Dois Sayajins

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Another world, some other time
You lay your sanity on the line
Familiar faces familiar sights
Reach back remember with all your might
Oh there she stands in a silken gown
Silver lights shining down
So when you sense a change
Nothing feels the same
All your dreams are strange,
Love comes walkin' in
(Van Hallen: Love Walks in – 5150 – 1986)

Vegeta abriu os olhos repentinamente, quase no susto, dentro da câmara de animação suspensa da nave que o levava ao planeta não-identificado onde pretendia treinar. Se tudo dera certo, faltavam ainda duas semanas inteiras para chegar ao seu destino. Ele precisava recuperar a forma depois dos meses de repouso forçado antes de se submeter às condições extremas do planeta hostil.

Era um planeta com ar respirável, mas pouco índice de oxigênio, o que deixaria seu treinamento mais difícil e o faria cansar rapidamente, como se estivesse a uma altitude de 4000m, além disso, precisava chegar ao seu objetivo de se tornar super sayajin rápido, porque não havia água potável em todo planeta, e ele não podia se dar o luxo de gastar muito da água que havia na nave, ou morreria desidratado antes de voltar à Terra. Diante de condições tão extremas, ele devia se superar rápido.

Levantou-se, sentindo-se tonto, os músculos protestando a cada movimento. Deveria se acostumar logo e começar a treinar no dia seguinte, elevando gradualmente a gravidade até chegar ao nível próximo ao que encontraria no planeta não-identificado. Verificou as leituras da nave: todos os saltos e dobras haviam sido efetuados com precisão. Ele estava a milhões de quilômetros da Terra agora.

Por um instante, se permitiu pensar no que deixara para trás. No seu longo sono, tivera momentos de sonho. Muitas vezes os horrores do seu passado povoaram seu pensamento, mas chegara a sonhar com Bulma, e isso fora até mais doloroso. Não queria pensar que naquele momento talvez ele já fosse pai. Não sabia muito sobre gestações da Terra, mas não deviam ser mais longas que as dos Sayajins, visto que as duas espécies eram muito semelhantes, ou Kakarotto e ele não teriam filhos com mulheres terráqueas. E ele jamais imaginara que seria pai, então, preferia não pensar nisso por enquanto.

Tornando a prestar atenção nas leituras, viu uma inesperada massa se aproximando da órbita do planeta, distante ainda, mas se aproximando mais rápido do planeta do que ele mesmo. Um meteoro ou um cometa de proporções gigantescas atraído pela super gravidade. O computador calculou que a sua espaçonave chegaria ao planeta apenas 19 horas antes do impacto. Um sorriso sinistro se formou no seu rosto

"Tornar-se super sayajin... ou morrer tentando" – ele pensou, antes de se preparar para começar o seu treinamento.

O médico passou uma razoável quantidade de gel na barriga de Bulma antes de começar a passar o scanner da ultrassonografia. Logo as imagens borradas, mas nítidas o suficiente para distinguir a silhueta do bebê, encheram a tela do monitor.

– Ele parece ótimo para 36 semanas – disse o médico – já está encaixado na posição correta, tem o tamanho compatível com a idade gestacional... perfeito.

– O senhor tem certeza que ele não tem nada... sei lá, sobrando?

O médico a olhou com estranheza. Nunca imaginaria que a pergunta que ela realmente queria fazer era "tem algum sinal de uma cauda?", e apenas disse:

– Já vi mães se preocuparem com algo faltando. Mas sobrando é a primeira vez... – ele riu – seu bebê não tem nenhuma má formação, senhorita Briefs. E deve nascer em no máximo três semanas – mas não se surpreenda se por volta da 38ª ele aparecer no pedaço. Bebês são bem imprevisíveis...

– Ainda mais se puxar ao pai – suspirou Bulma, quase para si mesma, despertando a curiosidade do médico:

– Não sou de fazer perguntas indiscretas... mas o pai tem acompanhado a gestação?

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