Capítulo 1

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Auditório da Escola de Atores Wolfmaya

- RIBALTA! - Todos (professores e alunos) bradaram juntos, o grito de guerra que encerrou as audições para o ano de 2020.

O time estava mais uma vez, completo. Uma faixa foi colocada em frente à escola, desejando boas-vindas aos novos alunos, que usaram canetões para deixar uma mensagem de paz e registrar o seu primeiro dia na escola de artes, colorindo assim, a faixa, com as cores do arco-íris.

(...)

Eu cheguei em casa exausta! Muito feliz pelo ano letivo que estava apenas começando. Mas, exausta. Eu não podia negar.

Por incrível que pareça, minha turma da dramaturgia seria composta apenas por meninas. Sentei na beirada da cama e abri a minha bolsa, procurando o papel onde eu havia anotado o nome de cada uma delas.

Eu ainda não sabia o nome correto de cada uma, então anotei do jeito que elas se apresentaram para a bancada nas audições.

Felipe apareceu na porta do quarto, chamando a mãe para jantar:

- Mãe? Você não vem?

- Já vou.

- Eu quero jantar cedo. Hoje começa aquela novela nova... Amor de Mãe! Não quero perder nenhum capítulo.

- Eu também quero acompanhar essa novela. O Vladmir Brichta está no elenco, e ele foi aluno da Wolfmaya há muitos anos atrás.

- E é só por isso que a senhora quer assistir, não é? Porque o VLADMIR BRICHTA... – Ele quase soletrou o nome do ator. - ...foi aluno da Wolfmaya. – Imitando a voz da mãe.

- Olha o respeito, moleque. Desde quando eu tenho tempo pra essas coisas de adolescente?

Nesse momento da conversa, eles já estavam na cozinha.

- Ih, mãe. Namorar não é coisa de adolescente não. Aliás, ia fazer muito bem para a senhora, viu?

- Filho, por favor... Mesmo que eu quisesse namorar alguém, não seria com um galã de novela. Até parece que ele teria olhos pra mim.

- Sabe do que você precisa? De auto estima!

- Muito bem, senhor auto estima. Me serve um pouco desse macarrão, porque essa sua conversa me deixou com mais fome ainda. E esse cheirinho... Hummmm...

(...)

Quando retornou ao quarto para dormir, Adri pegou seu celular que estava debaixo do travesseiro e percebeu que haviam quatorze ligações não atendidas de um único contato: Naná.

No mesmo momento, ela retornou à amiga:

- Oi, amiga.

- Oi, Drica.

- Você me ligou?

- Quatorze vezes, pra ser bem exata.

- Palhaça!

- E você retornou só pra me xingar?

- Não. Porque fiquei curiosa, querendo saber o que você tem de tão importante pra me falar, que não poderia esperar até amanhã.

- Pois agora eu não falo.

- Bom, já que não quer falar, vou desligar. Preciso me preparar para a aula de amanhã...

- Adri, deixa de ser mal-humorada, pelo menos uma vez, e me escuta... Eu preciso de um mega favor seu.

- Sabe que vindo de você, eu sempre espero o pior, né? Mas fala logo... O que você quer?

Sonhos de uma noite de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora