Capitulo 13

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Oi amores, votei!! Como vocês estão? Espero que bem 🙌🏻
Agora vamos deixar toda preocupação se lado e ler um pouco?!
Nosso casal está de volta!
Ah não esqueçam da estrelinha 🙈
(Se Quiserem é claro)
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Capitulo 13

Linda

Quando acordei percebi que havia nevado durante a noite. Da janela vi uma espessa camada branca, por cima de tudo. Fiquei encantada com tamanha beleza. Depois no carro a caminho do apartamento voltou a nevar e quase surtei. Max encostou o carro vendo o quanto fiquei empolgada. Desci o mais rápido possível, para sentir a neve caindo, foi indescritível. Tenho certeza que eu deveria parecer uma criança. Fiquei tão empolgada, que por alguns minutos esqueci que Max estava ali. Quando voltei a olhar pra ele, o vi com uma câmera registrando minha primeira aventura na neve. Me senti um pouco envergonhada pela reação exagerada, mas depois, sorri pra ele e voltei a aproveitar o espetáculo da natureza que sempre tive curiosidade de ver. Não sei quanto tempo fiquei ali perdida no momento, mas de repente senti que estava quase congelando. A empolgação foi tanta que não notei que já estava, batendo o queixo e meus dedos estavam congelando, por causa das luvas molhadas.

Depois de confessar que estava morrendo de frio, Max me fez entrar rápido no carro. Tirei as luvas molhadas e imediatamente senti suas mãos esfregaram as minhas pra ajudar a aquece-las, meu corpo se arrepiou inteiro. E não se engane, não foi por causa do frio. Mas esse momento no carro nem se compara com o que aconteceu na cozinha da casa da Lizioca.

Quando Max colocou seu corpo atrás do meu, para me ajudar a pegar os copos, quase enfartei. Seu cheiro, corpo grande e quente tão perto de mim foram demais. Mas logo ele percebeu que tinha ido longe demais. Nos comprometemos a deixar de lado a atração que sentíamos um pelo outro. Então, Max recuou sem falar nada, mas o silencio era ensurdecedor. Nós precisávamos parar com isso, ou então eu estaria arruinada. Também não falei nada ou me virei para encara-lo, não tenho certeza se resistiria, mesmo sabendo que não podia. Sua proximidade e voz rouca no meu ouvido, fizeram meu coração pular como um louco dentro do peito. Mais uma vez, senti que eu estava muito encrencada. Se cada vez que ele chegasse perto de mim, eu reagisse assim, nosso trato não iria dar certo. Um incomodo se instala no meu estômago, sempre que penso sobre isso. De todo jeito seria eu quem perderia no final.

Chegamos ao apartamento pouco depois da minha aventura na neve. Há essa altura, meu corpo já tinha esquentado. Não sei se pelo ar quente do carro ou por conta do Max ali, ao meu alcance. Seu cheiro e proximidade deram asas a minha fértil imaginação. Tenho certeza que o ar quente não foi o influenciador para o meu aquecimento corporal.

O prédio é antigo daqueles tradicionais, muito parecido com que a gente vê nos filmes, tijolos a vista, janelas tipo guilhotina, simplesmente perfeito. Ba disse sobre alguém ter feito uma limpeza e faz todo sentido quando abro a porta. O apartamento cheira bem e está perfeitamente arrumado. Piso de madeira, cozinha americana simples, na cor branca e eletrodomésticos na mesma cor. Mesa de quatro cadeiras no canto, sofá e uma estante. No corredor o banheiro e no fim dele, o quarto. Cama em ferro, cômoda, uma arara de roupas, perfeito. Quando volto para a sala, Max está colocando as malas pra dentro.

— E ai, o que achou?
— É ótimo — sorrio satisfeita.
— Vou pegar o resto das malas no carro.
— Eu te ajudo.
— Não precisa, deixa comigo, já volto.

Levo as malas que já subimos para o quarto, assim que Max sair, quero começar a arrumar. Ainda hoje quero estudar o mapa do metro para conseguir ir trabalhar amanhã.

— Se tivesse algo coisa na dispensa, te ofereceria um café como agradecimento — tento preencher o silencio assim que Max chega com a última mala.
— Não à necessidade, estou bem. Precisa de mim pra mais alguma coisa? — Seu olhar não desvia do meu.

Ele tem uma intensidade, mas eu não consigo ler o que significa. E como assim Deus? Ele não pode me fazer esse tipo de pergunta. Tenho certeza que se eu responder com sinceridade, para que preciso dele, não seria apropriado.

— Não, você foi incrível. Obrigada mais uma vez.
— Não foi nada. Se precisar, é só chamar, você tem meu telefone. Mas antes —, ele dá um passo na direção da mesa e tira uma folha do bolso.
— Eu trouxe o contrato, falei que você assinaria hoje — Max tranca o olhar em mim outra vez. — Tome seu tempo para reler, se quiser.

Uma euforia toma conta de mim quando ouço suas palavras. Vou ser contratada como uma fotografa oficialmente.

— É o mesmo que você me enviou, certo?
— Sim o mesmo. Tem duas copias, uma pra mim outra pra você.

Ele tira umas folhas de cima das outras, indicando as duas copias. Pego uma caneta na minha bolsa e assino ambas, sem titubear.

— Você deveria ter lido — Max fala com voz baixa, me olhando com expressão indecifrável.
— Confio em você, então... agora você é oficialmente meu chefe? — Sorrio entregando uma das copias pra ele.

Ele sorri de lado e responde com voz baixa.

— Parece que sim. Agora você não pode mais escapar.
— Nunca tive essa intenção.

Max perde o sorriso, se remexendo no lugar, visivelmente incomodado com alguma coisa.

— Te espero as nove amanhã. Está bom pra você?
— Sim, claro. Você quem manda. Estarei lá. Vou te acompanhar.

Ele me segue até a porta, fala um até logo e sai, como se o prédio estivesse em chamas. Fico parada, o vendo sumir na porta da escadaria, não querendo perder nenhum vislumbre dele. Te aquieta mulher, minha deusa realista, que é prima da deusa interior de Anastasia, adverte.

No meio da tarde, termino de pôr tudo no lugar. Não demorei muito, era basicamente tirar as cosias da mala e encontrar lugar para elas. Guardei as roupas, arrumei a cama, coloquei os porta retratos e livros que trouxe na estante. Troquei as cortinas pelas minhas. Agora, eu só precisava comprar mantimentos, alguns produtos de limpeza e estudar o mapa do metro.

Antes de sair, coloquei uma roupa mais quente para dessa vez não congelar e fui pra a rua. Estava morrendo de fome, então, minha primeira parada foi em um café. Depois de saciada, achei um mercadinho perto dali, como a Lizoca já tinha me indicado e voltei pra casa cheia de sacolas.

Às cinco e meia vi o dia escurecer debaixo de uma nevasca. Na rua estava tudo absolutamente branco e lindo, como nunca. Peguei minha câmera e fiz fotos da janela, maravilhada mais uma vez. É muito bom estar sozinha curtindo o silêncio, mas também estranho ter uma casa só pra mim. Na falta de companhia, volto para meu livro, quer alguém melhor pra distrair uma mulher que Gideon Cross? Entre uma página e outra do livro, me pego pensando se o prédio aceita que os moradores tenham animal de estimação. Um bichinho me faria uma boa companhia.

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O prédio não tem sistema de aquecimento por ser uma construção antiga, minha prima já tinha me alertado. Mas não é azar demais, o aquecedor que pertencia a ela não funcionar? Além de ter dormido cheia de roupas e com todas as cobertas que trouxe por cima de mim, foi difícil pegar no sono. Fez muito frio durante a noite. Pior é que o dinheiro que tenho é para me manter até receber meu primeiro salário, não posso comprar um aquecedor agora.

Depois de tomar um banho e quase congelar, literalmente, saio para enfrentar o frio que está fazendo lá fora. Apesar de não ter tido uma noite fácil, saio sorrindo feliz da vida com expectativas a mil.

— Obrigada Deus! Meu primeiro dia trabalhando como fotografa. Que seja o primeiro de uma carreiro de sucesso — falo olhando para o céu cinzento de Nova York agradecendo e aproveitando para pedir.

Sonhar ainda é de graça, então o que temos a perder? Felicidade me define nessa manhã e nada, nem mesmo os lados negativos que já percebi que a neve pode trazer, me abalam. Dentro do metro recebo que uma mensagem do Max, dizendo que o prédio estará sem recepcionistas, então, eu preciso seguir direto para o segundo andar. Ele foi simples e sucinto, sem nenhuma piadinha. De repente, uma apreensão de não saber me comportar ao seu redor, agora que ele é oficialmente o meu chefe, toma conta de mim. Não poder chama-lo de idiota me deprime um pouco também.

Chego ao endereço, menos de uma hora depois de sair da casa. Apesar da neve acumulada, tudo está funcionando perfeitamente. O prédio é uma construção simples, com tijolos a mostra, parecida com o que estou morando. Fico um pouco surpresa, a verdade é que eu esperava um prédio luxuoso, com muito vidro e aço. Acho que ando lendo livros demais. Rindo de mim mesma, empurro a porta dupla e sou maravilhada com o interior do prédio. Tem fotografias por toda parte. Uma mais linda que a outra. Algumas de campanhas famosas, que tenho certeza que foi Max quem fotografou. Tem alguns sofás, de muito bom gosto e um balcão de recepção, sem uma recepcionista.

Subo as escadas devagar, tentando acalmar meu coração. Perto da porta do segundo andar, tem uma placa em aço com o nome do estúdio. Meu coração acelera mais uma vez, antes de abrir a porta respiro fundo e rogo pra Deus para que dê tudo certo.

Encontro um lugar muito diferente do exterior do prédio. Aqui o requinte é evidente. Sem paredes, o lugar é pra ticamente todo aberto, exceto por algumas salas do outro lado da entrada. O fato do lugar estar vazio me intriga. Será que Max ainda não chegou? A única pessoa que encontrei até agora foi o segurança que me cumprimentou na porta de entrada. Ainda sem entender, continuo a apreciar o lugar muito silencioso. Tem banners e fotografias por todo lado aqui também. Ando pelo meio das mesas, apreciando o lugar pensando que definitivamente vou amar trabalhar aqui.

Uma sala de reuniões chama minha atenção, tem uma mesa moderna, para pelo menos umas quinze pessoas e uma vista dos prédios lá fora, linda. Mais umas duas salas, contrastando os tijolos da parede com os vidros, rustico e elegante ao mesmo tempo. Em uma das salas tem o nome do Max.

Seco o suor das mãos e bato na porta e espero sua autorização. Me remexo no lugar ansiosa, mas a resposta não vem. Quando levanto a mão pra bater mais uma vez.

— Me procurando?
— Puta que pariu, que susto! — Levo a mão no peito assustada. Max apareceu do nada.
— O que você disse? — Pergunta sem entender, já que minha xingada de leve foi em português.
— Eu disse que você me assustou.

É uma mentirinha do bem, Deus, você não vai levar em conta isso né? Pergunto em pensamento, quando Max avalia meu comportamento, parecendo saber que menti. Mas eu precisava, é o primeiro dia do emprego da minha vida, não posso começar xingando o chefe.

— Me desculpa, não era minha intenção. Só tinha ido lá em cima checar os equipamentos. Queria estar aqui quando você chegasse.

Seu olhar passa pelo meu corpo, me arrepiando inteira com sua inspeção.

— Tudo bem, foi só um susto. Mas cadê tudo mundo? — Estendo as mãos, mostrando o lugar pra enfatizar. Nós dois, sozinhos, aqui com essa quantidade de superfícies, dá mais uma vez asas a imaginação.

— Ah então, preparei uma reunião com todo o pessoal somente para a tarde, de manhã somos só eu e você. Como nunca trabalhou em um estúdio assim antes, achei melhor que você estivesse familiarizada com tudo antes de começar pra valer. Amanhã teremos um ensaio durante a manhã, então faremos isso hoje.

Ah minha nossa senhora das mulheres atraídas pelos chefes, isso não vai prestar. O lado bom é que ele está sendo totalmente profissional. Meu lado racional que diz isso, porque meu ego quer que ele me olhe com fogo nos olhos, como já fez outras vezes. Mas isso não vai ser possível, quando ele mal me olha. É melhor assim, Linda. Minha deusa realista me lembra.

— Vem, vou te mostrar onde fazemos as fotos. Isso aqui —, faz o mesmo gesto que fiz estendendo as mãos pelo lugar — é onde fica a parte administrativa e onde editamos e tratamos as imagens. Essa é minha sala, ali a sala de reuniões, mas você já dever ter percebido, e essa é sala de impressão — ele vai apontando as salas enquanto fala e eu o vou seguindo.

Quando chegamos ao terceiro andar, é como seu eu tivesse entrado no céu. Tem três estúdios montados. Eu já estive em um estúdio profissional quando estava na faculdade, mas nada se compara a esses. O lugar é incrível, equipamentos que só vi em revistas, estão por todo lado. Tripés, luzes e estruturas de fundo são de primeira. Tem também umas três salas e duas cabines de preparação. Sem perceber eu ando pelo lugar encantada.

— Meus Deus! Max isso aqui é um sonho para qualquer fotografo.
— Que bom que você gostou.
— Eu amei, nunca vi nada tão moderno e organizado assim.

Ele sorri e anda na minha direção.

— Nem sempre é assim, tem dias que isso aqui é um caos. Como você pode ver os equipamentos já ficam montados. Assim ganhamos tempo e conservamos os equipamentos do estúdio. Cada um desses aqui já tem uma luz especifica preparada, assim não precisamos ficar fazendo mudanças muito grandes. Como essa é uma das suas funções, pode ficar tranquila. Vão ter dias que estaremos fazendo ensaios diferentes, porem juntos, se é que entende. Posso estar fotografando uma campanha aqui —, ele aponta para a cabine de estúdio que está a nossa frente — e podemos ter o Alec ali —, indica o estúdio nas nossas costas — fotografando joias, por exemplo.
— Deve ser mesmo uma loucura por aqui, estou ansiosa pra ver isso.
— Tenho certeza que sim. Ali são dois camarins, sempre tem um modelo estrela que não gosta de se misturar. Seu trabalho também consiste em deixa-los confortáveis e me chamar quando estiver pronto. Isso, depois de conferir luz e fazer as fotos de teste, como altura essas coisas. Mas isso você já sabe.

Me remexo no lugar, assustada com tudo que ele está jogando pra mim.

— Max, eu não sei se dou conta disso, acho que você não entendeu. Sou totalmente inexperiente, não sei nem mexer nesses equipamentos que você tem — falo com medo.
— Calma Linda, eu sei disso. Não espero que você faça isso amanhã. Tem um outro assistente aqui, que vai te orientar. E você está aqui hoje pra isso. Vamos começar.

As horas que se seguiram foram de total aprendizado. Max tirou todas as minhas dúvidas, esclarecendo tudo que eu precisava. Como mexer nos equipamentos de luz, acessórios que poderíamos precisar ou não. Absorvi tudo como uma esponja, não querendo perder nada. Ele também me mostrou todas as instalações, e onde iria ficar minha mesa. O sistema operacional interno do estúdio, entre muitas outras. Falou o que eu podia ou que não podia fazer. Me instruiu com lidar com os modelos, disse que eles podem ser um tanto quanto insuportáveis (palavras dele).

Durante todo o processo de apresentação, Max foi muito profissional. Ele prometeu que seria assim e estava cumprindo com a sua palavra. Já eu, nem tanto. Todas as vezes me punia por meus pensamentos impróprios, mas não conseguia evitar. Quando ele chegava perto, seu cheiro me embriagava. Nenhuma das vezes deixei isso transparecer, ao menos eu acho. E acredito que consegui ou caso contrário, teria sido advertida. Mas, só minha nossa senhora das mulheres atraídas pelo chefe sabe o que passei. Quando ele pegava na minha mão ou que falava perto do meu ouvido, posicionado nas minhas costas, para me explicar alguma coisa, eu me segurei para não agarra-lo.

Enquanto como um sanduiche na lanchonete da esquina, também indicada pela Liz, repenso em tudo que aconteceu. Não sei se comemoro o fato do Max não se abalar por minha presença e ser totalmente profissional, como deve ser, ou fico frustrada, pois no fundo eu queria ouvir uma piada sua ou um olhar que me fizesse fica quente. Sei que estou errada e deveria agradecer por ele não fazer isso, mas não, me sinto triste. Quando cheguei aqui já era mais de treze horas, e tínhamos terminado com a parte das coisas essenciais que eu precisava saber. O Max tinha um compromisso para o almoço, e antes de sair, disse que eu poderia pedir alguma coisa e comer na sala dos funcionários ou comer fora, assim como preferisse. Só precisava estar pronta para a reunião que seria as quatorze e trinta. Ele se despediu, pegou o celular em cima de mesa e saiu, assim como fez lá em casa ontem, como se o prédio estivesse pegando fogo.

Estou terminando meu lanche, perdida em pensamentos quando meu telefone toca. Sorrio quando vejo o nome da Lizie na tela.

— Oie.
— Oie, e ai como foi a primeira manhã de fotografa.
— Você quis dizer, primeira manhã de auxiliar de fotografo, né?
— Deixa de ser chata é quase a mesma coisa.

Não, ela está totalmente errada, mas não vou discutir isso agora.

— Foi bem, o Max me ensinou tudo que preciso saber de imediato, espero poder corresponder à altura.
— Tenho certeza que você vai dar conta e ele também, senão não tinha te contratado
— Espero que você esteja realmente certa, porque amanhã de manhã temos um ensaio.
— Ah... que legal espero que dê tudo certo. E ai o que achou do apartamento? Tudo certo por lá?
— Sim, sim tudo ótimo. Eu amei. Nunca vou poder agradecer o que fez por mim Lizie.
— Para com isso Linda, foi o maior pra zer. E nem fiz nada, só te passei umas coisas que eu não usaria mais.
— Você sabe que não foi só isso, então muito obrigada outra vez.
— Para com isso, agora deixa eu ir que o Paul está me chamando. Mas amanhã quero saber como foi seu primeiro ensaio, então, me liga.
— Tudo bem, eu ligo, beijos.
— Beijo, até mais.

Desligo o telefone, sorrindo descontraída pela primeira vez no dia, mas isso não demora muito. Porque logo lembro que já está quase na hora da reunião. Vou encontrar toda a equipe e uma excitação se mistura com expectativa e medo dentro de mim.

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⏰ Última atualização: May 09, 2020 ⏰

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