Capítulo 13 - Rodrigo.

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Minha sabedoria é blindada
Essa luz que me guia não apaga.

Do alto da laje eu atirava sem parar, tá pensando que aqui é filme de ação mermão? Aqui é a realidade.

Desde 05:30 que esses cu desse bope tá por aqui no morro, já falei que se atingir um dos meus, bagulho vai ficar feio. Não brinco em serviço.

Era tiro pra caralho, meu braço já tava ficando dormente por causa da mesma posição, o fuzil pesando, já se era 10:00 e alguma coisa e o sol dando moca.

— Eles tão recuando. — Colibri falou no radinho.

Aos poucos a favela foi ficando limpa, a paz foi voltando e eu tava mortão.

Rodrigo — meus de fé. — sentei na cadeira.

Olhei pro lado e vi a Letícia vindo cheia de bolsa, o rosto inchado, cara de abatida. Levantei rapidão indo em direção dela.

Rodrigo — qual foi ?

Letícia — eu preciso de uma casa pra ficar de vez.

Rodrigo — bagulho foi sério? — ela assentiu. — passa essa noite lá comigo, amanhã a gente ver uma casa pra você.

Me afastei dela indo falar com os caras e dei a responsabilidade das coisas para o Colibri.

Peguei as coisas dela e fui em direção a minha casa.

Letícia — eu não quero ficar te incomodando em nada, sei que você tem a sua vida como eu também tenho a minha.

Rodrigo — relaxa maluca, tem k.o não — ri — fica despreocupada que comigo tu tá segura.

Chegamos na minha casa e ela reclamou que tava com fome, mandei descer quatro quietinha da pensão.

Letícia — tá a quanto tempo nessa vida? — quebrou o silêncio enquanto a gente almoçava.

Rodrigo — pô nem eu lembro mas só sei que tem tempo, eu não pensava em ser nada disso. Queria ser professor de inglês.

Letícia — as vezes alguns caminhos já estavam traçados e só nós que podemos mudar isso.

Rodrigo — eu não fiz questão nenhuma de mudar, tô nisso e tô ligado que vou morrer nisso.

  Letícia — as vezes não. Tudo depende de você.

Ficamos nos olhando e eu puxei ela dando um beijo demorando enquanto ela acariciava minha barba, minhas mãos passeavam pelo seu corpo querendo conhecer cada detalhe.

Puxei ela pro meu colo e ela riu mordendo meu lábio inferior, dei um tapa na sua bunda e segurei seu maxilar fazendo ela olhar pra mim.

Rodrigo — eu quero você.

Letícia — eu também te quero.

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Liberdade - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora