Capítulo 33

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Já era quase madrugada quando Jimin ouviu Taehyung adentrar o apartamento. Aquilo era ridículo, em sua opinião. O vampiro estava há muito tempo sem se alimentar e se atacasse outra pessoa na rua? E por quê? Só para salvar alguém que não merecia. Alguém que matou pessoas inocentes por não ser correspondida.

A fada continuou sentada na cama, penteando seu cabelo castanho, fingindo estar tranquila quando vários minutos mais tarde Taehyung adentrou aos aposentos.

O vampiro estava visivelmente abatido e parecia até mais magro do que costume. Jasmine se levantou e ficou em alerta, como se soubesse o que passava na cabeça de Taehyung. Jimin, mais uma vez, nada falou e observou o mais alto abrir o frigobar, tateando em busca de sangue, porém só havia uma bolsa no local.

— Como ela está? — perguntou Jimin, porém não havia preocupação em sua voz. — Morreu?

Taehyung nada proferiu, buscando a bolsa de sangue e sorvendo todo o seu conteúdo. Ele estava exausto e com sede. Muita sede.

O silêncio perdurou por vários minutos. Taehyung conseguia sentir a ira contida de Jimin, que continuava a escovar os cabelos, mesmo que todos os nós dos fios já estivessem desfeitos.

— Ela não morreu. Por pouco.

— Pena.

— Você pode parar?! — Taehyung proferiu, jogando o plástico no chão com raiva. Jimin continuava sem qualquer emoção na face, mas ele sabia que Park sentia raiva. — Yewon não merecia aquilo! Eles a apedrejaram! Aquelas pessoas... aquelas pessoa a julgaram e a apedrejaram, Jimin! Ela estava assustada e ferida. Ela é só uma garota!

— As minhas meninas também eram apenas garotas e ela não pensou duas vezes antes de atear fogo em tudo lá e matá-las! Ela não é só uma garota, é uma assassina!

— Você também é! Você também matou pessoas, Jimin e nem por isso merece ser apedrejada em praça pública sem um julgamento!

— Eu matei quem merecia! Você disse que não se importava. Você mentiu para mim, Taehyung?!

— As coisas não funcionam dessa maneira — disparou Taehyung, expirando com força e apontando o dedo para Jimin. — Eu achei que não me importava, okay? Mas... mas claro que me importo!

Jimin estava ofendida agora. Sinceramente confiara seu maior segredo a Taehyung e era assim que era recompensada? A morena se levantou da cama e deu alguns passos na direção do moreno, estava com tanta raiva e cogitava a ideia de devolver as lembranças do assassinato e assim deixar o vampiro sucumbir à própria culpa, mas respirou fundo antes de agir precipitadamente.

— Eu... eu não pude deixar que fizessem aquilo com ela, Minnie! Ela é minha prima, crescemos juntos...

— É? Eu não posso saber como é crescer com uma família — falou Jimin, com um sorriso sarcástico. — Porque pessoas como ela mataram todo o meu reino.

— Jimin...

— Quer saber? Esquece a assassina aqui — disse a fada, estalando a língua e chamando Jasmine com os dedos. — Vai cuidar da sua priminha querida.

— Ela talvez não vá mais acordar — disparou Taehyung, com um olhar sentido.

— Então, a justiça foi feita.

— Eu não estou dizendo que o que ela fez está certo, Minnie... Yewon errou e deveria pagar por seus crimes, mas não assim! Foi cruel, desumano! Uma das pedras perfurou o olho dela! Dezenas de pessoas, dezenas, Minnie e ela estava só...

Taehyung estava chorando desolado, mas a ira de Jimin não a deixava sentir compaixão naquele momento. Park sabia o que estava acontecendo no momento: estava sentindo somente uma emoção e isto era algo recorrente às fadas. Quando um sentimento era muito forte, apagava os outros e por isso que assistir o vampiro no chão, visivelmente devastado, não a afetava.

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