Liberdade - Livro I

Capítulo 07 - Rodrigo.

Desci o morro e bati de frente com a filha do pastor, toda seria e calada.

Desde aquele dia do baile eu não consigo tirar ela dos pensamentos, o pior é que a gente sempre tá batendo de frente e ela parece que sempre me evita.

Eu não vou ficar atrás e percebi que ela também é muito na dela, se eu quisesse algo com ela nunca iria poder, filha de um pastor ela e eu sou mais um traficante, qual o futuro que eu irei oferecer a ela?

Pela parte da madrugada teria missão, já tinha ido na casa da minha vó bater um lero com ela e ela dizia a mesma coisa.. um amor está para chegar.

Eu não sei se estou preparado para isso mas tô ligado que pra tudo tem o seu propósito, vou fazer diferente quando esse amor chegar, muitos me perguntam o que aconteceu entre eu e a Jade pra ter um fim do jeito que teve.

Quando Jade chegou aqui, ela veio tramada com o bope e queria tomar a cabeça do dono daqui, na época eu era só um vapor, sempre fui muito apaixonado por ela.

Em março de 2015, teve a invasão aqui na CDD aonde eu descobri que ela tava envolvida nessa invasão, quase morri por conta dessa vagabunda, a gente já tava junto e ela tava planejando tudo, rodei e quando eu voltei, voltei sendo o de frente.

Minha vó como sempre meteu as caras e mandou eu parar de ficar ameaçando ela, na época eu mandei palmearem os passos dela e matar mas eu só parei por causa da minha vó.

Hoje em dia ela conta pra todo mundo que eu batia nela, fazia vários bagulhos mas como sujeito homem eu nunca fiz isso, quem veio de graça pra cima de mim uma vez foi ela, no meio da rua dando de louca, eu bêbado pra caralho e ela querendo assunto, se machucou toda e falou que eu bati nela bêbado. Oportunidade nunca faltou pra meter a mão dentro da cara dela mas eu não fiz isso, de todas as mulheres, a Jade foi a que eu mais amei tá ligado? Eu era o verdadeiro besta, todo bobão, ela morena cor de jambo, cabelão cacheado, sempre cheirosa e arrumada, vagabundo babava.

Minha vó as vezes acredita nas palavras dela e eu tô ligada que ela não me aceita com ninguém mas quem tem que aceitar ou não sou eu.

Olhei em direção ao campo e vi ela lá, me encarando e eu fiz o mesmo, se soubessem o ódio que eu tomei dela.

Ajeitei o meu fuzil e desviei meu olhar continuando meu caminho.

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