Namjoon observou a água gotejar no chão e expirou com força. Seokjin pensava que ele era um traidor e de certo modo doía demais aquela constatação. Mas ele entendia, tanto que não estava com raiva, somente magoado.
O escudeiro resolveu sair de perto das grades e se sentou no único banco que tinha na cela; ele era feito de pedra e muito desconfortável de sentar e de deitar, já que servia de cama, mas era a única coisa que o loiro tinha no momento e não reclamaria, mesmo que ultimamente estivesse acostumado a ser tratado como um príncipe, já que há anos desfrutava de quase tudo o que Seokjin tinha a sua disposição.
O loiro era inteligente o suficiente para saber o que tinha acontecido, mas como explicar tudo a Seokjin?
Tudo havia ocorrido na noite anterior.
Namjoon estava tão feliz que não conseguia dormir. Na verdade, estava ansioso com o futuro. Ele seria príncipe? Aquilo era possível? Daria certo? E herdeiros? Eram várias questões e por esse motivo o escudeiro não pregava os olhos.
Então, com cuidado, Namjoon saiu da cama, mas logo ajeitou o cobertor em volta do noivo, não o deixando com frio e sem perceber, sorriu durante todo o processo.
Os corredores do castelo estavam silenciosos e temendo fazer algum barulho, o escudeiro resolveu sair do local e caminhar um pouco pelos pátios.
A noite sempre parecia ainda mais linda sendo vista dos jardins do castelo e Namjoon nunca soube o porquê. Talvez fosse a calmaria ou talvez o fato de ter beijado Seokjin pela primeira vez naquele local. O escudeiro nunca se esqueceria daquele momento.
Com um sorriso nos lábios, Namjoon se sentiu saudoso e pensou que aquele local seria perfeito para o casamento. Ele conseguia visualizar sem problemas Seokjin entrando com o pai e ele com a sua mãe, já que seu progenitor não iria querer tal coisa.
Distraído com o futuro casamento, Namjoon imaginou diversas coisas para o grande dia e dessa maneira ficou por vários minutos no local, até uma sombra cortar o céu. O loiro entrou em estado de alerta no mesmo instante, principalmente quando a aparição pousou em uma cerejeira — balançando-a e fazendo com que as flores que caíam pintassem um tapete em parte do jardim —, para em seguida continuar a pular em outras árvores em direção à fora do castelo.
Namjoon conhecia um vampiro quando via um e, pela atitude suspeita, o escudeiro desconfiava quem era, pois atualmente Taehyung não estava no controle das suas ações; provavelmente era ele.
A primeira coisa que o loiro pensou foi em Jimin e sinceramente esperava que a moça estivesse bem, pois se não, Taehyung não se perdoaria.
O escudeiro estava sem armas, mas esperava não precisar delas, então correu para fora dos jardins e passou pelo o caminho que conhecia, pois este não tinha guardas. Antes, quando ainda escondiam o romance, Seokjin e ele usavam aquele local para namorarem e até algumas vezes para fugirem pela cidade em um encontro romântico. Parecia uma lembrança tão presente que o loiro nem acreditava que havia passado mais de três anos.
As ruas estavam vazias, o que significava que deveria ser meado da madrugada. Namjoon então correu, torcendo para que Taehyung não encontrasse nenhum humano pelo caminho ou pior, que invadisse alguma casa e destroçasse alguma família, pois além de ser preso, o escudeiro tinha certeza que o rapaz nunca se perdoaria por tal coisa.
Meia hora depois, Namjoon já estava cansado e ainda não havia encontrado Taehyung. Onde o vampiro havia se metido? Como resposta para a sua pergunta, o escudeiro escutou um som que parecia xingamentos e uma luta. Ele se adiantou em direção ao barulho e chegou a uma viela, logo avistando alguém agachado no chão. Com cautela, o loiro se aproximou, torcendo para que não fosse Taehyung, mas sabendo que era ele.
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Glass Bridge
FanfictionApós a Terceira Grande Guerra, a humanidade se viu devastada e perdida. Séculos depois, a sociedade se reergueu, agora separadas em nações com líderes dotados com habilidades especiais. Nesse cenário, o Reino Kim e o Reino Jeon vivem em clima de ten...