Peço a Deus agora
Que a nossa história
Não acabe agora
Tenho tanta coisa pra dizer
Minha senhora, não chora
Me olha e nota no fundo dos meus olhos
O bem que me faz
Hoje vi que te amo muito mais e mais
Não dá mais pra viver sem teu calor
Quero beijar...
Sair da prisão é um bagulho doido, cai lá por palavras dos outros, embalação.
Respirei fundo sentindo o cheiro do ar, minha liberdade cantou e eu já recebi o papo que a minha favela estava me esperando.
Minha avó veio me buscar, minha coroa tá bonitona, passa vários anos e ela continua a mesma coisa.
Darlene - oi meu amor. - me abraçou - como você está?
Rodrigo - tranquilo.
Eu queria ser igual as outras pessoas, rir por isso, por estar de volta nos braços da minha avó mas eu não conseguia, desde quando a minha mãe morreu, eu me tornei uma pessoa fria, sério e de poucas palavras com outras pessoas.
Sofri demais com a perda dela e fui morar com a minha avó que me recebeu de braços abertos.
Darlene - enquanto você estava lá, eu joguei a todo instante para você. Oxóssi sempre me mostrando que você estava com o coração aflito mesmo sem demonstrar. - suspirou - você tem que tomar um rumo na sua vida Rodrigo, ficar na vida do crime não dá.
Escutei as palavras da minha avó olhando para a rua enquanto ela dirigia.
Rodrigo - eu nasci pra isso coroa, me encontro nisso.
Darlene - a última vez que jogamos juntos você viu no que iria dar, pensa bem Rodrigo. Eu não irei discutir contigo sobre isso mas a sua vida está em perigo.
Eu detestava ficar falando sobre qualquer assunto com ela relacionado a crime, eu fico calado na minha, foi o que eu quis pra minha vida e posso fazer o que?
Chegamos no morro e ela me olhou com um olhar calmo e assentiu para mim sair do carro.
G2 - liberdade cantou hein vacilão. - falou me abraçando.
Rodrigo - mó satisfação está aqui novamente.
Tirei meu cigarro do bolso e acendi, marquei dali com os crias, matar a saudade.
Já era umas 18:30 e a rua tava em movimento, fiquei batendo um papo com o pessoal até uma morena de cabelo cacheado passar, a tropa como não perdoa começou a jogar várias piadinhas e ela firme e forte, fiquei encarando ela e ela fez o mesmo comigo, depois ela desviou o seu olhar e continuo andando.
Palhaço - caralho Japonês, tá perdoando nada. - riu.
Rodrigo - vai pra merda Palhaço, vou ganhar o meu.
Falei com os crias e sai dali indo em direção a minha base, vou marcar por lá hoje.
Passei em frente a igreja e vi ela conversando com o pessoal, fiquei admirando ela e percebi que ela não me era estranha, já tinha visto ela em algum lugar.
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Pelas partes de lá.. 🤙🏽
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