Seus passos desajeitados a levaram a tropeçar até chegar às cortinas, onde mal humorada, as fechou. Ela nutria uma aversão por acordar cedo, ainda mais quando se tratava de um domingo.

Apreciando a serenidade aconchegante do ambiente recém-escurecido, ela se largou novamente na cama, envolvendo seu corpo com a maciez do cobertor quente. Entretanto, a escuridão não se mostrou útil para induzir o sono. Sua mente estava mergulhada em confusão, uma espécie de sonho lutando para emergir da penumbra de seus pensamentos. Um gemido de frustração escapou de seus lábios, e Amália virou-se na cama, ansiando pelo retorno do sono. Contudo, a avalanche de lembranças do dia anterior inundou seus pensamentos.

Erguendo-se de forma tão repentina que todo o entorno parecia dançar ao seu redor, ela procurou por ele, mas deparou-se com um espaço vazio. Ao lado da cama, sobre a mesinha de cabeceira, um bilhete aguardava atrair sua atenção.

"Bom dia, minha Amália,

Enquanto você dormia, saí para lhe proporcionar privacidade. Avisa-me quando seus olhos encontrarem a luz do dia, para que eu possa imaginar seu sorriso iluminando cada pedacinho do seu quarto. Mal posso esperar para compartilhar cada segundo do meu dia com você. Ligue-me se desejar o mesmo.

Com amor, Seu Carlisle."

Ao deslizar os olhos sobre o bilhete cuidadosamente deixado, uma sensação calorosa e familiar a envolveu. Era a certeza reconfortante de ser amada por Carlisle, algo que Amália aprendera a esperar nos gestos mais simples. Bilhetes como aquele tinham o hábito carinhoso de se espalhar pela casa, estrategicamente colocados em locais onde ele sabia que ela encontraria.

Com um sorriso suave desenhando seus lábios, ela alcançou o celular, dedos nervosos deslizando pelas teclas para discar o número dele. No entanto, antes que o chamado pudesse começar, Amália decidiu interromper, optando por um momento de preparação antes de prosseguir.

Devido à súbita virada no clima, ela escolheu vestimentas mais aconchegantes. Nada excessivamente extravagante, apenas algo casual que se adequasse ao dia frio.

Antes de dirigir-se à cozinha para os preparativos de um café delicioso, ela dedicou um momento para arrumar a cama. A rotina matinal fluía suavemente, mas, enquanto aguardava a água ferver na cozinha, uma necessidade ansiosa de ouvir a voz de Carlisle a impeliu a iniciar a chamada.

Bom dia, meu amor! — Carlisle saudou após o terceiro toque, fazendo um sorriso satisfeito aparecer nos lábios dela. — Como você está?

— Bom dia, Carls! — Ela percebeu o suspiro dele do outro lado da linha e soube que o apelido o havia agradado. — Eu 'tô bem. Fiquei um pouco decepcionada quando não vi você, mas... encontrei seu bilhete. Você é sempre tão adorável.

Sinto muito por não estar com você. Pensei que seria melhor assim.

— Admiro seu cuidado com o meu bem-estar, meu amor. A propósito, respondendo ao que escreveu, eu adoraria passar o dia com você. — Ela sorria enquanto manuseava o caneco com a água quente. — Minha avó saiu com Charlie e... não vai voltar tão cedo, então não preciso me preocupar com as refeições de hoje.

Bom, nesse caso... hoje o dia será nosso de novo.

— Você 'tá dirigindo? — perguntou preocupada quando, ao fundo, ouviu buzinas e sons de carros. Ela sabia que Carlisle não se machucaria caso houvesse um acidente, mas ainda assim não conseguia evitar temer por sua segurança.

O Amor Me Trouxe De Volta - Carlisle Cullen (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora