Capítulo 9

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Namjoon acordou com a respiração morna em seu pescoço e por uns segundos se deixou aproveitar daquela sensação maravilhosa que era ter Seokjin o abraçando por trás e realmente ter certeza que o moreno era o seu namorado. Como havia conseguido tal façanha? Um príncipe e um bastardo; não eram incomuns os casos, mas um relacionamento? Ele era um homem sortudo.

O escudeiro resolveu que voltaria a dormir e esperaria o despertador indicar a hora de acordar quando sentiu Seokjin lhe beijando o pescoço. Era uma região sensível, então o loiro riu.

— Bom dia, Joonie.

— Bom dia, Jin — respondeu o escudeiro, virando-se até ficar de frente para o namorado. — Uau, você fica ainda mais lindo com o cabelo bagunçado.

Seokjin riu, puxando Namjoon pela nuca e sem esperar, invadiu a boca do outro com a língua, não demorando para forçar o corpo para cima e assim se sentar no colo do namorado enquanto mordiscava lábios, queixo e até pescoço. Namjoon tudo deixava e a cada novo roçar dos dentes do namorado, derretia-se na cama. O mais velho não estava com fome de sangue — o loiro sabia disso —, mas mesmo que estivesse, aquilo não era um problema para o mais alto, que já sentia os efeitos de ter o moreno se roçando contra ele.

Era de manhã e eles estavam apaixonados. Qual era mesmo o problema de enrolarem na cama?

A pergunta foi respondida quando alguém entrou em disparada no quarto, mesmo que este estivesse trancado à chave. Esse alguém era o pai de Seokjin, o Rei.

Namjoon quase gritou, envergonhado e com medo por Seokjin, pois não queria o namorado sendo punido por aquilo, mesmo que todos soubessem o que acontecia naquele quarto há três anos.

Seokjin se manteve calmo, pois era assim que as coisas funcionavam com o seu pai e por isso simplesmente saiu do colo do namorado ainda na pose de futuro herdeiro.

Namjoon sempre o admirava por se manter calmo daquela maneira nas mais diversas situações.

— Joonie, poderia esperar lá fora? Depois podemos tomar aquele banho...

O mais alto arregalou os olhos, mas concordou com a cabeça e em seguida ficou ainda mais surpreso, pois Seokjin se inclinou e depositou um rápido beijo em seus lábios. O loiro levantou da cama no automático, viu o escudeiro do Rei rindo — Jackson Wang continuava a ser um idiota na opinião de Namjoon —, e fez uma reverência ao soberano, antes de sair do quarto, ainda trajando o seu pijama.

O rei observou a cama vazia do quarto e estalou a língua, fitando todos os cantos do local até o escudeiro sair do cômodo. Então, logo depois se virou e fitou o filho, que ainda na cama se espreguiçava.

— Papai, quantas vezes eu tenho que te falar que você poderia bater antes de entrar?

— Eu sou o rei, faço o que quiser.

Seokjin revirou os olhos, mas disfarçou o ato desligando o despertador, que já estava prestes a tocar. O príncipe sabia que o pai somente aparecia se tivesse algum assunto muito importante para tratar e o pelos últimos acontecimentos, calculava que fosse algo relacionado ao príncipe Jeon.

O mais velho olhou para a cama, como se decidisse se deveria sentar-se no local e após um contorcer de lábios, assim o fez. Seokjin controlou um riso, pois seu pai sempre havia sido do tipo que julga em silêncio, pelo menos os familiares.

— Papai, você tem algo para me dizer?

— Hum... Você parece se divertir com esse escudeiro.

— Algum problema com isso?

— Não... Eu também tive os meus anos de diversão com rapazes — disparou o homem, sacudindo os ombros. — Aproveite enquanto ainda não é rei.

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