Yoongi estava definitivamente impaciente.
— Filho, espera mais um dia, por favor. — A senhora Min bloqueava a passagem do apartamento, praticamente implorando para Yoongi ficar. — Você ainda não se recuperou e... como sua filhinha vai ficar se te acontecer alguma coisa?
— Não a use, mamãe!
— Escute a sua mãe, seu teimoso — pediu Chul, bufando. — Hoseok não iria te querer nesse estado na rua!
— Nós não podemos saber se é verdade, ele não está aqui para confirmar! — Yoongi sabia que estava sendo irracional, mas não podia continuar com aquela angústia. Precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa para saber onde Hoseok estaria, como estaria. Qualquer coisa. — Eu vou me cuidar, não se preocupem.
— O que a gente diz para Hyunae quando ela acordar?! — Yangmi quase gritou, controlando-se no último segundo.
— Que eu fui buscar o pai dela. — Yoongi estalou a língua. — Eu preciso ir agora. Vocês não precisam se preocupar comigo.
— Yoongi, por favor! Nós já perdemos um filho... — Chul proferiu sério. O homem estava claramente utilizando todas as armas que tinha para impedir que o outro saísse pela porta sem condições de se virar em uma viagem longa até o acampamento.
— Não é justo... Não é justo vocês usarem Jihoon desse jeito! Vocês não entendem que eu preciso saber onde Hoseok está?
— Nós entendemos, filho — proferiu a mulher, com um longo suspiro. — Claro que entendemos, mas você está doente. E... todos sabem como fim de guerra é; as coisas ainda não estão seguras e você com esse uniforme chamando atenção... Filho, se você estivesse saudável, não te impediríamos, mas...
— Só mais um dia, Yoongi...
— Hyunae acaba de ganhar uma família...
— Para! Tudo bem, eu vou esperar até amanhã. Pode parar com a pressão psicológica. — O loiro bufou alto, para demonstrar a insatisfação, mesmo vendo os pais sorrindo de alívio. — Vou para o meu quarto.
Yoongi revirou os olhos, disposto a voltar para o quarto onde pularia da janela — ele já havia feito aquilo milhares de vezes quando criança e adolescente —, e quando os pais percebessem seu sumiço seria tarde demais. O escudeiro sabia poderia ser maldade com os mais velhos, que ficariam arrasados, porém tinha que ir atrás de Hoseok a todo custo. Sua vida era o vidente e nada ficaria bem se Jung não estivesse ao se lado.
— Estão tocando a campainha. — Yoongi já estava no corredor quando ouviu sua mãe falando com seu pai. — Vou lá e você o vigie, Chul!
— Pode deixar, amada.
O loiro soltou um som anasalado e entrou no seu antigo quarto, observando Hyunae encolhida em sua cama. Por um momento ele pensou nela e em como a menina ficaria se algo acontecesse com ele, claro que seus pais cuidariam dela, mas talvez devesse ficar pela menina que já o chamava de pai. Porém, como a garotinha se sentiria sem Hoseok? E eu? Como posso ficar sem meu Seokie? Yoongi estalou a língua e afastou aqueles pensamentos enquanto abria com cuidado a janela e olhava para baixo. Parece mais alto, observou suspirando fundo. Ou... eu que estou doente? Pulo ou não pulo? Universo, me mande um sinal!
— Min Yoongi!
Antes de virar o corpo em direção a porta, Yoongi já estava chorando, pois, aquela voz estivera presente em todos os seus sonhos desde que conhecera Jung Hoseok. Era a voz que o tirava da escuridão quando sua mente lhe empurrava para os seus piores momentos, era a voz que o fazia acordar com um sorriso e dormir igualmente sorridente, era a voz que sussurrava "Eu te amo" e fazia o escudeiro se sentir único mesmo que existissem mais tantas pessoas ouvindo a mesma frase das pessoas que amavam, era a voz que Min reconheceria em uma multidão de gritos porque essa estava gravada em seu coração até o último suspiro que desse, agora tinha certeza disso, pois todo o amor que tinha dentro de si seria sempre para o seu Seokie.
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Glass Bridge
FanfictionApós a Terceira Grande Guerra, a humanidade se viu devastada e perdida. Séculos depois, a sociedade se reergueu, agora separadas em nações com líderes dotados com habilidades especiais. Nesse cenário, o Reino Kim e o Reino Jeon vivem em clima de ten...