Darlene.
As semanas passaram voando e eu estava tendo vários e vários sonhos com a Letícia, sonhos com morte e todos ela era presente.
Levantei do sofá e fui colocar a água no fogo para fazer um café, amo meu pretinho da tarde.
Depois de passar o café, eu fui para o lado de fora do barracão sentar em baixo da antiga árvore, olhei para o céu e me trouxe uma energia horrível, carregada de tristeza.
Os ventos faziam com que as portas batessem forte e eu continuava concentrada, eu não sentia presença de ninguém e nem escutava nada a não ser a ventania, as portas batendo e a presença de uma grande tristeza.
Fechei os olhos sentindo a brisa e escutei meu portão ser aberto com força e rapidez.
- Mãe Darlene, mãe Darlene. - alguém me gritou no desespero e eu levantei correndo indo em direção a onde estavam me chamando.
Olhei a amiga da Letícia em lágrimas com as crianças no colo sem saber o que falar.
Darlene - o que houve Lorena?
Lorena - a Letícia.. - soluçou. - mataram ela.
Rodrigo.
Beijei a Letícia fazendo carinho no seu cabelo
Rodrigo - fico feliz por tu neguinha.
Letícia - porque amor? - ela respondeu da cozinha
Rodrigo - você agora tá bem, melhor, feliz e realizada do que alguns meses atrás. Com a chegada das crianças você ficou mais bonita.
Letícia - te amo tanto, independente das brigas, para sempre nós. Você será um ótimo pai para as crianças. - abracei ela e parecia que seria o último abraço. - agora eu tenho que ir, me deixa lá na entrada do morro?
Rodrigo - fica em casa hoje. Eu passo lá na Lorena e pego as crianças.
Letícia - sabe que eu não posso Rodrigo, pode me levar? Estou toda atrasada.
Assenti e peguei a chave da moto saindo de casa com ela.
Deixei ela na entrada do morro pra ela pegar o ônibus pra ir trabalhar, dei um beijo e um abraço nela.
Letícia - não se esqueça que você será o melhor pai para os nossos filhos.
Rodrigo - não fala assim maluca, parece até que algo vai acontecer.
Letícia - claro que não vida, até mais tarde.
Esperei ela entrar no ônibus e voltei pro morro com uma angústia do caralho.
Palhaço - vai almoçar não? - falou enquanto eu olhava o morro da lage.
Rodrigo - sem fome.. sensação estranha.
Palhaço - qual foi?
Rodrigo - ainda não sei mas tô ligado que algo vai acontecer.
Palhaço - vai dar tudo certo irmão.
Desci da lage e respirei fundo vendo a Lorena vindo em direção a mim com as crianças no colo.
Rodrigo - qual foi maluca? Tá com essa cara de desespero por que?
Ela não conseguia nem falar de tão nervosa que estava.
Rodrigo - solta a voz Lorena. - falei nervoso.
Lorena - a Letícia.. Mandaram matar ela na pista, uma colega nossa falou que foi um carro blindado todo preto, ela não gravou placa nem nada.
Olhei pra Lorena e senti minhas lágrimas escorrendo, a minha mulher mermão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Liberdade - Livro I
FanfictionPeço a Deus agora Que a nossa história Não acabe agora Tenho tanta coisa pra dizer Minha senhora, não chora Me olha e nota no fundo dos meus olhos O bem que me faz Hoje vi que te amo muito mais e mais Não dá mais pra viver sem teu calor Quero beijar...