Capítulo 8

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Já era tarde quando Felipe finalmente chegou em casa.

Adriana acordou com o barulho da porta da sala e conferiu o relógio: eram 20:33h.

- Filho, você demorou.

- Eu te mandei mensagem avisando que ia passar na casa da Isa antes de vir pra casa. Você não viu?

- Não, acho que eu dormi demais. - Ela bocejou.

O menino foi até o quarto, deixou a mochila e voltou à sala. Só então ele percebeu que havia algo errado. As janelas ainda estavam abertas, mesmo depois do anoitecer. Sua mãe estava com a mesma roupa que vestia no café da manhã. E sua feição não parecia nada amigável.

- Aconteceu alguma coisa? - Ele sentou-se no sofá de frente para a mãe.

- Sim. - Fez uma pausa. Como o menino a fitava pacientemente, ela continuou: - Eu estou grávida.

- É brincadeira, né? - Ele levantou. - Só pode ser mais uma daquelas suas pegadinhas. Anda, cadê a câmera? - Ele rodeou o sofá. - A Dinda está aqui, é claro. Onde ela está? - Ele voltou a se sentar no sofá, ainda incrédulo. - Você não pode estar falando sério.

- Mas eu estou, Felipe. Infelizmente, eu estou falando muito sério.

- Mas co-como? Ou melhor, de quem?

- Do Vladimir.

- Eu mato ele. - Felipe se levantou novamente.

- Não vai matar ninguém. Vem cá. Senta aqui. - Chamou.

Felipe sentou ao lado da mãe.

- Imagina quando o meu pai souber disso.

- A última pessoa em quem eu quero pensar agora, é no seu pai, Felipe.

- Eu sei. Me desculpa. Eu falei sem pensar... Mas o que você pretende fazer agora?

- Primeiro, eu vou contar para o Vladimir.

- Quando?

- Amanhã. A Taís me falou que ele foi contratado hoje.

- Mas...

- Não. Eu não fui trabalhar.

Ele apenas assentiu. Então, como que em um impulso, a abraçou fortemente.

- Eu te amo, mãe. E estou aqui com você para o que você precisar.

(...)

No dia seguinte, após as aulas do período matutino, Adriana dispensou as alunas e foi em direção à sala dos professores. Ela não tinha passado lá antes do início das aulas, então não havia cruzado com Vladimir ou com qualquer outro professor.

Quando ela já estava quase chegando à porta, alguém tocou seu ombro...

- Adri?

- Oi, amor. - Era Taís. - Como você está? Bem?

- Estou sim. Bem melhor. Aliviada, na verdade. Acho que porque eu conversei com o Felipe ontem e ele foi bastante maduro. Muito mais do que eu esperava.

- E com ELE? Você já falou?

- Ainda não... - Ela desviou o olhar.

- E o que você está esperando?

- A coragem.

- Mas então vai sem coragem, mesmo. Anda! Ele está bem ali... - Apontando para uma sala um pouco à frente no corredor.

Adriana pareceu ponderar, mas logo se virou e foi em direção à porta.

POV Vlad On

E lá se foi o meu segundo dia na Wolfmaya. É claro que eu ainda não estava habituado com a nova rotina. E, além disso, eu ainda não havia reencontrado a Adriana. Eu não queria invadir o espaço dela e parecer desrespeitoso, quando claramente ela precisava de um tempo, mas eu estava ansioso para contar sobre o meu divórcio definitivo. Não haviam mais impedimentos para nós dois.

Sonhos de uma noite de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora