- Atrapalho?
- Naná? – Eu corri para abraçá-la. – Que bom que você chegou!
- Eu vim te ajudar com os preparativos, mas tem duas moças lá embaixo decididas a tomar conta de tudo sozinhas. – Ela riu.
- Minha mãe vai adorar saber que você chamou ela de moça. – Disse Vlad, a fazendo rir ainda mais.
- Amor... – Eu me virei para ele. – Eu vou descer com a Naná. E você trate de ficar bem bonito para o nosso jantar.
Nós demos um selinho demorado e eu me virei para uma Naná radiante.
- Quem te viu e quem te vê, Dona Adriana...
Eu nada respondi, pois sabia que tudo o que ela queria era corda pra me enforcar. No bom sentido, é claro.
Não demorou muito e todos os convidados já estavam presentes, incluindo os meus pais, o Felipe e a Flávia, o que me obrigou a subir novamente as escadas, a fim de apressar o meu namorado.
Quando cheguei ao quarto, Vlad ainda se arrumava na frente do espelho.
- Hey! – Adri encostou-se no batente da porta.
- Hey! – Ele sorriu, continuando a se arrumar.
Adri, insatisfeita com a recepção, fechou a porta atrás de si e o abraçou pelas costas.
- Eu já disse que você está maravilhosa? – Os dois estavam de frente para o espelho agora.
- Hum... – Ela fingiu pensar. – Eu acho que não. Obrigada! Você também está lindo. – Vlad vestia uma calça simples, mas com um suéter vermelho lindo. Seu cabelo estava arrumado e sua franja caía levemente nos olhos. Ela pôde sentir o perfume que ele usava. Como ela amava aquele cheiro. – Acho bom a gente descer. Você sabe como é Naná, não sabe? Não quero nem pensar nos comentários que ela vai fazer se nós demorarmos!
- Eu ficaria feliz se realmente acontecesse alguma coisa... – Ele disse baixinho, lhe dando um selinho.
Quando eles desceram as escadas, a sala de estar estava cheia. Além do burburinho de conversas aqui e ali, uma música suave tocava ao fundo.
Felipe e Flávia estavam conversando com Agnes. Eles pareciam se divertir e Adri não pôde deixar de suspirar com a cena.
- Uau! – Uma voz familiar exclamou assim que eles chegaram aos pés da escada.
- Marcelo! – Adri abraçou o amigo. – Você veio!
- E eu não disse que viria? – Em seguida, ele cumprimentou Vlad: - Com todo o respeito, se ela já não fosse sua, eu juro que investia, cara.
- Vou ignorar seu comentário! – Ele respondeu.
- Que comentário? – Murilo juntou-se a eles. – O Marcelo mal chegou e já falou alguma bobagem?
Murilo vestia um suéter de cashmere verde musgo.
- Murilo, como você está gay! – Marcelo comentou, olhando a roupa do amigo – Está parecendo até o... Vladimir.
- Hey! – Vlad exclamou, fingindo estar ofendido.
- Ele está lindo! – Adri deu um selinho no namorado.
- Adri, evite beijar o Vladimir na minha frente! Isso ainda me incomoda! – Murilo disse, fingindo seriedade.
E para provocar, os dois deram um beijo ainda mais demorado.
- E aí, já sabem o que vão fazer no próximo final de semana? – Perguntou Marcelo.
- Já. É meu aniversário. – Vlad respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. A notícia caiu como uma bomba no estômago de Adri, que não fazia a menor ideia. - Olha só, o jantar vai ser servido! – Ele emendou, apontando para Naná, que fazia sinal na entrada da sala. - Vamos. – Beijando o pescoço da namorada e guiando-a para a sala de jantar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sonhos de uma noite de verão
Roman d'amourSonhos de uma noite de verão é uma história bastante alternativa de Adriana Esteves e Vladimir Brichta. O título é baseado na obra de Shakespeare, porém os rumos dessa história são total e completamente diferentes. Adriana é professora de Dramaturgi...