Capítulo 30..

6K 567 117
                                    

Darlene.

As semanas passaram voando e eu estava tendo vários e vários sonhos com a Letícia, sonhos com morte e todos ela era presente.

Levantei do sofá e fui colocar a água no fogo para fazer um café, amo meu pretinho da tarde.

Depois de passar o café, eu fui para o lado de fora do barracão sentar em baixo da antiga árvore, olhei para o céu e me trouxe uma energia horrível, carregada de tristeza.

Os ventos faziam com que as portas batessem forte e eu continuava concentrada, eu não sentia presença de ninguém e nem escutava nada a não ser a ventania, as portas batendo e a presença de uma grande tristeza.

Fechei os olhos sentindo a brisa e escutei meu portão ser aberto com força e rapidez.

- Mãe Darlene, mãe Darlene. - alguém me gritou no desespero e eu levantei correndo indo em direção a onde estavam me chamando.

Olhei a amiga da Letícia em lágrimas com as crianças no colo sem saber o que falar.

Darlene - o que houve Lorena?

Lorena - a Letícia.. - soluçou. - mataram ela.

Rodrigo.

Beijei a Letícia fazendo carinho no seu cabelo

Rodrigo - fico feliz por tu neguinha.

Letícia - porque amor? - ela respondeu da cozinha

Rodrigo - você agora tá bem, melhor, feliz e realizada do que alguns meses atrás. Com a chegada das crianças você ficou mais bonita.

Letícia - te amo tanto, independente das brigas, para sempre nós. Você será um ótimo pai para as crianças. - abracei ela e parecia que seria o último abraço. - agora eu tenho que ir, me deixa lá na entrada do morro?

Rodrigo - fica em casa hoje. Eu passo lá na Lorena e pego as crianças.

Letícia - sabe que eu não posso Rodrigo, pode me levar? Estou toda atrasada.

Assenti e peguei a chave da moto saindo de casa com ela.

Deixei ela na entrada do morro pra ela pegar o ônibus pra ir trabalhar, dei um beijo e um abraço nela.

Letícia - não se esqueça que você será o melhor pai para os nossos filhos.

Rodrigo - não fala assim maluca, parece até que algo vai acontecer.

Letícia - claro que não vida, até mais tarde.

Esperei ela entrar no ônibus e voltei pro morro com uma angústia do caralho.

Palhaço - vai almoçar não? - falou enquanto eu olhava o morro da lage.

Rodrigo - sem fome.. sensação estranha.

Palhaço - qual foi?

Rodrigo - ainda não sei mas tô ligado que algo vai acontecer.

Palhaço - vai dar tudo certo irmão.

Desci da lage e respirei fundo vendo a Lorena vindo em direção a mim com as crianças no colo.

Rodrigo - qual foi maluca? Tá com essa cara de desespero por que?

Ela não conseguia nem falar de tão nervosa que estava.

Rodrigo - solta a voz Lorena. - falei nervoso.

Lorena - a Letícia.. Mandaram matar ela na pista, uma colega nossa falou que foi um carro blindado todo preto, ela não gravou placa nem nada.

Olhei pra Lorena e senti minhas lágrimas escorrendo, a minha mulher mermão.

Liberdade - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora